
A partir de 16 de junho de 2025, o Pix Automático, nova funcionalidade do sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil, estará disponível para todos os brasileiros, com anúncio oficial marcado para 4 de junho em São Paulo. Desenvolvida para facilitar cobranças recorrentes, como contas de luz, água, mensalidades escolares, planos de saúde e assinaturas, a ferramenta permite autorizações automáticas de pagamentos, eliminando a necessidade de confirmações manuais a cada transação. A modalidade, que promete maior praticidade para consumidores e eficiência para empresas, segue os padrões de segurança do Pix tradicional e será gratuita para pessoas físicas. O Banco do Brasil, pioneiro na implementação, disponibiliza o serviço desde 29 de maio, após testes bem-sucedidos. A iniciativa visa modernizar o sistema financeiro, reduzir custos operacionais e ampliar o acesso a pagamentos automáticos, especialmente para pequenas empresas.
A nova funcionalidade se diferencia do Pix Agendado Recorrente, que exige configurações manuais pelo usuário. No Pix Automático, empresas enviam solicitações de autorização diretamente aos clientes, que aprovam os débitos pelo aplicativo bancário. A ferramenta não depende de convênios bilaterais entre empresas e bancos, como no débito automático tradicional, o que simplifica o processo e beneficia negócios de todos os tamanhos.
- Objetivo principal: Simplificar pagamentos periódicos, como contas e assinaturas.
- Público-alvo: Pessoas físicas como pagadoras e empresas como recebedoras.
- Diferencial: Autorização única para débitos automáticos, sem confirmação mensal.
- Disponibilidade: A partir de 16 de junho, com adoção antecipada pelo Banco do Brasil.
Funcionalidade para consumidores
O Pix Automático foi projetado para trazer comodidade aos usuários. O cliente recebe uma notificação no aplicativo do banco ou instituição de pagamento com os detalhes da cobrança recorrente proposta pela empresa, como valor, periodicidade e duração. Após analisar os termos, o usuário pode aprovar a autorização com poucos cliques, permitindo que os pagamentos sejam debitados automaticamente nas datas estipuladas. A qualquer momento, é possível consultar, alterar ou cancelar as autorizações ativas diretamente pelo aplicativo, garantindo controle total sobre as transações.
A adesão também pode ser feita por meio de QR Codes fornecidos pelas empresas. Esses códigos permitem diferentes formas de ativação, como a autorização imediata para débitos automáticos ou o pagamento inicial manual com convite posterior para a adesão recorrente. Caso haja saldo insuficiente na conta na data do débito, o sistema prevê tentativas adicionais de cobrança, conforme regras definidas pelo Banco Central.
Benefícios para empresas
Empresas de diversos setores, incluindo concessionárias de serviços públicos, escolas, academias, condomínios e serviços de streaming, poderão utilizar o Pix Automático para gerenciar cobranças. A ferramenta elimina a necessidade de acordos complexos com bancos, comuns no débito automático tradicional, o que reduz custos operacionais e facilita a adesão de pequenas e médias empresas.
- Redução de inadimplência: Pagamentos automáticos garantem maior pontualidade.
- Flexibilidade: Suporta valores fixos ou variáveis e periodicidades ajustáveis.
- Gestão simplificada: Integração com plataformas como o BB Digital PJ para administração de recebíveis.
- Divisão de pagamentos: Empresas podem direcionar valores para até seis contas diferentes, no caso do Banco do Brasil.
A automatização das cobranças também oferece maior previsibilidade no fluxo de caixa, permitindo que negócios planejem suas finanças com mais segurança. Para ativar o serviço, as empresas precisam firmar um convênio com instituições financeiras, mas o processo foi simplificado, utilizando APIs ou arquivos padronizados.
Padrões de segurança
A segurança do Pix Automático segue os mesmos protocolos do Pix tradicional, com criptografia de ponta a ponta, autenticação robusta e rastreamento de todas as transações. Antes de qualquer cobrança, o cliente deve autorizar expressamente o débito, e as instituições financeiras são obrigadas a implementar soluções de gerenciamento de risco para identificar atividades suspeitas.
O Banco Central também reforçou medidas antifraude, exigindo que participantes do Pix verifiquem, a cada seis meses, possíveis marcações de fraude na base de dados do sistema. Dispositivos não cadastrados para transações acima de R$ 200,00 estão sujeitos a limites diários de R$ 1.000,00, garantindo maior proteção contra golpes.
Integração com sistemas bancários
Para oferecer o Pix Automático, bancos e instituições de pagamento precisaram adaptar suas plataformas. O Banco do Brasil, por exemplo, concluiu os testes exigidos pelo Banco Central com 100% de aderência, permitindo a liberação antecipada do serviço em 29 de maio de 2025. Outras instituições seguirão o cronograma oficial, com implementação obrigatória a partir de 16 de junho.
A integração envolve a criação de interfaces que permitam o envio de notificações push aos clientes, a gestão de autorizações e o processamento automático das transações. O sistema também suporta a comunicação constante com os usuários, enviando alertas sobre o status das cobranças, como confirmações de pagamento ou avisos de saldo insuficiente.
Fase de testes e preparação
Entre fevereiro e junho de 2025, o Banco Central coordenou uma fase de testes para garantir a interoperabilidade entre os sistemas das instituições financeiras. O objetivo foi validar a segurança, a eficiência e a compatibilidade da ferramenta em diferentes plataformas.
- Período de testes: Fevereiro a junho de 2025.
- Participantes: Bancos, fintechs e instituições de pagamento.
- Foco: Compatibilidade, segurança e experiência do usuário.
- Resultados: Banco do Brasil concluiu testes antes do prazo, outros bancos preparados para o lançamento.
A preparação incluiu ajustes nos aplicativos bancários para suportar as notificações e autorizações do Pix Automático, além de treinamentos para equipes de atendimento ao cliente.
Diferenças com o Pix Agendado
Embora ambos sejam voltados para pagamentos recorrentes, o Pix Automático e o Pix Agendado Recorrente têm propósitos distintos. O Pix Agendado, obrigatório desde outubro de 2024, permite que o próprio usuário configure transferências programadas, sendo ideal para pagamentos entre pessoas físicas, como aluguéis ou serviços autônomos. Já o Pix Automático é voltado para empresas, com autorizações gerenciadas diretamente pelo recebedor, sem necessidade de convênios bilaterais.
O Pix Agendado exige que o usuário defina manualmente cada transação, enquanto o Pix Automático automatiza o processo após uma única autorização. Essa distinção torna o Pix Automático mais adequado para negócios com grande volume de cobranças.
Adesão via QR Code
A utilização de QR Codes é um dos diferenciais do Pix Automático. Empresas podem gerar códigos personalizados que, ao serem escaneados, apresentam os detalhes da cobrança recorrente e permitem a autorização imediata.
- Adesão direta: Cliente autoriza o débito automático instantaneamente.
- Pagamento inicial manual: Cliente paga a primeira cobrança e ativa a recorrência posteriormente.
- Convite posterior: Cliente paga a primeira parcela e recebe um convite para autorizar débitos futuros.
Essa flexibilidade facilita a adesão, especialmente em pontos de venda físicos ou plataformas digitais, onde o cliente pode escanear o código diretamente no celular.
Setores beneficiados
Diversos setores da economia poderão adotar o Pix Automático para otimizar suas operações. Concessionárias de serviços públicos, como companhias de energia e água, poderão substituir boletos bancários por autorizações automáticas, reduzindo custos de emissão e processamento. Escolas e faculdades, que dependem de mensalidades fixas, também se beneficiarão da pontualidade nos pagamentos.
Outros setores, como academias, clubes de assinatura, serviços de streaming e planos de saúde, terão maior facilidade para gerenciar cobranças variáveis ou sazonais. A ferramenta também é vantajosa para condomínios, que enfrentam desafios com a inadimplência de taxas mensais.
Custos e acessibilidade
O Pix Automático será gratuito para pessoas físicas, garantindo ampla acessibilidade. Para empresas, as instituições financeiras poderão cobrar tarifas, que variam conforme a política de cada banco. O Banco Central não estipulou valores máximos, mas a expectativa é que a concorrência entre as instituições mantenha os custos acessíveis.
A ausência de taxas para consumidores deve incentivar a adesão, especialmente entre os brasileiros que já utilizam o Pix como principal meio de pagamento. Dados do Banco Central mostram que, no primeiro trimestre de 2025, o Pix representou 46% das transações pessoa a pessoa e 41% das transações pessoa a empresa no Brasil.
Expansão do ecossistema Pix
O lançamento do Pix Automático é parte de um conjunto de iniciativas do Banco Central para modernizar o sistema financeiro brasileiro. Além do Pix Automático, outras funcionalidades, como o Pix por aproximação, já estão em fase de implementação, com testes iniciados em novembro de 2024 e lançamento para o público em 28 de fevereiro de 2025.
A introdução do Pix em parcelas, prevista para setembro de 2025, também complementará o ecossistema, permitindo compras de maior valor sem dependência de cartões de crédito. Essas inovações reforçam a posição do Pix como o principal meio de pagamento no Brasil, superando métodos tradicionais como boletos e transferências bancárias.
Ajustes regulatórios
Para suportar o Pix Automático, o Banco Central publicou, em julho de 2024, as Resoluções BCB nº 402 e nº 403, que atualizaram o regulamento do Pix. Essas normas definiram os procedimentos operacionais, os requisitos de segurança e as responsabilidades das instituições participantes. A Resolução BCB nº 360, de 2023, também foi ajustada para incluir as regras específicas do Pix Automático.
As instituições financeiras foram orientadas a implementar soluções de gerenciamento de risco, como a verificação periódica de fraudes e o uso de dispositivos cadastrados para transações de maior valor. Essas medidas visam garantir a confiabilidade do sistema e proteger os usuários contra atividades fraudulentas.
Participação das instituições financeiras
A partir de 1º de janeiro de 2025, apenas instituições autorizadas pelo Banco Central poderão aderir ao Pix, conforme a Resolução BCB nº 429. Essa regra visa reforçar a supervisão do sistema financeiro e garantir a qualidade do serviço. Instituições já participantes, mas sem autorização, têm prazos escalonados até 2026 para regularização.
Bancos e fintechs que oferecem o Pix Automático devem cumprir exigências contábeis e de auditoria, além de fornecer informações detalhadas sobre clientes e transações ao Banco Central. Essas medidas aumentam a transparência e a segurança do sistema.
Expectativas para o lançamento
O evento de lançamento do Pix Automático, marcado para 4 de junho em São Paulo, contará com a presença de representantes do Banco Central, instituições financeiras e empresas. A iniciativa é vista como um marco na digitalização dos pagamentos no Brasil, com potencial para reduzir custos operacionais e ampliar o acesso a serviços financeiros.
A adoção antecipada pelo Banco do Brasil demonstra a viabilidade da ferramenta, e outras instituições já sinalizaram preparativos para oferecer o serviço a partir de 16 de junho. A expectativa é que o Pix Automático se torne uma alternativa amplamente utilizada, especialmente em setores com alta dependência de cobranças recorrentes.
