Lyandra Costa, filha do saudoso cantor sertanejo Leandro, enfrentou momentos de angústia após ser diagnosticada com coqueluche, uma doença infectocontagiosa, apenas oito dias após o nascimento de sua filha Isabela, em maio de 2025, em Goiânia. A dermatologista, que não havia tomado a vacina recomendada durante a gestação, temia pela saúde da recém-nascida, ainda sem imunização. A situação se agravou com o diagnóstico de coronavírus em seu filho mais velho, José, de dois anos, e pneumonia na própria Lyandra. Orientada por uma infectologista, ela adotou medidas rigorosas, como uso de máscara e antibióticos para toda a família, para proteger a bebê. A experiência levou a médica a alertar sobre a importância da vacinação, destacando que a coqueluche é uma doença evitável.
A notícia abalou os fãs do cantor Leandro, que faleceu em 1998, e trouxe à tona discussões sobre prevenção de doenças respiratórias. Lyandra, única filha mulher do artista, nasceu do casamento com Andréa Mota e é mãe de dois filhos. A caçula, Isabela, com apenas 22 dias na época do ocorrido, esteve no centro das preocupações. O caso reflete um aumento de casos de coqueluche no Brasil, com registros crescendo em estados como São Paulo e Paraná em 2024.
A seguir, detalhes do ocorrido:
- Diagnósticos simultâneos: Lyandra contraiu coqueluche, José teve coronavírus, e a mãe ainda enfrentou pneumonia.
- Medidas de proteção: Uso de máscara, luvas, álcool em gel e antibióticos foram essenciais para evitar a transmissão à bebê.
- Apoio médico: Uma infectologista de Goiânia orientou a continuidade da amamentação com cuidados redobrados.
Alerta sobre vacinação
Lyandra revelou que a vacina contra coqueluche, recomendada a partir da 20ª semana de gestação, poderia ter evitado o drama. No Brasil, a vacina dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para gestantes e profissionais de saúde que lidam com recém-nascidos. A médica admitiu não ter repetido a dose durante a gravidez de Isabela, o que a deixou vulnerável à bactéria Bordetella pertussis. Dados do Ministério da Saúde apontam que a cobertura vacinal em gestantes no Brasil está abaixo do ideal, com taxas de 41,40% para a dTpa em adultos em São Paulo em 2024. A vacinação é crucial para transferir anticorpos ao feto, protegendo o bebê nos primeiros meses de vida.
O caso de Lyandra reforça a necessidade de manter o calendário vacinal em dia. Crianças recebem a vacina pentavalente, que inclui proteção contra coqueluche, aos dois, quatro e seis meses, com reforços aos 15 meses e aos quatro anos. A baixa adesão à imunização tem contribuído para o aumento de casos, com 139 registros em São Paulo no primeiro semestre de 2024, um salto de 768,7% em relação ao mesmo período de 2023.
Diagnósticos e desafios
A coqueluche, conhecida como tosse comprida, é causada pela bactéria Bordetella pertussis e caracteriza-se por crises de tosse intensa, que podem levar a vômitos e dificuldades respiratórias. Em recém-nascidos, a doença é especialmente perigosa, podendo causar apneia, convulsões e até morte. Lyandra relatou o pânico ao descobrir o diagnóstico, temendo que Isabela, com apenas oito dias, já estivesse infectada. Felizmente, exames indicaram que a bebê não contraiu a bactéria, mas a situação exigiu cuidados extremos.
A médica começou a sentir sintomas no domingo, com tosse persistente, e imediatamente adotou o uso de máscara, o que ela acredita ter sido decisivo para proteger Isabela. O diagnóstico foi confirmado por exames laboratoriais, como a coleta de secreção nasofaríngea, recomendada antes do início da antibioticoterapia. A infectologista orientou o uso de antibióticos, como azitromicina, para Lyandra, Isabela e todos os contatos próximos, reduzindo o risco de transmissão.
Medidas de isolamento
Para proteger os filhos, Lyandra tomou decisões difíceis. José, diagnosticado com coronavírus, foi levado para a casa da avó, enquanto a dermatologista se mudou para sua residência, ainda em reforma, acompanhada apenas por uma babá. Durante uma semana, ela manteve contato mínimo com Isabela, aproximando-se apenas para amamentar, sempre com máscara, luvas e álcool em gel. A babá assumiu os cuidados diários da bebê, garantindo que a mãe, ainda infecciosa, não a colocasse em risco.
A estratégia de isolamento foi essencial para conter a propagação das doenças. A coqueluche tem um período de transmissão que vai do quinto dia após o contato até três semanas após o início da fase paroxística, marcada por tosses intensas. O uso de antibióticos reduz esse período para cerca de cinco dias, segundo o Ministério da Saúde. A experiência foi descrita por Lyandra como “horrível”, destacando o peso emocional de se afastar dos filhos em um momento tão delicado.
Impacto emocional
O diagnóstico triplo – coqueluche, coronavírus e pneumonia – trouxe um peso psicológico significativo para Lyandra. A médica relatou noites de ansiedade, com medo de transmitir as doenças à filha recém-nascida. A orientação da infectologista, que pediu calma e confiança, foi um ponto de apoio crucial. A dermatologista também destacou sua fé, mencionando que se sentiu guiada a usar máscara antes mesmo da confirmação do diagnóstico.
A situação mobilizou a família, com a mãe de Lyandra assumindo os cuidados de José para evitar interações entre os irmãos. A pequena Isabela, apesar do risco, permaneceu saudável, com exames virais negativos. A rápida ação médica e os cuidados preventivos foram determinantes para o desfecho positivo.
Aumento de casos no Brasil
O caso de Lyandra reflete um cenário preocupante no Brasil, onde a coqueluche tem registrado crescimento. Em São Paulo, os 139 casos no primeiro semestre de 2024 contrastam com os 8 registros no mesmo período de 2023. No Paraná, 16 casos foram notificados entre janeiro e junho de 2024, colocando o estado como o quarto com maior incidência. Dados nacionais mostram que crianças menores de um ano representam mais de 52% dos casos entre 2019 e 2023, seguidas por crianças de um a quatro anos, com 22%.
Fatores como a redução das taxas de vacinação e o diagnóstico tardio contribuem para o avanço da doença. A coqueluche é altamente contagiosa, transmitida por gotículas de saliva durante tosse, espirros ou fala. A bactéria sobrevive pouco fora do corpo humano, mas a proximidade com uma pessoa infectada aumenta o risco. O período de incubação varia de 4 a 21 dias, com média de 5 a 10 dias.
Prevenção e cuidados
A vacinação permanece a principal arma contra a coqueluche. Além da dTpa para gestantes, o calendário infantil inclui:
- Pentavalente: Aplicada aos 2, 4 e 6 meses, protege contra coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B.
- Tríplice bacteriana (DTP): Reforços aos 15 meses e aos 4 anos, focados em coqueluche, difteria e tétano.
- dTpa para adultos: Recomendada para maiores de 7 anos, especialmente gestantes e profissionais de saúde.
Outras medidas preventivas incluem:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete.
- Cobrir a boca ao tossir ou espirrar, preferencialmente com lenço descartável.
- Evitar contato próximo com pessoas com sintomas respiratórios.
Papel da amamentação
Lyandra foi orientada a manter a amamentação, mesmo com coqueluche, desde que tomasse precauções. A infectologista destacou que o contato inicial já havia ocorrido, e a amamentação poderia transferir anticorpos à bebê, ainda que em menor quantidade devido à ausência da vacina materna. O uso de máscara durante o aleitamento minimizou o risco de transmissão aérea.
Estudos indicam que a amamentação, mesmo em casos de infecções maternas, pode ser segura com cuidados adequados. A decisão de Lyandra de continuar amamentando, sob orientação médica, reflete práticas recomendadas em situações semelhantes, desde que a mãe não apresente complicações graves.
Casos em recém-nascidos
Recém-nascidos, como Isabela, são especialmente vulneráveis à coqueluche devido ao sistema imunológico imaturo. A doença pode causar:
- Crises de apneia, com pausas na respiração.
- Convulsões, devido à falta de oxigenação.
- Pneumonia, como ocorreu com Lyandra, que pode ser fatal em bebês.
- Desidratação, decorrente de vômitos intensos.
A internação é frequente em casos confirmados em bebês, com necessidade de isolamento respiratório e suporte intensivo. A ausência de sintomas em Isabela foi um alívio, mas o caso reforça a gravidade da coqueluche em menores de um ano.
Orientação médica
A infectologista de Goiânia desempenhou um papel central na condução do caso. Além de prescrever antibióticos, ela ofereceu suporte emocional, enfatizando a importância de ações rápidas e confiança no tratamento. A abordagem incluiu:
- Monitoramento constante dos sintomas de Lyandra e Isabela.
- Exames laboratoriais para confirmar a ausência de infecção na bebê.
- Profilaxia com antibióticos para todos os contatos próximos, incluindo familiares e cuidadores.
A orientação de manter a amamentação com cuidados foi baseada em diretrizes do Ministério da Saúde, que priorizam a proteção do recém-nascido sem interromper o vínculo mãe-filho.