A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou, na quinta-feira, 10 de abril, uma decisão histórica: a criação de uma categoria dedicada aos dublês de ação no Oscar, com estreia marcada para 2028. A novidade, que reconhecerá o “Melhor Design de Acrobacias” em filmes lançados a partir de 2027, responde a uma campanha de anos liderada por profissionais do setor, que há décadas reivindicam visibilidade para o trabalho arriscado e essencial desses artistas. A inclusão reflete o compromisso da Academia em valorizar áreas técnicas do cinema, equiparando o esforço dos dublês ao de departamentos como som, maquiagem e efeitos visuais, já contemplados com estatuetas. Bill Kramer, diretor-executivo, e Janet Yang, presidente da instituição, destacaram a importância das acrobacias desde os primórdios da indústria, celebrando o impacto criativo e técnico desses profissionais que colocam suas vidas em jogo para dar vida a cenas memoráveis.
A nova categoria chega em um momento de transformação para o Oscar, que tem ampliado suas premiações para refletir a complexidade do cinema moderno. Nos últimos anos, a Academia introduziu mudanças significativas, como a criação do prêmio de Melhor Elenco, previsto para 2026, sinalizando uma abertura para reconhecer contribuições antes negligenciadas. A decisão de incluir dublês reforça essa tendência, trazendo à tona nomes que, embora fundamentais, raramente aparecem nos holofotes.
O anúncio foi recebido com entusiasmo por diretores, atores e dublês, que veem na medida uma reparação histórica. Premiações como o SAG Awards, organizado pelo Sindicato dos Atores, já destacam o trabalho de dublês, mas o Oscar, com sua projeção global, eleva o reconhecimento a outro patamar. As regras para a nova categoria serão definidas nos próximos dois anos, mas a expectativa é que o prêmio contemple tanto a criatividade quanto a execução técnica das acrobacias.
Para o público, a novidade promete destacar sequências de ação que marcaram gerações, de perseguições em alta velocidade a lutas coreografadas. Filmes de ação, que frequentemente dominam bilheterias, agora terão um espaço dedicado no maior palco do cinema, celebrando os heróis anônimos por trás das cenas mais eletrizantes.
- Reconhecimento tardio: Dublês ganham espaço no Oscar após décadas de campanha.
- Impacto global: Nova categoria eleva status dos profissionais de acrobacias.
- Evolução do Oscar: Premiação se adapta às demandas do cinema moderno.
Uma vitória para os heróis sem rosto
Incorporar dublês ao Oscar é mais do que uma adição técnica; é um reconhecimento de profissionais que arriscam a vida para transformar roteiros em realidade. Esses artistas, muitas vezes substituindo atores em cenas perigosas, lidam com quedas, explosões e manobras que exigem precisão milimétrica. A nova categoria, que estreia em 2028, promete lançar luz sobre um ofício que combina atletismo, criatividade e coragem, mas que historicamente ficou à sombra de outras áreas do cinema.
A campanha por esse reconhecimento começou há décadas, com dublês e diretores de ação defendendo que acrobacias são tão essenciais quanto figurinos ou trilhas sonoras. Nomes como Chad Stahelski, diretor da franquia John Wick, e David Leitch, de Velocidade Máxima, ambos ex-dublês, engrossaram o coro, destacando como o design de ação eleva a narrativa cinematográfica. A decisão da Academia reflete uma mudança cultural, valorizando não apenas o glamour das estrelas, mas o trabalho árduo nos bastidores.
Nos últimos anos, o aumento de filmes centrados em ação, como Missão: Impossível e Mad Max, reforçou a relevância dos dublês. Essas produções, que frequentemente lideram bilheterias globais, dependem de coreografias complexas que misturam tecnologia e habilidade humana. A criação do Oscar para acrobacias reconhece esse impacto, prometendo inspirar novas gerações de profissionais a buscar excelência no setor.
O papel dos dublês no cinema moderno
Arriscar a vida em nome da arte não é exagero para os dublês. Eles enfrentam condições extremas, de saltos em penhascos a colisões controladas, tudo para garantir que o público sinta a adrenalina sem perceber o esforço nos bastidores. A nova categoria do Oscar, focada no “Melhor Design de Acrobacias”, destaca não apenas a execução, mas o planejamento dessas sequências, que envolvem equipes inteiras trabalhando em sincronia.
O impacto dos dublês vai além das cenas de ação. Em filmes históricos, como Gladiador, ou de fantasia, como O Senhor dos Anéis, eles ajudam a construir mundos críveis, seja em batalhas épicas ou duelos intimistas. A decisão de premiá-los reflete a compreensão de que acrobacias não são apenas espetáculo, mas uma forma de contar histórias, tão vital quanto a direção ou a fotografia.
A Academia, ao abrir espaço para os dublês, também responde às críticas de que o Oscar favorece dramas em detrimento de gêneros populares. Filmes de ação, embora amados pelo público, raramente levam estatuetas nas categorias principais. A nova premiação pode mudar essa dinâmica, dando visibilidade a produções que movimentam bilhões em bilheterias e conectam o cinema às massas.
A evolução das premiações cinematográficas
Incluir dublês no Oscar é parte de um movimento maior de renovação da Academia. Nos últimos anos, a instituição enfrentou pressões para se adaptar às mudanças da indústria, desde a diversidade de indicados até a inclusão de filmes de streaming. A criação do prêmio de Melhor Elenco, que estreia em 2026, já sinalizava essa abertura, reconhecendo o trabalho coletivo dos atores em um filme.
A categoria de acrobacias segue o mesmo caminho, destacando uma área técnica que exige colaboração entre dublês, coreógrafos, diretores e especialistas em segurança. Diferentemente de outras premiações, como o SAG Awards, que foca no desempenho coletivo, o Oscar promete valorizar o design criativo das sequências, premiando a visão por trás de cada salto ou explosão.
A decisão também alivia críticas de que o Oscar ignora gêneros comerciais. Filmes como 007: Operação Skyfall ou Velozes e Furiosos atraem milhões de espectadores, mas raramente são lembrados nas categorias principais. Ao premiar dublês, a Academia sinaliza que está disposta a celebrar o cinema em todas as suas formas, do intimista ao explosivo.
- Adaptação necessária: Oscar evolui para incluir gêneros populares.
- Trabalho coletivo: Nova categoria destaca colaboração nas acrobacias.
- Resposta às críticas: Academia busca maior representatividade.
O impacto cultural das acrobacias
Cenas de ação moldaram o imaginário do cinema desde seus primórdios. Nos anos 1920, astros como Buster Keaton realizavam suas próprias acrobacias, arriscando-se em trens e prédios para criar comédia e suspense. Com o tempo, os dublês assumiram esse papel, permitindo que diretores explorassem ideias mais ambiciosas. A nova categoria do Oscar celebra essa evolução, reconhecendo como as acrobacias transformaram o cinema em uma experiência visceral.
Hoje, filmes de ação são um pilar da indústria. Franquias como Vingadores e Missão: Impossível arrecadam bilhões, impulsionadas por sequências que desafiam a gravidade. Por trás de cada cena, há dublês planejando cada movimento, muitas vezes enfrentando lesões para garantir a perfeição. O Oscar de 2028 promete destacar essas contribuições, dando nome aos profissionais que antes eram apenas sombras nas telas.
A decisão também reflete o crescimento do gênero de ação no streaming. Plataformas como Netflix e Amazon investem pesado em filmes como Resgate e O Homem Cinzento, que dependem de acrobacias para atrair assinantes. Premiar esse trabalho pode inspirar mais produções do gênero, fortalecendo a conexão entre cinema e público.
A campanha por reconhecimento
A luta por uma categoria de dublês no Oscar começou há mais de 30 anos. Em 1991, profissionais do setor lançaram as primeiras petições, argumentando que acrobacias mereciam o mesmo respeito que efeitos visuais ou edição. Apesar do apoio de figuras como Steven Spielberg e Quentin Tarantino, a Academia resistiu, priorizando categorias tradicionais.
Nos últimos anos, o cenário mudou. O sucesso de filmes como John Wick e a influência de diretores vindos do mundo das acrobacias, como Chad Stahelski, fortaleceram a campanha. Eventos como o Taurus World Stunt Awards, que celebra dublês, também mostraram que o público valoriza esse trabalho. A decisão de 2028 é vista como uma vitória não apenas para os dublês, mas para todos que defendem a diversidade no cinema.
A pressão popular teve papel crucial. Fãs usaram redes sociais para apoiar a causa, compartilhando vídeos de bastidores que revelam o esforço dos dublês. A Academia, sensível a essas vozes, percebeu que ignorar os heróis da ação não era mais sustentável, especialmente em uma era onde transparência e inclusão são demandas crescentes.
O futuro da categoria
Embora as regras do Oscar para dublês só sejam anunciadas em 2027, especulações já apontam para critérios rigorosos. A categoria deve premiar o “design” das acrobacias, avaliando criatividade, segurança e impacto narrativo. Isso significa que não basta executar uma cena perigosa; ela precisa complementar a história, como a perseguição de carros em Baby Driver ou a luta no trem de 007: Sem Tempo para Morrer.
A inclusão de dublês também pode inspirar outras mudanças no Oscar. Profissões como coreógrafos de dança ou especialistas em motion capture já pedem reconhecimento, e o sucesso da nova categoria pode abrir portas. Além disso, a premiação promete atrair um público mais jovem, que consome ação e super-heróis com fervor, aproximando o Oscar das novas gerações.
Para os dublês, o impacto vai além da estatueta. Ser reconhecido no maior palco do cinema eleva o status da profissão, atraindo talentos e incentivando investimentos em segurança. Em um setor onde lesões são comuns, esse foco pode salvar vidas, garantindo que a arte das acrobacias prospere com responsabilidade.
Momentos marcantes para a nova categoria
A criação do Oscar para dublês é parte de uma trajetória de renovação na premiação. Alguns marcos recentes incluem:
- Expansão em 2026: Categoria de Melhor Elenco estreia, valorizando trabalho coletivo.
- Campanha histórica: Dublês lutam por reconhecimento desde os anos 1990.
- Apoio de diretores: Nomes como Spielberg e Tarantino defenderam a causa.
- Anúncio de 2028: Academia confirma prêmio para acrobacias após pressão do setor.
Um marco para o cinema de ação
A decisão de premiar dublês reflete o poder do cinema de ação na cultura global. Filmes como Top Gun: Maverick e Duna provam que sequências bem executadas podem elevar uma história, conquistando tanto críticos quanto bilheterias. A nova categoria garante que os responsáveis por essas cenas tenham seu momento de glória, algo que o público já celebra há décadas.
Para os dublês, o Oscar é mais do que um troféu; é a chance de sair das sombras. Profissionais que antes eram conhecidos apenas por colegas de set agora terão seus nomes gravados na história do cinema. A medida também valoriza o trabalho em equipe, já que acrobacias dependem de coreógrafos, técnicos e especialistas em segurança, todos essenciais para o sucesso de uma cena.
O impacto cultural da novidade é inegável. Ao reconhecer dublês, o Oscar abraça a diversidade do cinema, celebrando não apenas diretores e atores, mas todos que fazem a magia acontecer. A estreia da categoria, em 2028, promete ser um marco, com o potencial de transformar como vemos e valorizamos a arte da ação.
- Legado do gênero: Ação ganha destaque com nova categoria no Oscar.
- Trabalho em equipe: Acrobacias dependem de colaboração nos bastidores.
- Mudança cultural: Premiação valoriza todos os pilares do cinema.