Dois medicamentos têm dominado as conversas sobre tratamento de diabetes tipo 2 e controle de peso: Mounjaro e Ozempic. Em 2025, a competição entre esses fármacos, amplamente utilizados para melhorar a glicemia e promover a perda de peso, ganhou ainda mais destaque, com pacientes e médicos avaliando qual oferece os melhores resultados. Ambos pertencem à classe dos agonistas do receptor GLP-1, mas suas diferenças em composição, eficácia, custos e aplicação geram debates intensos. Enquanto o Ozempic, com seu princípio ativo semaglutida, já é consolidado no mercado, o Mounjaro, baseado na tirzepatida, vem conquistando espaço com promessas de maior potência. A escolha entre eles depende de fatores como objetivos do paciente, efeitos colaterais e condições financeiras, já que os preços ainda representam um desafio para muitos.
O Mounjaro, desenvolvido pela Eli Lilly, diferencia-se por atuar simultaneamente em dois receptores hormonais, GLP-1 e GIP, o que potencializa seus efeitos no controle glicêmico e na redução de peso. Aprovado inicialmente para diabetes tipo 2, o medicamento mostrou resultados impressionantes em estudos clínicos, com pacientes perdendo até 20% do peso corporal em alguns casos. Já o Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk, é conhecido por sua eficácia consistente, com perdas de peso na faixa de 10% a 15% e um perfil de segurança bem estabelecido. Ambos são administrados por injeções subcutâneas semanais, mas o Mounjaro tem atraído atenção por sua ação dupla, que pode oferecer vantagens em cenários específicos.
No Brasil, a popularidade desses medicamentos cresceu exponencialmente, impulsionada por depoimentos de celebridades e influenciadores nas redes sociais. No entanto, o acesso ainda é limitado pelo alto custo, especialmente para quem busca usá-los fora das indicações aprovadas, como no emagrecimento estético. Programas de assistência e negociações com sistemas de saúde têm tentado ampliar a disponibilidade, mas as diferenças de preço entre Mounjaro e Ozempic seguem influenciando a decisão de pacientes. Além disso, efeitos colaterais como náuseas e problemas gastrointestinais são relatados em ambos, exigindo acompanhamento médico rigoroso.

Como funcionam Mounjaro e Ozempic
A base do sucesso de Mounjaro e Ozempic está na forma como imitam hormônios naturais do corpo. O Ozempic utiliza a semaglutida, que estimula os receptores GLP-1, aumentando a secreção de insulina, reduzindo a liberação de glucagon e desacelerando o esvaziamento gástrico. Esse mecanismo ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue e promove saciedade, contribuindo para a perda de peso. Pacientes relatam menor vontade de comer alimentos calóricos, o que facilita mudanças no estilo de vida.
Já o Mounjaro vai além. Sua tirzepatida combina a ativação dos receptores GLP-1 com os de GIP, outro hormônio envolvido no metabolismo. Essa dupla ação amplifica a regulação da glicemia e intensifica a queima de gordura, o que explica os resultados mais expressivos em estudos de perda de peso. A combinação torna o Mounjaro especialmente eficaz para pacientes com resistência à insulina severa, embora a resposta varie de pessoa para pessoa.
Ambos os medicamentos exigem prescrição médica e são indicados principalmente para diabetes tipo 2. No entanto, o uso off-label para emagrecimento tem crescido, especialmente após a aprovação de versões específicas, como o Wegovy (semaglutida para obesidade) e o Zepbound (tirzepatida para o mesmo fim). A escolha entre eles depende de fatores como tolerância aos efeitos colaterais e metas terapêuticas, com médicos avaliando o histórico de cada paciente antes de iniciar o tratamento.
Principais diferenças em cinco pontos
Mounjaro e Ozempic têm semelhanças, mas também características distintas que impactam a decisão dos pacientes. Aqui estão os pontos mais relevantes:
- Mecanismo de ação: Ozempic atua apenas no receptor GLP-1, enquanto Mounjaro combina GLP-1 e GIP, potencializando efeitos.
- Eficácia na perda de peso: Estudos mostram Mounjaro com até 20% de redução de peso, contra 10-15% do Ozempic.
- Indicação primária: Ambos são aprovados para diabetes tipo 2, com uso crescente para obesidade em versões específicas.
- Efeitos colaterais: Náuseas, diarreia e vômitos são comuns nos dois, mas Mounjaro pode ter maior intensidade inicial.
- Administração: Injeções semanais para ambos, com doses ajustadas conforme orientação médica.
Eficácia no controle de diabetes
Controlar a glicemia é o objetivo principal de Mounjaro e Ozempic, e ambos se destacam nessa função. Ensaios clínicos demonstraram que o Ozempic reduz a hemoglobina glicada (HbA1c) em cerca de 1,5% a 2% após seis meses de uso, um resultado que transforma a vida de pacientes com diabetes tipo 2. A semaglutida age de forma estável, ajudando a manter os níveis de açúcar no sangue sob controle mesmo em casos de resistência à insulina moderada. Pacientes relatam maior disposição e menos picos glicêmicos, o que reduz complicações a longo prazo, como neuropatia e problemas cardiovasculares.
O Mounjaro, por sua vez, eleva o padrão. Estudos indicam reduções de HbA1c de até 2,5% em alguns casos, graças à ação combinada de GLP-1 e GIP. Essa potência é especialmente benéfica para pacientes com diabetes mal controlado, que não respondem bem a outros tratamentos. A tirzepatida também melhora o perfil lipídico, reduzindo colesterol LDL, o que agrega valor ao tratamento. No entanto, a intensidade dos efeitos exige monitoramento para evitar hipoglicemia, especialmente em quem usa outros medicamentos, como insulina.
A escolha entre os dois muitas vezes recai sobre o perfil do paciente. Para quem precisa de um controle glicêmico robusto e tem obesidade associada, o Mounjaro pode ser mais vantajoso. Já o Ozempic é frequentemente preferido por quem busca um tratamento consagrado, com menos risco de efeitos colaterais intensos no início. Em ambos os casos, a adesão ao tratamento e mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios, são essenciais para maximizar os benefícios.
Perda de peso como diferencial
A perda de peso tornou-se um dos maiores atrativos de Mounjaro e Ozempic, mesmo para quem não tem diabetes. O Ozempic, com sua versão para obesidade (Wegovy), já demonstrou resultados sólidos. Pacientes com índice de massa corporal (IMC) elevado conseguiram reduzir entre 10% e 15% do peso inicial após um ano de uso, com melhorias significativas em comorbidades como hipertensão e apneia do sono. A saciedade prolongada e a redução do apetite são os principais responsáveis, permitindo que os pacientes mantenham dietas menos calóricas sem sofrimento.
Mounjaro, no entanto, parece levar a vantagem nesse quesito. Ensaios clínicos com a tirzepatida, especialmente na formulação Zepbound, registraram perdas de peso de até 22,5% em pacientes obesos após 72 semanas. Esses números superam os do Ozempic em quase todos os cenários, colocando o Mounjaro como uma opção promissora para quem busca emagrecimento significativo. A ação no receptor GIP parece potencializar a queima de gordura visceral, o que também reduz riscos cardiovasculares associados à obesidade.
Apesar dos números impressionantes, nem todos os pacientes alcançam resultados tão expressivos. Fatores como genética, adesão ao tratamento e hábitos diários influenciam os desfechos. Além disso, a perda de peso tende a estabilizar após o primeiro ano, exigindo manutenção com doses contínuas ou ajustes no plano terapêutico. Médicos alertam que interromper o uso pode levar à recuperação do peso, o que reforça a importância de um acompanhamento prolongado.
Efeitos colaterais em foco
Nenhum medicamento é isento de riscos, e Mounjaro e Ozempic compartilham um perfil semelhante de efeitos colaterais. Náuseas são a queixa mais comum, afetando cerca de 20% dos usuários nas primeiras semanas. Vômitos, diarreia e desconforto abdominal também aparecem, especialmente durante a fase de adaptação, quando as doses são aumentadas gradualmente. Para o Ozempic, esses sintomas tendem a diminuir com o tempo, e muitos pacientes relatam tolerância após o primeiro mês.
O Mounjaro, por sua ação mais potente, pode causar efeitos iniciais mais intensos. Estudos apontam que até 30% dos usuários experimentam náuseas moderadas a graves no começo, embora a maioria se adapte após algumas semanas. Problemas menos comuns, como pancreatite e cálculos biliares, foram relatados em ambos, mas são raros. Pacientes com histórico de doenças gastrointestinais precisam de avaliação cuidadosa antes de iniciar qualquer um dos dois.
A monitorização médica é indispensável. Ajustes na dose, hidratação adequada e uma dieta leve nas primeiras semanas ajudam a minimizar os desconfortos. Pacientes também devem estar atentos a sinais de complicações, como dores abdominais persistentes, que exigem atenção imediata. A escolha entre os medicamentos pode levar em conta a tolerância individual, com o Ozempic sendo uma opção mais suave para alguns.
Custos desafiam o acesso
O preço de Mounjaro e Ozempic é um obstáculo significativo, especialmente no Brasil, onde os medicamentos não são amplamente cobertos pelo sistema público de saúde. O Ozempic, disponível há mais tempo, tem um custo médio de R$ 800 a R$ 1.200 por mês, dependendo da dose (0,5 mg ou 1 mg). Programas de desconto da Novo Nordisk ajudam a reduzir o valor para alguns pacientes, mas o gasto anual ainda pesa no orçamento.
Mounjaro, mais recente no mercado, tende a ser ainda mais caro, com preços variando entre R$ 1.200 e R$ 1.800 mensais para doses padrão. A Eli Lilly também oferece iniciativas de acesso, mas a disponibilidade é limitada. Para quem usa os medicamentos off-label, como no emagrecimento estético, os custos são integralmente arcados pelo paciente, já que planos de saúde raramente cobrem essa indicação.
A diferença de preço reflete, em parte, a inovação do Mounjaro, mas também levanta questões sobre acessibilidade. Em países como os Estados Unidos, programas de seguro têm ampliado a cobertura, mas no Brasil, a maioria dos usuários depende de clínicas particulares. A busca por alternativas genéricas ou biossimilares pode mudar esse cenário nos próximos anos, mas, por enquanto, o custo permanece uma barreira para muitos.
Comparação de custos e acesso
Os valores de Mounjaro e Ozempic variam conforme a região e o fornecedor, mas alguns pontos ajudam a entender o impacto financeiro:
- Ozempic: R$ 800 a R$ 1.200 por mês, com descontos em programas de fidelidade.
- Mounjaro: R$ 1.200 a R$ 1.800 mensais, com disponibilidade limitada em algumas cidades.
- Cobertura: Planos de saúde cobrem apenas indicações para diabetes, com restrições para obesidade.
- Uso off-label: Emagrecimento estético não é reembolsado, elevando o custo total.
- Alternativas: Genéricos ainda não estão disponíveis, mas são esperados para 2026.
Impacto cardiovascular e outros benefícios
Além do controle de diabetes e da perda de peso, Mounjaro e Ozempic oferecem benefícios cardiovasculares. Estudos com Ozempic mostram uma redução de até 26% no risco de eventos como infarto e derrame em pacientes com diabetes tipo 2 e histórico cardiovascular. A semaglutida melhora a pressão arterial e os níveis de colesterol, contribuindo para a saúde do coração a longo prazo.
O Mounjaro também apresenta resultados promissores. Ensaios clínicos indicam que a tirzepatida reduz o risco cardiovascular em percentuais semelhantes, com vantagens adicionais na diminuição de gordura visceral, um fator crítico para doenças cardíacas. Pacientes com obesidade e diabetes que usam o medicamento relatam melhorias na capacidade física e na qualidade de vida, o que reforça seu potencial além do controle glicêmico.
Esses benefícios dependem de um uso contínuo e de um estilo de vida saudável. A combinação dos medicamentos com exercícios regulares e uma dieta equilibrada amplifica os efeitos, reduzindo a necessidade de intervenções mais invasivas, como cirurgias bariátricas. Médicos destacam que os ganhos cardiovasculares são um diferencial importante na escolha entre os dois fármacos.
Popularidade e uso off-label
A fama de Mounjaro e Ozempic transcendeu o ambiente médico, impulsionada por celebridades e redes sociais. No Brasil, o uso off-label para emagrecimento estético explodiu, com clínicas oferecendo os medicamentos para pacientes sem diabetes ou obesidade clínica. Essa prática, embora controversa, aumentou a demanda, pressionando estoques e elevando preços. Autoridades de saúde alertam para os riscos de uso sem supervisão, já que efeitos colaterais podem ser graves sem acompanhamento adequado.
O Ozempic, por estar no mercado há mais tempo, lidera nesse segmento. Depoimentos de famosos que perderam peso rapidamente com o medicamento criaram uma aura de “solução milagrosa”, embora médicos reforcem que os resultados exigem disciplina. O Mounjaro, mais novo, começa a ganhar espaço nesse mercado, especialmente entre quem busca perdas de peso mais rápidas. No entanto, a falta de regulamentação para uso estético preocupa especialistas, que defendem maior controle na prescrição.
A popularidade também gerou um mercado paralelo, com vendas irregulares em plataformas online. Pacientes são orientados a adquirir os medicamentos apenas em farmácias certificadas, já que falsificações podem trazer riscos graves à saúde. A conscientização sobre o uso responsável é um desafio crescente em 2025, à medida que mais pessoas buscam esses fármacos.
Disponibilidade no Brasil
No Brasil, o acesso a Mounjaro e Ozempic é restrito a farmácias especializadas e clínicas particulares. O Ozempic está disponível desde 2018, com uma rede de distribuição consolidada. Farmácias em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, mantêm estoques regulares, mas cidades menores enfrentam dificuldades de abastecimento. O Mounjaro, aprovado mais recentemente, ainda enfrenta barreiras logísticas, com disponibilidade concentrada nas capitais.
A Anvisa regula ambos os medicamentos, exigindo receita médica para compra. A inclusão no SUS permanece distante, já que o custo elevado dificulta negociações com o governo. Algumas operadoras de saúde cobrem parcialmente o tratamento para diabetes, mas pacientes com obesidade raramente conseguem reembolso. A expectativa é que a concorrência entre os laboratórios pressione os preços nos próximos anos, tornando os fármacos mais acessíveis.
Para quem depende do sistema privado, clínicas de endocrinologia oferecem pacotes que incluem consultas e acompanhamento, mas os valores acumulados podem ultrapassar R$ 15 mil por ano. A busca por programas de assistência, como os oferecidos pelos fabricantes, é uma alternativa para aliviar o impacto financeiro.
Futuro dos tratamentos em 2025
O cenário para Mounjaro e Ozempic em 2025 é de crescimento contínuo. A Novo Nordisk anunciou investimentos para aumentar a produção de semaglutida, visando atender à demanda global. A Eli Lilly, por sua vez, planeja expandir a distribuição de Mounjaro, com foco em mercados emergentes como o Brasil. Novas indicações, como o tratamento de doenças hepáticas gordurosas, estão em estudo, o que pode ampliar o alcance dos medicamentos.
A competição entre os dois fármacos deve intensificar a inovação. Outros laboratórios já desenvolvem agonistas de GLP-1 com administração oral, uma alternativa às injeções que pode revolucionar o mercado. Enquanto isso, Mounjaro e Ozempic seguem como referências, com resultados que transformam a vida de milhões de pacientes. A escolha entre eles dependerá de avanços clínicos, acessibilidade e preferências individuais.
Cronograma de aprovações e lançamentos
A trajetória de Mounjaro e Ozempic reflete o ritmo acelerado da pesquisa farmacêutica. Aqui estão os marcos mais importantes:
- 2017: Ozempic é aprovado nos EUA para diabetes tipo 2.
- 2018: Ozempic chega ao Brasil, consolidando-se como referência.
- 2021: Wegovy, versão de semaglutida para obesidade, é lançado globalmente.
- 2022: Mounjaro recebe aprovação nos EUA para diabetes tipo 2.
- 2023: Zepbound, tirzepatida para obesidade, entra no mercado americano.
- 2024: Mounjaro começa a ser distribuído no Brasil, com foco em grandes centros.
Escolha depende do paciente
Decidir entre Mounjaro e Ozempic exige uma avaliação cuidadosa. O Ozempic oferece um histórico robusto, com eficácia comprovada e um perfil de segurança bem conhecido. É a escolha ideal para quem busca estabilidade e menor risco de efeitos colaterais intensos. Pacientes com diabetes controlado e necessidade moderada de perda de peso tendem a se beneficiar de sua ação consistente.
Mounjaro, por outro lado, é a aposta para quem precisa de resultados mais agressivos. Sua ação dupla o torna especialmente eficaz para casos de obesidade severa ou diabetes mal controlado, mas exige maior tolerância inicial. O custo mais elevado também pesa na decisão, especialmente para tratamentos prolongados. Médicos recomendam exames detalhados e consultas regulares para definir o melhor caminho.
Independentemente do medicamento, o sucesso do tratamento depende de um plano integrado. Dieta equilibrada, atividade física e acompanhamento psicológico potencializam os efeitos, ajudando os pacientes a alcançar metas de saúde a longo prazo. Em 2025, Mounjaro e Ozempic seguem como aliados poderosos, cada um com suas forças, na luta contra o diabetes e a obesidade.