Ícone do site Cidade AC News | Notícias do Acre, Amazônia e Brasil

Naluh chama Gladson de “assassino” e expõe guerra aberta entre governo e Tribunal de Contas

“Conselheira Naluh Gouveia durante evento em que chamou o governador Gladson Cameli de assassino.”

“Conselheira Naluh Gouveia durante evento em que chamou o governador Gladson Cameli de assassino.”

Em evento sobre feminicídio, conselheira dispara contra o governador. Governo reage pedindo afastamento da relatora e avalia processo judicial. O Acre assiste a mais um capítulo da política feita a facão.

“Governador Gladson Cameli reage às declarações da conselheira Naluh Gouveia em meio a crise com o TCE.”

O estopim

O Acre não é para amadores. Na última segunda-feira (18), num evento sobre feminicídio, a conselheira do Tribunal de Contas do Estado, Naluh Gouveia, resolveu dispensar eufemismos e atirar no peito do governador: “assassino”.

Não foi cochicho em roda de amigos, não foi desabafo de bastidor. Foi microfone ligado, auditório cheio e pauta sensível. Resultado: em segundos, a fala virou manchete, munição política e crise institucional.

O governo parte pro contra-ataque

O Palácio Rio Branco fez o que sempre faz quando acuado: chamou o jurídico. Foram protocolados dois pedidos de afastamento de Naluh da relatoria das contas de 2024. A acusação? Perdeu a neutralidade técnica — como se neutralidade fosse artigo de prateleira disponível em Brasília.

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) estuda se transforma a treta em ação civil ou criminal. Tradução: estão decidindo se a conselheira vai responder no tribunal de contas ou no tribunal da vara comum.

O TCE no fio da navalha

Agora a batata quente está no colo da presidente do TCE-AC, Dulcineia Benicio.

Ou seja: qualquer decisão será interpretada como política. E de técnica, sobrou pouco.

A palavra que gruda

Chamar alguém de “assassino” não é detalhe semântico. É rótulo. E rótulo gruda. Não importa se Naluh depois diga que foi “analogia”. A palavra já se espalhou no imaginário coletivo, principalmente num estado que amarga estatísticas vergonhosas de violência contra mulheres.

Na prática, Gladson agora carrega um estigma simbólico que não se apaga com coletiva ou release chapa-branca. A oposição agradece: ganhou uma narrativa pronta, dita por alguém com cargo de peso.

Entre metáfora e míssil

Aliados de Naluh tentam suavizar: foi metáfora, não acusação literal. Mas o problema é quem falou. Um conselheiro de contas não é militante de esquina. Sua palavra tem valor institucional. Se usa o termo “assassino”, mesmo que como figura de linguagem, lança um míssil — não uma flor.

Conclusão

O episódio mostra que, no Acre, a fronteira entre debate público e guerra política é fina como lâmina de facão. Naluh preferiu a contundência ao protocolo. Gladson preferiu a retaliação ao silêncio. O povo assiste de camarote — entre um feminicídio real e uma briga simbólica — vendo mais uma vez os poderes locais transformarem tragédia social em munição de palanque.

Se essa é a liturgia da política acreana, estamos diante de um espetáculo onde cada palavra é faca, e cada silêncio é calculado.


✍️ Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
📲 Baixe os apps do grupo: App Apple Store | App Android Store
📰 Leia Notícias: cidadeacnews.com.br
📻 Rádio Ao Vivo: radiocidadeac.com.br

 

Sair da versão mobile