Um depoimento comovente e indignado de uma moradora de Sena Madureira que enfrenta um câncer agressivo desde o nascimento de suas filhas gêmeas tem ganhado repercussão nas redes sociais. Valcione, que vive há décadas na cidade, usou suas redes para relatar o descaso que tem sofrido por parte da antiga gestão municipal, comandada pelo ex-prefeito Mazinho Serafim, a quem ela chegou a considerar amigo pessoal.
No vídeo, Valcione explica que, após a volta agressiva da doença, seus médicos optaram por um novo protocolo de tratamento com uma medicação de alto custo. A Justiça determinou que os custos fossem divididos entre o Estado e a Prefeitura de Sena Madureira. O Estado cumpriu sua parte. A prefeitura, sob comando de Mazinho, não.
“Até hoje, eu nunca recebi a medicação pela Prefeitura de Sena Madureira”, desabafa Valcione, com a voz embargada. “O ex-prefeito subia em palanques, usava os eventos da cidade, dizia que tudo estava resolvido, que o meu remédio já estava garantido, mas isso nunca aconteceu.”
Ela relata que Mazinho chegou a usar sua situação em eventos públicos, dizendo que ajudaria no custeio do medicamento com prazer e compromisso com a vida. No entanto, passados meses da determinação judicial e do início do tratamento garantido pelo Estado, a contrapartida municipal nunca chegou.
“Estamos em abril, e ele nunca entregou a medicação que a Justiça determinou lá em setembro. Enquanto isso, ele segue a vida normal, contratando jogador para time… E eu fico pensando: como é que alguém consegue dormir depois de fazer promessas desse tipo?”, questiona Valcione, que diz estar nos últimos frascos do medicamento.
Apesar da decepção, ela reconhece as melhorias na saúde durante a parceria da Prefeitura com a Santa Casa, mas frisa que gratidão não impede a cobrança por justiça. “Minha índole não permite ingratidão. Fui abençoada com aquela parceria. Mas justiça é justiça. Não posso calar diante do que estou vivendo.”
Valcione agradece à Justiça de Sena Madureira por priorizar a vida, e também a Deus por permitir que suas filhas, cuja expectativa era de que não conhecessem a mãe, estejam prestes a completar dois anos. “Hoje eu estou aqui lutando pela vida. E enquanto eu tiver forças, vou continuar lutando.”