Na manhã desta quarta-feira, 23 de julho de 2025, o nível do Rio Acre em Rio Branco voltou a registrar nova queda, marcando apenas 1,60 metro na régua do Segundo Distrito, segundo boletim emitido pela Defesa Civil municipal. Desde o início da semana, o volume do rio apresentou redução progressiva de cerca de 4 centímetros por dia, reflexo direto da ausência de chuvas na região e do agravamento do período de estiagem que atinge boa parte do estado do Acre. A situação vem sendo monitorada de forma intensiva pelas autoridades desde meados de junho, quando os primeiros sinais de vazante acentuada começaram a surgir nos afluentes da bacia.
A Defesa Civil, em parceria com o Instituto de Meteorologia e Recursos Hídricos do Acre (IMRH/AC), alerta que, se o ritmo de queda continuar nos próximos dias, o manancial poderá alcançar patamares críticos semelhantes aos verificados em anos anteriores, especialmente durante a severa estiagem de 2016, quando o nível chegou a 1,30 metro. A baixa do rio tem impacto direto não apenas na navegação e no transporte fluvial de comunidades ribeirinhas, mas também no abastecimento de água da capital e na captação realizada pela Estação de Tratamento da Sanacre.
O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, reforçou que as equipes permanecem de prontidão para qualquer acionamento, e que o município já estuda estratégias emergenciais caso a estiagem se intensifique nas próximas semanas. “Estamos diante de um cenário de seca prolongada, com baixos índices pluviométricos e pressão sobre os recursos hídricos. As comunidades que dependem do rio para deslocamento, pesca e consumo devem redobrar a atenção, e a população urbana também pode ser afetada com possíveis racionamentos nos horários de pico”, afirmou.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que o mês de agosto inicie com chuvas abaixo da média histórica no Acre, especialmente nas regiões do Alto e Baixo Acre. Essa condição, somada às temperaturas elevadas e à baixa umidade relativa do ar, cria um ambiente propício ao aumento do risco de incêndios florestais, doenças respiratórias e agravamento da vulnerabilidade em áreas de ocupação irregular. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que já notificou pelo menos 12 moradores por queimadas ilegais somente nas últimas 72 horas, e que a fiscalização será intensificada nos bairros periféricos e ramais próximos à zona urbana.
A situação da vazante também afeta diretamente as atividades econômicas da região. Pequenos agricultores, barqueiros e pescadores relatam dificuldades de locomoção em trechos críticos dos rios e igarapés, como no Amapá, no São Francisco e no Espalha. Em algumas áreas mais afastadas, como no Polo Benfica e Ramal da Castanheira, produtores de hortaliças têm enfrentado limitações no acesso à água para irrigação, o que pode comprometer a oferta de alimentos nas feiras da cidade nos próximos dias.
A Sanacre, por sua vez, informou que, apesar da redução no nível do Rio Acre, o abastecimento de água ainda está operando normalmente, mas que a autarquia vem adotando medidas preventivas para evitar desperdícios e garantir regularidade. Entre as ações, estão o reforço na limpeza dos canais de captação e o ajuste no tempo de funcionamento de bombas, com foco na economia e no controle do uso nos horários de maior demanda.
A população também pode colaborar economizando água, evitando o uso excessivo em lavagem de calçadas, irrigação e abastecimento de piscinas. Escolas públicas da rede municipal iniciaram nesta semana uma campanha de conscientização sobre a crise hídrica, envolvendo estudantes e professores em ações educativas sobre uso racional dos recursos naturais.
O governo do estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e do Corpo de Bombeiros, já iniciou a operação Acre Sem Fogo 2025, com foco no monitoramento das áreas de maior risco de incêndios florestais, principalmente no entorno da BR-364, ramais e áreas de mata urbana. Os primeiros pontos de alerta foram registrados no bairro Belo Jardim, no Ramal da Piçarreira e na área rural do Polo Hélio Pimenta.
A Defesa Civil reforça que qualquer cidadão pode acionar os órgãos de emergência pelo telefone 193 (Bombeiros) ou pelo WhatsApp institucional da Defesa Civil: (68) 99941-5012. O alerta é para que todos colaborem, especialmente no cuidado com resíduos, queimadas e uso consciente da água. O cenário de vazante é natural nesta época do ano, mas o agravamento exige atenção redobrada e planejamento coletivo para evitar desabastecimento e outros transtornos.
Eliton Lobato Muniz – Cidade AC News – Rio Branco – Acre
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