Coluna do Ton | Cidade AC News
Enquanto se discute shows milionários, parques, praças e clubes seguem no abandono.
O lazer no Acre segue precário. Enquanto se discute shows milionários, parques, praças e clubes seguem no abandono. O Ton já avisou. A deputada Michelle Melo propôs vedar shows milionários quando houver dívidas do Estado, mas a verdadeira pergunta é: se não tem show, pra onde eu vou e ver o quê?”
O vazio do lazer acreano
Pra onde eu vou e ver o quê? Essa pergunta, simples e direta, é a radiografia do lazer no Acre. Enquanto políticos discutem se é certo ou não gastar com um show nacional, a vida real mostra praças abandonadas, parques sem segurança, clubes fechados e balneários sem estrutura. O povo não quer apenas festa de fim de semana — quer opção, dignidade e continuidade.
Shows como anestesia
Não se trata de negar que um show nacional emociona. Para muitos, é o único momento de contato com artistas de renome sem precisar sair do estado. Mas transformar isso na única política de lazer é enganar. É dar ao povo um comprimido de felicidade por uma noite, enquanto durante todo o ano sobra tédio, escuridão e abandono.
Querem empurrar o povo pra onde?
Querem que a gente faça o quê? Fique olhando vitrine de shopping repetida, semana após semana? Querem que a juventude se contente com bares sem estrutura? Querem que as famílias se arrisquem em banhos sem segurança? O Acre não oferece alternativa. O lazer aqui é fraco — mais fraco que água de arroz.
O contraste político
Quem tem mandato, viaja. Deputado, vereador, prefeito: esses podem dizer “semana que vem vou a Brasília, Goiânia, São Paulo”. O povo não. Para o trabalhador comum, o lazer é aquele que o Estado cria ou permite existir dentro do Acre. E o que o Estado entrega? Nada.
Municípios fora de escala
Os pequenos municípios querem todos ser “capitais por uma noite”, contratando dois ou três shows nacionais como se tivessem orçamento de metrópole. Resultado: dívidas, cortes e discursos. Enquanto isso, a praça central continua sem lâmpada, a quadra sem pintura, o clube fechado e o balneário tomado pelo lixo. O erro não é trazer música, é trocar prioridades por holofote.
Lazer como direito social
Lazer não é luxo, é direito social. O show é o ápice, não a base. A base deveria ser parques vivos, praças seguras, clubes abertos, banhos limpos. Isso não existe. O Acre não precisa de menos festa, precisa de mais coerência. Porque lazer de verdade é todo dia, e não só no calendário político.
Pra onde eu vou e ver o quê? A resposta, hoje, é: nada.
Fecho
Enquanto se discute o custo de um show nacional, a ausência de lazer diário segue intocada. O povo acreano não precisa ser punido com proibição, mas respeitado com prioridade. Cadê os parques, cadê as praças, cadê os clubes, cadê os banhos? Querem empurrar o povo pra onde? No Acre, a resposta continua sendo: lugar nenhum.
O Ton já avisou.
Sugestões de links externos
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IBGE – Pesquisa de Cultura e Lazer → fortalece a crítica com dados nacionais.
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Lei de Responsabilidade Fiscal – Tesouro Nacional → base legal para a fala da Michelle Melo.
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Ministério do Turismo – Política Nacional de Cultura Viva → referência para política pública de lazer/cultura.
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Editorial de Jornalismo Portal Cidade AC | News — Rio Branco — Acre / Brasil
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