Mais de 150 mil atendimentos já realizados mostram que solidariedade também é política pública

Juntos pelo Acre: Solidariedade que Transforma Vidas:
No coração da Amazônia Ocidental, onde rios serpenteiam quilômetros de floresta e a chuva molda o ritmo da vida, um movimento de solidariedade vem transformando o modo como o Estado se relaciona com o seu povo. O “Juntos pelo Acre” nasceu como uma iniciativa do governo estadual para levar serviços públicos essenciais a comunidades isoladas, mas o que começou como um programa itinerante tornou-se um símbolo de empatia, presença e cidadania.
Em um estado onde o acesso a direitos básicos ainda é um desafio, o projeto representa uma nova forma de governar: próxima, humana e participativa. É o Acre se reencontrando com o próprio povo.
O nascimento de um movimento

A ideia do programa surgiu da constatação de uma realidade que todo acreano conhece bem: há lugares no estado onde o tempo parece ter parado. Para muitos moradores de comunidades ribeirinhas ou vilas de difícil acesso, tirar um documento, fazer um exame médico ou atualizar o cadastro em um programa social é uma tarefa que pode levar dias — às vezes, semanas.
“Era comum encontrar famílias inteiras viajando de barco durante dois, três dias só para conseguir uma consulta simples”, lembra a vice-governadora Mailza Assis, uma das principais articuladoras da iniciativa. “Queríamos mudar essa lógica, mostrar que o governo também é cuidado, carinho, presença.”
A proposta ganhou força em 2023, quando o governo decidiu unir todas as secretarias e órgãos estaduais para criar um mutirão de cidadania que pudesse percorrer o Acre de ponta a ponta. Assim nasceu o “Juntos pelo Acre” — mais do que um projeto administrativo, um movimento social que leva o Estado até onde o povo está.
Em cada edição, o programa transforma escolas, ginásios e praças em polos de serviços públicos, com centenas de atendimentos em um só dia. O objetivo é simples: aproximar o governo da população e garantir que direitos básicos não sejam privilégio de quem vive perto da capital.
O Acre profundo e o desafio da distância
Com pouco mais de 164 mil quilômetros quadrados, o Acre é um estado de dimensões continentais e baixa densidade populacional. Quase metade do território é coberta por floresta, e o acesso terrestre é limitado. Em muitos municípios, como Jordão, Santa Rosa do Purus e Marechal Thaumaturgo, o único caminho é o rio.
Essas características tornam qualquer ação pública uma missão logística complexa. Caminhões, aviões e embarcações precisam ser mobilizados para transportar estruturas, medicamentos, documentos e equipes técnicas. Tudo isso para garantir que, por alguns dias, uma comunidade inteira possa acessar serviços que, em circunstâncias normais, estariam a centenas de quilômetros de distância.

Apesar das dificuldades, o esforço compensa. Em cada edição, centenas de pessoas se reúnem desde as primeiras horas da manhã. Filas se formam diante das tendas montadas nos pátios das escolas. Crianças brincam enquanto pais esperam atendimento médico. É uma cena que se repete com entusiasmo e emoção.
O “Juntos pelo Acre” não é apenas uma ação administrativa — é uma mensagem de reconhecimento, uma forma de o Estado dizer a cada cidadão: “você importa.”
A engrenagem da cidadania
Por trás do impacto visível, há uma estrutura complexa. Em cada cidade, o programa mobiliza dezenas de órgãos e parceiros. As tendas se dividem por temas: saúde, documentação, assistência social, orientação jurídica, educação e lazer.

Entre os serviços mais procurados estão a emissão de documentos — RG, CPF, certidões de nascimento e casamento, título de eleitor —, além de atendimentos médicos e odontológicos, vacinação, exames preventivos e distribuição de medicamentos.
Também há orientação profissional e encaminhamento para o mercado de trabalho, atendimento jurídico e psicossocial, espaços de lazer e atividades culturais para crianças e jovens.
O formato itinerante é comparado por muitos a uma “cidade em movimento”, capaz de reunir em um único local os principais serviços públicos do estado. Para comunidades que nunca haviam recebido uma ação desse porte, a chegada da caravana é um evento aguardado com alegria e esperança.
A força da presença feminina

Uma das marcas do “Juntos pelo Acre” é a liderança humanizada da vice-governadora Mailza Assis. Desde o início do projeto, ela faz questão de acompanhar pessoalmente as edições, conversar com moradores e ouvir histórias de vida.
“Quando uma mãe me agradece pela consulta do filho ou quando um idoso me mostra o novo documento com orgulho, é ali que entendo o valor de cada esforço. Não é só serviço, é humanidade”, afirma Mailza.
Esse estilo de liderança transformou o programa em uma marca pessoal de empatia. Em muitas comunidades, a presença de Mailza é recebida com abraços e orações. Ela ouve relatos, conforta famílias e reforça a ideia de que política pública também pode ser afeto.
O engajamento pessoal da vice-governadora contribuiu para que o programa ganhasse identidade e se consolidasse como uma das principais ações sociais do estado.
Saúde em movimento
Entre as ações do programa Juntos pelo Acre, a saúde tem se destacado como uma das áreas de maior impacto. Pacientes renais que realizam tratamento no Serviço de Nefrologia da Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre) foram surpreendidos com a entrega de agasalhos doados pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) e pela Defesa Civil Estadual.
A iniciativa beneficiou dezenas de pacientes, em um momento marcado por emoção. O coordenador da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, destacou a importância de oferecer conforto a quem passa horas conectado às máquinas de hemodiálise, em um ambiente mantido a baixa temperatura. Segundo ele, ações como essa continuarão em outras unidades e comunidades do estado.
Mais do que uma simples entrega, o gesto simbolizou acolhimento e cuidado humano. A assistente social Nágila Rocha, da SEASDH, ressaltou que o objetivo é demonstrar sensibilidade e empatia do governo com quem mais precisa.

A gerente de enfermagem do setor, Christiane Lopes, reforçou que os agasalhos são essenciais para o bem-estar dos pacientes, já que o ambiente de hemodiálise é climatizado a 22 graus, conforme normas de controle hospitalar.
A ação integra o compromisso do Juntos pelo Acre em promover cuidados que unem saúde, solidariedade e dignidade, levando mais que atendimento médico — levando calor humano e esperança a quem enfrenta a rotina de tratamento.
Cidadania para todas as idades
O “Juntos pelo Acre” se destaca também por integrar diferentes gerações em um mesmo espaço de convivência. O Centro de Convivência do Idoso em Feijó, é fruto de uma emenda parlamentar de R$ 1,4 milhão, destinada por Mailza Assis quando era senadora. Desde então, o espaço se consolidou como ponto de encontro, lazer, saúde e socialização para centenas de idosos do município.

O prefeito de Feijó, Railson Ferreira, destacou a importância de valorizar os idosos e anunciou melhorias na estrutura do espaço. “Hoje é um dia de celebração, mas também de compromisso. Nossa vice-governadora está aqui, trazendo novidades, e nós, como gestão, seguimos trabalhando para tornar este centro cada vez mais aconchegante. Vocês merecem, porque já contribuíram muito para o nosso município”, afirmou.
A vice-governadora Mailza ressaltou a alegria de reencontrar os idosos do município e reforçou que saúde e bem-estar na terceira idade são prioridades.
“Que bom ver nossa terceira idade cuidada, feliz, se exercitando. Isso é um remédio para o corpo e para a alma. Quero parabenizar a gestão municipal pelo investimento neste espaço e reafirmar que seguiremos trabalhando juntos para trazer mais melhorias, como ventilação, atendimento médico e equipamentos de saúde”, disse.
Histórias que dão rosto à transformação
O programa Juntos pelo Acre tem se destacado pelo humanismo e pelo impacto social de suas ações. Mais do que levar serviços e atendimento, o programa transforma histórias, aproximando pessoas e mobilizando profissionais e voluntários em prol de quem mais precisa.
Em uma das ações que fizeram diferença, equipes do Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec) e da Secretaria de Estado de Governo (Segov) uniram forças para preparar refeições destinadas às pessoas atingidas pelas enchentes. Profissionais da instituição, entre merendeiras, professores e equipe administrativa, trabalharam juntos para garantir que alimentos chegassem rapidamente à população em situação de vulnerabilidade.

A ação é um exemplo claro de como o Juntos pelo Acre vai além de políticas públicas: mobiliza pessoas, gera solidariedade e transforma vidas com pequenos gestos de cuidado, mostrando que cada história impactada é também uma vitória da cidadania e da empatia.
A rede de solidariedade

Embora seja uma ação coordenada pelo governo estadual, o sucesso do “Juntos pelo Acre” depende da colaboração de muitos. Prefeituras, escolas, igrejas, associações comunitárias e voluntários se unem para garantir que cada edição aconteça.
Em muitos municípios, professores cedem salas de aula, comerciantes doam alimentos e estudantes atuam como monitores. Essa mobilização espontânea cria um sentimento de pertencimento e reforça os laços sociais.
Segundo Mailza Assis, é essa união que faz o programa crescer:
“Sozinhos podemos ir mais rápido, mas juntos vamos muito mais longe. É esse espírito que move o ‘Juntos pelo Acre’.”
Os números confirmam o alcance: milhares de atendimentos em saúde, cidadania e assistência social; centenas de documentos emitidos por edição; e um impacto que vai além das estatísticas — medido no sorriso de quem é atendido.
Economia e inclusão
Os efeitos econômicos do programa também são significativos. Com documentos atualizados, muitas pessoas conseguem acessar benefícios sociais, formalizar negócios e até abrir contas bancárias.

Além disso, a presença de profissionais de orientação financeira e empreendedores locais fortalece a economia das cidades. Oficinas de capacitação e palestras sobre empreendedorismo feminino, agricultura familiar e finanças pessoais ajudam a transformar conhecimento em renda.
Da política pública ao sentimento coletivo
Com o passar das edições, o “Juntos pelo Acre” foi se transformando em algo maior do que uma ação de governo. Tornou-se uma expressão de identidade coletiva.

De acordo com levantamento da equipe técnica, mais de 150 mil atendimentos já foram realizados em diferentes áreas desde a primeira edição. Os serviços incluem desde o simples cadastro até cirurgias de pequena complexidade, mostrando que a eficiência administrativa pode caminhar lado a lado com o compromisso social.
Juntos pelo Acre no Outubro Rosa leva exames de mamografia
Durante as ações do Outubro Rosa, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) tem garantido acesso facilitado a exames de mamografia gratuitos, reforçando o compromisso com a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Entre as beneficiadas está Raimunda Gomes, de 79 anos, moradora da Vila da Amizade, na regional Vila Acre. A aposentada deixou o local com o exame agendado para o Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon), sem precisar enfrentar longos deslocamentos.

“A oportunidade de marcar aqui é muito mais cômoda e confortável, porque nem precisamos sair do bairro. Só temos a agradecer por os serviços virem até a gente”, contou dona Raimunda, com um sorriso de gratidão.
A ação integra o conjunto de atividades itinerantes promovidas pela Sesacre, que tem levado atendimentos e orientações sobre saúde da mulher a diferentes regiões do estado, aproximando os serviços do público e fortalecendo a cultura da prevenção como melhor forma de cuidado.
O futuro do programa

Diante do sucesso, o governo do Acre estuda transformar o “Juntos pelo Acre” em uma política pública permanente, com calendário fixo e orçamento anual garantido.
A ideia é que cada edição não dependa apenas de decisão administrativa, mas seja parte de uma estratégia contínua de inclusão. O objetivo é alcançar, até 2026, todos os municípios e distritos rurais do estado, priorizando comunidades indígenas e populações tradicionais.
Mailza Assis resume a visão de futuro:
“Queremos um Acre onde todos se sintam cuidados e respeitados. O ‘Juntos pelo Acre’ não é apenas um programa, é um movimento social que veio para ficar.”
Para ela, a continuidade é essencial para consolidar a cultura de aproximação entre Estado e cidadão. “Cada edição é uma prova de que governar também é servir. É ouvir e agir. É se colocar no lugar do outro.”
O legado da empatia
O “Juntos pelo Acre” já entrou para a memória afetiva do povo. Em comunidades isoladas, o nome do programa se confunde com o próprio conceito de presença do Estado.

Crianças lembram dos dias de brincadeiras e atendimento. Idosos recordam o momento em que receberam seus documentos. Famílias guardam as lembranças das consultas e dos gestos de carinho.
Mais do que resultados administrativos, o programa deixa um legado humano — o da empatia como política pública.
Num país onde a distância entre governo e povo ainda é grande, o Acre mostra que é possível aproximar mundos. Que é possível levar dignidade até onde antes só chegava o silêncio.
E que, quando se age juntos, realmente, pelo Acre, a solidariedade deixa de ser discurso e se transforma em vida real.




















