Uma falha no sistema judiciário brasileiro chocou moradores de Cotia, na Grande São Paulo, no final de abril de 2025. Pedro Henrique dos Santos Vasconcelos, suspeito de participar do assalto à casa dos pais de Bruna Biancardi em novembro de 2023, foi detido por policiais militares. Horas depois, ele saiu pela porta da frente da delegacia, livre, devido à ausência do mandado de prisão no sistema consultado. O caso expôs fragilidades na comunicação entre órgãos judiciais e policiais.
O crime, ocorrido na residência de Edson e Telma Ribeiro, pais da influenciadora e esposa de Neymar Jr., marcou a cidade. Três homens armados invadiram o imóvel em um condomínio fechado, aproveitando um apagão causado por um temporal. Eles roubaram joias, bolsas de grife e relógios, deixando o casal amarrado com cadarços.
A rápida ação policial identificou os suspeitos, mas a recente soltura de Pedro reacendeu a indignação pública. A falha, amplamente noticiada por programas como o “Fantástico”, levantou debates sobre a eficiência da Justiça. Alguns pontos destacam a gravidade do episódio:
- Planejamento do crime: Um vizinho da família liderou a invasão, usando informações privilegiadas.
- Erro sistêmico: O mandado de prisão não apareceu no sistema policial.
- Pressão midiática: A cobertura jornalística intensificou as críticas às autoridades.
Detalhes do assalto em Cotia
Na madrugada de 7 de novembro de 2023, três criminosos invadiram a casa de Edson e Telma Ribeiro, no condomínio São Paulo II, em Cotia. O grupo aproveitou a falta de energia elétrica, causada por um temporal, para desligar o sistema de segurança do imóvel. Armados com pistolas, os assaltantes renderam o casal, exigindo objetos de valor. Telma foi levada à cozinha sob ameaça, enquanto Edson permaneceu imobilizado no quarto.
O roubo durou cerca de 25 minutos, com prejuízo estimado entre R$ 500 mil e R$ 600 mil. Entre os itens levados estavam cinco relógios de luxo, três bolsas de marcas internacionais e joias, incluindo presentes da filha do casal, Mavie. As câmeras de segurança do condomínio, alimentadas por gerador, capturaram imagens do veículo usado pelos criminosos, um Ford Fusion.
A investigação revelou que o mentor do crime, Eduardo Seganfredo Vasconcelos, era vizinho da família. Com apenas 19 anos na época, ele usou sua biometria para facilitar a entrada dos comparsas. As gravações também identificaram Pedro Henrique, então com 18 anos, e um terceiro suspeito, conhecido apenas como “Europa”.
- Itens roubados: Relógios, bolsas de grife e joias de alto valor.
- Condições do crime: Apagão permitiu ação sem resistência.
- Identificação: Câmeras do condomínio foram cruciais para a investigação.
- Perfil do mentor: Eduardo, morador recente, planejou o roubo.

A falha judicial que liberou o suspeito
Em abril de 2025, Pedro Henrique foi detido por policiais militares em Cotia. A expectativa era que ele respondesse pelo assalto de 2023, mas a consulta ao sistema policial não localizou o mandado de prisão. Horas depois, o jovem deixou a delegacia, gerando revolta entre a família Ribeiro e a população local.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) explicou que o mandado contra Pedro foi emitido sob sigilo durante a fase de inquérito, o que o tornava invisível em consultas públicas. A assessoria do tribunal afirmou que a polícia poderia ter acessado o documento em sistemas internos, sugerindo um erro operacional. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que todas as redes foram consultadas, mas o mandado não apareceu.
A falha expôs problemas crônicos na integração entre sistemas judiciais e policiais. Especialistas apontaram que a falta de unificação em plataformas de mandados dificulta o trabalho das autoridades. O caso ganhou destaque no “Show da Vida”, com críticas à credibilidade do sistema judiciário.
Investigação inicial e prisões
A Polícia Civil agiu rapidamente após o assalto de 2023. As imagens das câmeras do condomínio permitiram identificar Eduardo Vasconcelos, que confessou o crime. Ele revelou que planejou o roubo com Pedro Henrique, apelidado “Urso”, e “Europa”. O trio se reuniu na noite anterior, em um bar na zona oeste de São Paulo, para acertar os detalhes.
Eduardo, preso horas após o crime, permanece detido na cadeia de Cotia, aguardando julgamento. Sua prisão preventiva foi decretada devido ao histórico criminal, que inclui tráfico de drogas em 2022. Pedro, por outro lado, escapou da captura inicial e só foi detido em 2025, quando a falha judicial permitiu sua liberação. O terceiro suspeito, “Europa”, segue foragido.
A delegada Mônica Gamboa, responsável pelo caso, destacou a audácia dos criminosos. Eles sabiam que a casa pertencia aos pais de Biancardi e miraram objetos de alto valor. A investigação também apurou que Eduardo tinha dívidas de R$ 26 mil com traficantes, o que pode ter motivado o crime.
- Confissão de Eduardo: O jovem admitiu liderar o assalto.
- Planejamento prévio: Reunião em bar na véspera do crime.
- Dívidas: Motivação financeira impulsionou Eduardo.
- Foragido: “Europa” permanece sem identificação.
Reação da família Ribeiro
Edson e Telma Ribeiro descreveram o assalto como “uma noite de terror” em nota ao “Fantástico”. O casal agradeceu por estar vivo, mas expressou indignação com a invasão de sua casa. Eles evitaram aparições públicas, focando na segurança da família e na recuperação emocional.
Bruna Biancardi, que não estava no imóvel durante o crime, usou as redes sociais para pedir respeito à privacidade. Sua assessoria emitiu comunicados reforçando a confiança na Justiça, mas a soltura de Pedro gerou nova onda de críticas. A influenciadora, mãe de Mavie e à espera de outra filha com Neymar, manteve discrição sobre o caso.
A família contratou segurança adicional após o assalto. A casa em Cotia, que já contava com câmeras internas, passou por reforços no sistema de alarme. A experiência traumática levou os Ribeiro a repensar a exposição pública, especialmente após a repercussão midiática.
Cobertura midiática intensa
O caso ganhou ampla cobertura em programas como o “Fantástico” e o “Show da Vida”. O segmento do “Show da Vida”, apresentado por Poliana Abritta e Maria Júlia Coutinho, revelou mensagens trocadas por Eduardo antes do assalto, expondo o planejamento do crime. O advogado de Eduardo, Marcos Antonio Antunes Barbosa, classificou a falha judicial como um golpe à credibilidade do sistema.
A imprensa destacou o perfil de Eduardo, que já havia invadido casas no mesmo condomínio em 2021. Sua necessidade de notoriedade, apontada pela delegada Gamboa, foi explorada em reportagens. A cobertura também trouxe à tona a vulnerabilidade de condomínios de alto padrão, mesmo com sistemas de segurança avançados.
Nas redes sociais, o caso viralizou. Internautas compartilharam hashtags como #JustiçaFalha, criticando a soltura de Pedro. Fãs de Biancardi expressaram solidariedade, enquanto outros cobraram punições mais severas. A pressão online levou a SSP a emitir notas sobre as investigações.
- Programas de TV: “Fantástico” e “Show da Vida” detalharam o caso.
- Redes sociais: Hashtags e memes questionaram o sistema judicial.
- Perfil de Eduardo: Reportagens exploraram seu histórico criminal.
- Demanda pública: Internautas pediram mais segurança em Cotia.
Histórico criminal de Eduardo
Eduardo Vasconcelos, hoje com 21 anos, já tinha passagens pela polícia antes do assalto. Em 2021, ainda menor, ele foi acusado de furtos em residências do condomínio São Paulo II. Detido por seis meses, foi liberado, mas voltou a delinquir. Em 2022, foi preso em Avaré por vender cocaína e crack, recebendo uma pena de 1 ano e 8 meses em regime aberto.
O advogado de Eduardo alegou que o jovem enfrentava problemas com drogas, acumulando dívidas que o levaram ao crime. A delegada Gamboa destacou seu “perfil criminológico”, voltado para a glamourização do crime. A prisão preventiva de 2023 mantém Eduardo detido, mas a falha com Pedro reacendeu debates sobre reabilitação de jovens infratores.
A reincidência de Eduardo levanta questões sobre a eficácia do sistema penal. Sua participação no assalto, planejada com detalhes, mostrou um padrão de comportamento criminoso que preocupa as autoridades. A polícia continua monitorando suas conexões para identificar outros envolvidos.
Busca por “Europa”
O terceiro suspeito, conhecido apenas como “Europa”, segue foragido. As câmeras do condomínio mostraram o homem no banco traseiro do Ford Fusion, mas sua identidade permanece desconhecida. Eduardo confirmou sua participação, descrevendo-o como um comparsa experiente. A polícia acredita que ele pode estar ligado a outros roubos na região.
A delegada Mônica Gamboa pediu ajuda da população para localizá-lo. Informações anônimas podem ser enviadas à Polícia Civil, que mantém o caso sob sigilo. A ausência de avanços frustra as autoridades e a família Ribeiro, que teme novos crimes.
A busca por “Europa” é uma prioridade, mas a falta de pistas concretas dificulta o trabalho. A polícia intensificou operações em Cotia, com foco em áreas conhecidas por atividades criminosas. A captura do suspeito é vista como essencial para encerrar o caso.
Segurança no condomínio
O assalto revelou falhas na segurança do condomínio São Paulo II. A biometria de Eduardo facilitou a entrada dos comparsas, expondo fragilidades no controle de acesso. Moradores cobraram mudanças, como revisão do sistema biométrico e aumento da vigilância.
A administração do condomínio anunciou melhorias após o crime. Novas câmeras de alta resolução foram instaladas, e a equipe de segurança passou por treinamentos. Geradores mais potentes foram adquiridos para evitar vulnerabilidades durante apagões. Apesar das medidas, a confiança dos moradores segue abalada.
O temporal de novembro de 2023 foi um fator decisivo para o crime. A falta de energia deixou o condomínio exposto, permitindo que os assaltantes agissem sem resistência. As mudanças implementadas buscam garantir maior proteção, mas o caso de Pedro reacendeu a insegurança.
- Câmeras novas: Equipamentos instalados em 2024 reforçam a vigilância.
- Treinamento: Guardas passaram por cursos de segurança.
- Geradores: Ampliação da capacidade para suportar apagões.
- Demanda dos moradores: Revisão de acessos e barreiras físicas.
Esforços para corrigir o sistema
O TJ-SP anunciou medidas para evitar novas falhas judiciais. A integração entre sistemas policiais e judiciais está sendo revisada, com foco na atualização de mandados em tempo real. Treinamentos para policiais e funcionários do Judiciário foram intensificados, visando melhorar o acesso a documentos sigilosos.
A SSP prometeu investigar o erro que liberou Pedro. Um relatório interno apura falhas no sistema consultado pelos policiais. Operações para recapturar o suspeito estão em andamento, com reforço na vigilância em Cotia.
Especialistas defendem a adoção de plataformas unificadas para mandados de prisão. Projetos piloto em São Paulo testam sistemas com acesso imediato, mas a implementação enfrenta limitações orçamentárias. O caso de Cotia destaca a urgência de modernizar o sistema judiciário.
- Revisão tecnológica: Sistemas judiciais passam por atualização.
- Treinamento policial: Cursos para acesso a mandados sigilosos.
- Relatório da SSP: Investigação interna apura o erro.
- Plataformas unificadas: Projetos piloto testam soluções modernas.