sexta-feira, 5 dezembro, 2025

Operação “Fata Morgana” some no tempo e expõe indícios de morosidade da Justiça

Deflagrada há pouco mais de dois anos, a Operação Fata Morgana, que apurava desvios de mais de R$ 5,2 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes em licitações na construção civil no Acre, caminha para o esquecimento sem qualquer desfecho. A lentidão do Judiciário alimenta a sensação de impunidade e revolta parte da população.

A ofensiva da Polícia Federal, realizada em 16 de março de 2023, mobilizou 88 agentes, cumpriu 34 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, suspensão de funções públicas e bloqueio de empresas suspeitas de envolvimento nos esquemas.

Entre os principais alvos da operação, o empresário Wendel Silveira de Souza, proprietário da Construlagos, figurava como um dos principais investigados. A empresa teria atuado em conluio com servidores públicos para fraudar contratos de obras no estado.

Na época, a operação foi tratada como um divisor de águas no combate à corrupção no Acre, com promessas de responsabilização dos envolvidos e recuperação dos recursos desviados. No entanto, dois anos depois, o cenário é de paralisia.

Fontes ouvidas pela reportagem confirmaram que o processo foi remetido pela Justiça do Acre ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde permanece, até hoje, sem movimentações significativas. Não há previsão para julgamento.

O silêncio do Judiciário contrasta com a repercussão que a operação teve na época. Sem respostas, sem punições e sem esclarecimentos públicos, o caso se arrasta, e parte dos investigados segue livre, sem qualquer restrição judicial.

A reportagem procurou fontes dentro da Controladoria-Geral da União (CGU), que informaram que o órgão deve se manifestar nos próximos dias sobre o andamento dos desdobramentos administrativos relacionados à operação. Até o fechamento desta edição, a CGU não havia retornado oficialmente.

Especialistas ouvidos avaliam que casos como este expõem não apenas a morosidade do sistema judicial, mas também reforçam a percepção de que o combate à corrupção no país ainda é seletivo, ineficiente e permeado por entraves burocráticos.

Enquanto isso, a operação que prometia ser símbolo de um novo tempo para o Acre permanece como o próprio nome sugere: uma miragem no horizonte da Justica.

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