Polícia Civil aprofunda apuração sobre bebê que sofreu queimaduras em hospital no Acre; caso comove o país e gera mobilização política e social.
Investigação e oitivas continuam
A Polícia Civil do Acre, por meio da Delegacia de Atendimento à Mulher e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dempca) de Cruzeiro do Sul, segue investigando o caso da recém-nascida Aurora Maria Oliveira Mesquita, de apenas três dias, que sofreu queimaduras após um banho no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em 22 de junho.
Na última semana, a principal suspeita foi ouvida pela Dempca; outras testemunhas, incluindo familiares e funcionários, continuam sendo interrogadas. Segundo o delegado Vinícius Almeida, estão sendo apurados tanto o uso de água excessivamente quente quanto a hipótese de condição médica rara.
Foram requisitados laudos do Instituto de Criminalística, exames toxicológicos e um painel genético com prazo de até 40 dias para conclusão.
Transferência e estado de saúde
A bebê Aurora foi transferida em 25 de junho para a UTI Neonatal da Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, e no mesmo dia encaminhada para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, referência nacional em tratamento de queimaduras. A família informou que Aurora apresenta queimaduras de segundo grau em cerca de 18% do corpo e que o quadro é grave, mas com sinais de melhora, incluindo ganho de peso e estabilidade.
Hipóteses sob investigação
No hospital de Belo Horizonte, a equipe médica considera mais provável que as queimaduras tenham sido causadas pela temperatura da água, que poderia ter atingido até 57 °C. No entanto, não foi descartada a possibilidade de doença genética rara, como epidermólise bolhosa, cujo resultado de exame genético é esperado em até 40 dias.
Repercussão familiar
O pai, Marcos Silva Oliveira, registrou boletim de ocorrência alegando negligência e criticou as dificuldades para acessar a filha em Belo Horizonte:
“Ninguém me deixou entrar… esquecendo que foi uma queimadura”, relatou em vídeo.
