O Acre Precisa de Mais Volume ou Mais Visão?
Local e Data: Rio Branco, Acre, 25 de Setembro de 2025
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A afirmação do Senador Sérgio Petecão (PSD), de que “Não conheço quem faça política mais do que eu,” não é uma confissão; é uma estratégia de campanha forjada nos frios gabinetes de Brasília. O Senador, nosso Cavalo de manobra no xadrez acreano, se gaba da frequência e do volume de sua agenda semanal, esperando que o eleitor confunda a quantidade de voos com a qualidade das entregas. Nos bastidores da política, a realidade é mais dura: a declaração soa como um grito de ansiedade de quem está sendo alcançado pelos rivais e precisa desesperadamente reafirmar sua importância. Petecão é um Cavalo esperto que usa a mobilidade para se defender, mas o Acre precisa se perguntar se o político mais ativo é, de fato, o mais transformador.
A autoproclamação de “supremacia” ignora o que o eleitorado percebe: a dificuldade em se consolidar como o líder do Executivo. O fato de Petecão nunca ter vencido a eleição para Governador, aceitando, no final, o papel de um forte articulador na base de alguém (o Peão que serve ao Rei), é o ponto fraco de sua retórica. A perspectiva liberal é categórica: a política de volume e frequência é o modus operandi da peça que carece de um legado estrutural inegável. O Senador concentra sua energia onde a entrega é mais tática (emendas, apoio a categorias como a Polícia Penal), mas falta a ele a visão de Estado que constrói pontes e dita o futuro da economia acreana. O que é mais valioso: voar toda semana entre Brasília e Rio Branco, ou ter a coragem de liderar a pauta das grandes reformas impopulares que garantem o desenvolvimento de longo prazo, arriscando seu capital político? O Cavalo faz o serviço bem feito, mas é o Rei quem define o rumo.
Essa dedicação incessante para “fazer política” também tem um custo ético alto. O histórico de múltiplas trocas partidárias — uma manobra constante de Peão buscando um quadrado melhor— é lido pela sociedade como oportunismo e falta de fidelidade ideológica, desqualificando-o do posto de líder moral. Nas votações no Senado, a tática continua: Petecão votou contra a PEC da Blindagem (o Cavalo pulando para a posição ética) e se posiciona contra a legalização de Jogos de Azar, mostrando que ele sabe exatamente onde está a linha de corte moral da sua base eleitoral. No entanto, em outras ocasiões, ele se alinhou a medidas corporativistas ou votou em pautas que enfraquecem a fiscalização, demonstrando que o “fazer política” é, muitas vezes, uma troca de favores e blindagem em nome da manutenção do seu mandato.
Poupem-nos dessa narrativa de mártir incansável! O Senador é um político hábil e persistente, mas a sua afirmação é uma retórica vazia que tenta disfarçar a ansiedade de quem vê a concorrência se aproximar. O Acre tem, hoje, líderes no Executivo (Bocalom e Cameli) com a máquina de entregas finalizadas e novos líderes (Alan Rick) com o impulso das pesquisas. O trabalho do Cavalo é, portanto, uma autopreservação desesperada. Ao invés de se gabar da quantidade de política que faz, o Senador deveria nos provar que a sua política não é apenas mais do mesmo.
#VotoComVisão #XadrezDoAcre
Assinatura: Eliton Muniz
