Tem gente que insiste em desafiar o silêncio alheio como se fosse sinônimo de fraqueza. Confunde recato com covardia. Equivoca-se ao pensar que quem não responde está vencido. E nessa ilusão alimentada por vaidade ou arrogância, acaba tropeçando no próprio ego. Pois é: mexeu com quem estava quieto? Agora aguenta a porrada.
Há uma verdade antiga, que atravessa gerações, tribunais e praças públicas: quem provoca, precisa saber o peso do que desperta. Nem toda calma é paz. Nem todo silêncio é submissão. Tem gente que fica calado por sabedoria. Por estratégia. Por saber que nem tudo se resolve aos gritos. Mas quando ultrapassam o limite — quando passam da crítica para o ataque, da divergência para a humilhação — o jogo vira. E vira feio.
Em tempos de internet, onde todo mundo tem opinião, todo mundo se sente autorizado a apontar o dedo, debochar, ironizar. Mas esquecem que a mesma rede que dá palco, também cobra entrada. Não existe ataque impune. Não existe palavra sem consequência.
E o pior é que muitos se iludem com o próprio eco. Acham que estão dominando o jogo, quando na verdade estão apenas acendendo o pavio. E aí, quando a reação vem — forte, firme e certeira — tentam inverter a lógica: bancam os ofendidos, os injustiçados, os “surpresos” com a resposta. Querem provocar e controlar o resultado. Só que a vida não funciona assim.
Quem bate, leva. Quem cutuca o leão, tem que estar disposto a encarar o rugido. E, sejamos sinceros, se você não está pronto pra aguentar a volta, o melhor é não provocar a ida.
Em política, na vida ou nas redes: maturidade não é covardia
A maturidade aprende a escolher as batalhas. Aprende a entender que nem todo confronto merece resposta, mas também sabe reconhecer quando é hora de colocar o peso da palavra na mesa. E quando isso acontece, não é descontrole — é justiça.
Então fica o lembrete:
Não mexa com quem está quieto.
Não cutuque quem não lhe deu liberdade.
Não desafie quem você não aguenta.
Porque quando a resposta vier — e ela vem — não adianta bancar a vítima. Agora aguenta a porrada.





