Onda de calor persiste até dia 9: veja como fica o clima pós-Carnaval no Brasil

A quinta onda de calor de 2025, que começou a castigar o Brasil na segunda-feira, 3 de março, segue firme pelo menos até o próximo domingo, dia 9, afetando principalmente as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste com temperaturas entre 5°C e 7°C acima da média para esta época do ano. Durante o feriado de Carnaval, os termômetros registraram máximas que ultrapassaram os 34°C em São Paulo, 38°C no Rio de Janeiro e até 40°C em áreas do Rio Grande do Sul, como Uruguaiana e Santa Rosa, consolidando um dos períodos mais quentes já vividos no país em 2025. Esse fenômeno, intensificado pelas mudanças climáticas e pela formação de uma área de baixa pressão atmosférica, mantém o bloqueio de frentes frias, garantindo dias de sol intenso e pouca chuva significativa em vastas áreas. Em São Paulo, onde o calor predominou durante os desfiles no Anhembi e os blocos de rua, a previsão aponta mínimas de 19°C e máximas de 34°C até o fim de semana, com pancadas isoladas que não aliviam a sensação térmica elevada.

Além das altas temperaturas, a baixa umidade do ar e a falta de precipitações expressivas têm chamado a atenção de meteorologistas, que alertam para a necessidade de cuidados com hidratação e exposição ao sol. No Sul, a passagem de uma frente fria entre segunda e quarta-feira trouxe chuva forte ao Rio Grande do Sul, mas sem força para avançar ao restante da região, deixando Paraná e Santa Catarina sob o domínio do calor. Já no Centro-Oeste e no Nordeste, o clima varia entre sol escaldante e pancadas moderadas a fortes, especialmente no litoral leste, entre Natal e o sul da Bahia. Enquanto o país se recupera da folia, o calor persiste como protagonista, desafiando a população a se adaptar a um verão que, segundo dados históricos, já registra cinco ondas de calor apenas nos primeiros meses de 2025.

No pós-Carnaval, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre enfrentam realidades distintas, mas unidas pelo calor acima do normal. Na capital paulista, o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura prevê que o bloqueio atmosférico mantenha o predomínio de sol até o fim da semana, enquanto no Rio Grande do Sul, as chuvas da frente fria já se dissipam, dando lugar a temperaturas que voltam a subir. O cenário reflete um padrão climático cada vez mais extremo, impulsionado pelo aquecimento global, que eleva as médias térmicas e reduz a umidade em áreas críticas, como o interior do Sudeste e o Centro-Oeste, onde Goiás e Distrito Federal seguem com máximas de 32°C e pouca chuva.

Calor intenso no feriado: como o Carnaval enfrentou temperaturas recordes

Durante os dias de Carnaval, entre 1º e 4 de março, o Brasil viveu sob a influência direta da quinta onda de calor do ano, que transformou a folia em um teste de resistência para milhões de foliões. Em São Paulo, os desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi ocorreram com temperaturas entre 32°C e 34°C, enquanto os blocos de rua enfrentaram picos de calor e umidade relativa do ar em torno de 30% à tarde. No Rio de Janeiro, os termômetros marcaram de 36°C a 38°C, desafiando os participantes dos blocos tradicionais e as apresentações na Marquês de Sapucaí, onde o asfalto refletia o calor intenso e exigiu esforço extra das agremiações.

No Sul, o Rio Grande do Sul registrou máximas que chegaram a 40°C em cidades como Alegrete e Santo Ângelo, enquanto a Grande Porto Alegre viu termômetros ultrapassarem os 39°C na segunda-feira, dia 3. Apesar da frente fria que trouxe chuva forte ao estado entre segunda e quarta-feira, com acumulados de até 100 mm em algumas áreas, o calor voltou a predominar logo após a passagem do sistema, mantendo a onda térmica ativa. Em Belo Horizonte, a máxima atingiu 32°C, com pancadas de chuva à tarde que aliviaram momentaneamente o calor, mas não interromperam a folia nas ruas.

Bloqueio atmosférico: por que o calor não dá trégua

O fenômeno que sustenta essa onda de calor é um bloqueio atmosférico que impede a chegada de frentes frias às regiões Sul e Sudeste, mantendo o ar quente e seco sobre boa parte do Brasil. Esse sistema de alta pressão, típico de eventos climáticos extremos, tem sido agravado pelo aquecimento global, resultando em temperaturas 5°C a 7°C acima da média em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul e partes de Minas Gerais e Goiás. No litoral paulista e no norte do Rio Grande do Sul, as temperaturas ficam entre 3°C e 5°C acima do normal, um padrão que se repete em áreas do oeste da Bahia e sul do Piauí.

Previsão detalhada: o clima nos próximos dias

Após o Carnaval, o calor continua sendo o destaque na previsão do tempo em todo o país. Em São Paulo, as máximas devem se manter em 34°C até domingo, dia 9, com mínimas de 19°C e pancadas de chuva isoladas entre terça, dia 4, e quinta, dia 6, especialmente à tarde e no início da noite. No Rio de Janeiro, os termômetros seguem entre 36°C e 38°C, com chuvas pontuais que não refrescam significativamente o ambiente. Já em Porto Alegre, a frente fria que trouxe alívio no início da semana perde força, e as temperaturas voltam a subir, alcançando 35°C até o fim de semana.

No Centro-Oeste, Distrito Federal e Goiás enfrentam calor de 32°C com pouca chuva, enquanto Mato Grosso do Sul registra máximas de 36°C no sul do estado. No Nordeste, o litoral leste, entre Natal e Salvador, terá períodos de sol intercalados com pancadas moderadas a fortes, com temperaturas entre 30°C e 34°C. A ausência de chuvas significativas em áreas do interior reforça a baixa umidade, que pode chegar a 20% em cidades como Goiânia e Brasília, aumentando o risco de desconforto térmico e problemas respiratórios.

Cronograma climático: os dias mais quentes da semana

A onda de calor segue um calendário intenso, com picos térmicos previstos até o fim da semana. Confira os principais momentos:

  • 3 de março: Início oficial da onda de calor, com máximas de 40°C no Rio Grande do Sul e 34°C em São Paulo.
  • 4 a 6 de março: Calor persiste com pancadas isoladas em São Paulo, Rio e Belo Horizonte; frente fria enfraquece no Sul.
  • 7 a 9 de março: Temperaturas seguem 5°C a 7°C acima da média no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com sol predominante.

Esse cronograma reflete a duração estimada da onda de calor, que deve perder força apenas a partir da próxima semana, quando sistemas de baixa pressão podem começar a alterar o padrão climático.

Impactos regionais: calor e chuva no pós-Carnaval

O calor extremo tem afetado de forma desigual as regiões brasileiras, criando cenários distintos no pós-Carnaval. No Sul, a frente fria que passou pelo Rio Grande do Sul entre os dias 3 e 5 trouxe acumulados de chuva entre 50 mm e 100 mm em cidades como Campanha e Bagé, com rajadas de vento de até 100 km/h e risco de alagamentos. No entanto, o sistema não avançou para Santa Catarina e Paraná, onde o calor de 35°C segue predominante, com chuvas leves previstas apenas no litoral sul catarinense a partir da tarde de quarta-feira, dia 5.

No Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro enfrentam o calor intenso com pancadas isoladas que aliviam pouco a sensação térmica, enquanto Minas Gerais registra chuvas moderadas a fortes no centro-norte, incluindo a Grande Belo Horizonte, com acumulados de até 60 mm por hora. No Centro-Oeste, a umidade elevada e o calor criam condições para pancadas à tarde em Mato Grosso, mas Goiás e Distrito Federal permanecem secos, com temperaturas acima dos 32°C. No Norte, estados como Amazonas e Pará têm chuvas esparsas, enquanto o Nordeste combina sol forte no interior com precipitações no litoral.

Cuidados essenciais: como enfrentar o calor extremo

Diante das altas temperaturas e da baixa umidade, algumas medidas são indispensáveis para proteger a saúde nos próximos dias. A onda de calor exige atenção redobrada, especialmente em áreas urbanas onde o efeito das ilhas de calor intensifica o desconforto. Veja algumas dicas práticas:

  • Beba pelo menos 2 litros de água por dia, mesmo sem sentir sede, para evitar desidratação.
  • Evite exposição direta ao sol entre 10h e 16h, optando por horários mais frescos como início da manhã ou fim da tarde.
  • Use protetor solar com fator mínimo de 30 e reaplique a cada duas horas, especialmente em atividades ao ar livre.
  • Prefira roupas leves e claras, que refletem o calor e facilitam a ventilação do corpo.

Essas recomendações são cruciais em cidades como São Paulo e Rio, onde a combinação de calor e poluição pode agravar problemas respiratórios.

Efeitos climáticos: o papel das mudanças globais

O agravamento das ondas de calor no Brasil em 2025 está diretamente ligado às mudanças climáticas, que intensificam a frequência e a duração desses eventos. A formação de áreas de baixa pressão atmosférica, como a que sustenta o atual bloqueio, é um reflexo do aquecimento global, que eleva as temperaturas médias e reduz a entrada de massas de ar frio. Em fevereiro, São Paulo registrou uma média de 31,7°C, 2,7°C acima do esperado, marcando um dos meses mais quentes em 82 anos de medições. Esse padrão se repete agora em março, com cinco ondas de calor já contabilizadas no ano.

No Sul, o calor extremo foi seguido por temporais severos, enquanto o Centro-Oeste enfrenta estiagem prolongada, com umidade relativa abaixo de 30% em várias cidades. Esses contrastes evidenciam um clima mais instável, impulsionado pela concentração de gases de efeito estufa e pelo aquecimento dos oceanos, que evaporam mais rápido e alteram os padrões de chuva. O resultado é um verão mais quente e seco em boa parte do país, com impactos que vão desde o desconforto diário até riscos à saúde pública e à agricultura.

Perspectivas futuras: o que esperar do clima em março

Após o fim da onda de calor previsto para o dia 9, o clima no Brasil pode começar a mostrar sinais de mudança, mas as temperaturas devem permanecer acima da média ao longo de março. No Sudeste, pancadas de chuva mais frequentes são esperadas a partir da segunda semana do mês, especialmente em São Paulo e Minas Gerais, com acumulados que podem atingir 50 mm em áreas isoladas. No Sul, o calor deve dar uma trégua com a chegada de novas frentes frias, reduzindo as máximas para cerca de 28°C em Porto Alegre até meados do mês.

No Centro-Oeste e no Nordeste, a estiagem persiste no interior, enquanto o litoral nordestino segue com chuvas intermitentes, mantendo temperaturas entre 30°C e 34°C. O Norte, por sua vez, terá um aumento gradual das precipitações, aliviando o calor em estados como Amazonas e Pará. Apesar dessas projeções, o cenário climático permanece desafiador, com especialistas indicando que 2025 pode ser um dos anos mais quentes já registrados, superando os recordes de 2024, quando o planeta atingiu 1,5°C acima da média pré-industrial.