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“Onde eu estiver, tem Acre”: Jorge Viana ensaia retorno ao Senado

Superávit Acre 2025

Superávit Acre 2025 é comemorado por Jorge Viana, mas depende de commodities.

📍 Rio Branco (AC), 27 de julho de 2025 — Em plena Expoacre 2025, entre sandálias de biojoia e discursos sobre exportação, Jorge Viana não apenas apareceu — ele se reposicionou. Ex-governador, ex-senador e atual presidente da ApexBrasil, Viana transformou uma fala institucional em uma espécie de soft launch da sua pré-campanha ao Senado. A frase “Onde eu estiver, tem Acre” não deixa dúvidas: o homem está de volta ao jogo — e quer mais que uma lembrança simpática na memória do eleitor.

Durante entrevista ao ac24horas neste domingo (27), na Expoacre, Jorge Viana discursou como presidente da ApexBrasil — mas falou como potencial candidato ao Senado. Usou o programa “Respira Acre” para exibir resultados na bioeconomia, alertou para o “tarifaço” dos EUA, citou Lula, infraestrutura, BR-364, ponte de Rodrigues Alves, Banco da Amazônia, carne acreana, e — no final — sinalizou que está “livre para voar” politicamente. Um discurso que vai da floresta à Faixa de Gaza, mas aterrissa sempre na mesma pista: sua própria candidatura em 2026.

O Acre como bandeira — e como biombo

Se depender da retórica, Jorge nunca saiu do Acre. Mas se depender da prática, também não ficou parado. Em dois anos na Apex, ajudou o estado a exportar mais de R$ 1 bilhão — número que ele repete com gosto. Ao falar da exposição de biojoias na Expoacre e da abertura de escritório em Lisboa, Viana tenta colar a imagem de um Acre globalizado, com “mãos talentosas” e “negócio sustentável”. Mas o que ele realmente está fazendo é reconstruindo sua própria narrativa de gestor que entrega — mesmo sem cargo.


Sobre tarifas, Trump e a arte de parecer neutro

Jorge aproveitou o palco da feira para dar aula de geopolítica. E bateu firme: as novas tarifas dos EUA podem encarecer em até 50% os produtos brasileiros. Expôs números, nomes, cifras bilionárias e alfinetou a diplomacia “de boteco” do Brasil. Mas, como quem não quer nada, também sugeriu que falta gente com voz lá em cima. Subtexto: comigo lá, seria diferente. O aviso foi dado — com gravata de diplomata, mas sangue de político.

Infraestrutura, Lula e o cheque prestes a ser assinado

Ao anunciar que Lula deve vir ao Acre no dia 8 de agosto, Viana assumiu o papel de roteirista do Planalto. Listou promessas que vão de tapa-buraco na BR-364 a pontes e exportações de carne. E não poupou críticas ao passado recente: “ficamos quatro anos sem investimento”. A conta é simples: se o anúncio vier, foi porque ele articulou. Se não vier, foi porque não deixaram. Em ambos os casos, ele segue no centro da narrativa.

A volta como missĂŁo, nĂŁo como vaidade

Viana foi didático: não quer se esconder atrás de cargos técnicos. Disse que não tem mandato, mas que “onde ele estiver, tem Acre”. E mais: admitiu que quer o Senado, mas sem rodeios ou disfarces. Tentou parecer relutante, mas no fim soltou: “Se eu for senador, depois tu me coloca pra governador, pronto”. Brincadeira? Teste de narrativa? Sondagem pública? Tudo junto — e de caso pensado.

Análise Cidade AC News

O Jorge que apareceu na Expoacre é uma versão 3.0: experiente, polido, internacionalizado — mas ainda com o sotaque político do velho Acre. Ele usa a ApexBrasil como trampolim e a feira como laboratório de retorno. E deixa claro que, em 2026, não quer ser cabo eleitoral de ninguém. Quer ser o nome.

“Onde eu estiver, tem Acre” é mais que uma frase de efeito — é uma senha. E, neste domingo, foi digitada em público.

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✍️ Eliton L. Muniz — Cidade AC News — Sistema Cidade de Comunicação — Rio Branco — Acre

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