Julho começou com temperaturas geladas no Distrito Federal, registrando mínima de 9,7°C no Gama e 11,8°C no Plano Piloto, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O céu claro, com pouca nebulosidade, intensifica a sensação de frio, enquanto a umidade relativa do ar varia entre 30% e 90%. O Inmet emitiu um alerta amarelo devido à baixa umidade, que deve se agravar nas próximas semanas, exigindo cuidados com a saúde e o meio ambiente. A ausência de chuvas e os ventos de baixa a moderada velocidade reforçam o quadro típico do inverno na região. O fenômeno da amplitude térmica, com manhãs frias e tardes mais quentes, também marca o período, com máximas previstas de até 28°C.
O meteorologista Olívio Bahia, do Inmet, destaca que o clima seco ainda está dentro da normalidade, mas exige atenção. Diferentemente do ano passado, quando a seca chegou mais cedo, 2025 apresenta um cenário de transição gradual para condições mais críticas. A seguir, o texto detalha o panorama climático, os impactos na saúde, as recomendações de prevenção e os cuidados ambientais para enfrentar o inverno no DF.
Alerta amarelo e condições climáticas
O Inmet classificou o Distrito Federal em alerta amarelo, indicando risco moderado devido à baixa umidade relativa do ar. Esse nível, embora não crítico, pode causar desconforto respiratório e aumentar a incidência de alergias, especialmente em grupos vulneráveis como crianças e idosos. A umidade entre 30% e 90% reflete a variação típica do inverno, com picos mais altos pela manhã e quedas significativas à tarde, quando o calor se intensifica.
A mínima de 9,7°C, registrada no Gama, reflete a influência de massas de ar frio que predominam no Centro-Oeste durante o inverno. No Plano Piloto, os 11,8°C sentidos na madrugada reforçam o padrão de temperaturas abaixo da média para a região. A ausência de nebulosidade contribui para a perda de calor durante a noite, explicando as manhãs geladas. Já as máximas, que podem atingir 28°C no DF e 26°C no Plano Piloto, são impulsionadas pela radiação solar intensa em um céu predominantemente claro.
Olívio Bahia explica que a amplitude térmica será uma característica marcante nos próximos dias. Esse fenômeno ocorre quando a diferença entre as temperaturas mínima e máxima é significativa, exigindo adaptações no vestuário e cuidados com a hidratação ao longo do dia. A previsão indica ventos fracos a moderados, com rajadas ocasionais, mas sem expectativa de chuvas, o que agrava a secura do ar.
Impactos da baixa umidade na saúde
A baixa umidade relativa do ar, aliada às temperaturas extremas, aumenta o risco de problemas respiratórios e desidratação. Segundo especialistas, níveis de umidade abaixo de 40% podem irritar as mucosas, causar sangramentos nasais e agravar condições como asma e bronquite. A população do DF, acostumada ao clima seco do inverno, enfrenta desafios adicionais com a poeira e a poluição, que se acumulam em ambientes pouco ventilados.
Para minimizar os impactos, profissionais de saúde recomendam:
- Beber pelo menos 2 litros de água por dia, mesmo sem sentir sede.
- Usar umidificadores de ar ou toalhas molhadas em ambientes fechados.
- Evitar atividades físicas intensas ao ar livre entre 10h e 16h, período de maior calor e menor umidade.
- Manter a casa limpa para reduzir a circulação de poeira e alérgenos.
- Aplicar soro fisiológico nas narinas para aliviar o ressecamento.
Além disso, a hidratação da pele é essencial, já que o tempo seco pode causar rachaduras e irritações. Cremes hidratantes e protetores solares são indicados, especialmente para quem passa muito tempo exposto ao sol.
Cuidados com o meio ambiente
O alerta amarelo do Inmet também chama atenção para os riscos de incêndios florestais, uma preocupação recorrente no DF durante o inverno. A vegetação seca do Cerrado, combinada com a baixa umidade e ventos moderados, cria condições propícias para queimadas, que podem devastar áreas verdes e comprometer a qualidade do ar. Em 2024, o DF registrou mais de 1.200 focos de incêndio entre junho e agosto, segundo o Instituto Brasília Ambiental (IBRAM).
Autoridades recomendam que a população evite práticas como queimar lixo ou acender fogueiras em áreas abertas. O manuseio responsável de materiais inflamáveis é crucial para prevenir acidentes. Além disso, a fiscalização ambiental está intensificada, com multas para quem descumprir as normas de proteção ao meio ambiente.
Fenômeno da amplitude térmica
A amplitude térmica, destacada pelo Inmet, é um dos aspectos mais desafiadores do inverno no DF. Durante as manhãs, as temperaturas podem cair abaixo de 10°C, exigindo agasalhos e cuidados com a saúde. Já nas tardes, o calor pode chegar a 28°C, criando uma sensação de desconforto para quem não se adapta rapidamente às mudanças. Esse padrão é comum no Cerrado, onde a falta de umidade e a pouca cobertura de nuvens intensificam as variações de temperatura.
Moradores relatam a necessidade de ajustar o vestuário ao longo do dia, combinando roupas leves com casacos para enfrentar as manhãs frias. A orientação é priorizar tecidos que permitam a transpiração, evitando desconforto durante as horas mais quentes. A amplitude térmica também afeta a rotina de trabalhadores ao ar livre, como feirantes e entregadores, que enfrentam condições climáticas extremas em curtos intervalos de tempo.
Prevenção de infecções respiratórias
O frio e a baixa umidade favorecem a proliferação de vírus respiratórios, como os causadores de gripes e resfriados. A Secretaria de Saúde do DF reforça a importância de medidas preventivas para proteger a população. Além da hidratação e da ventilação adequada dos ambientes, a vacinação contra influenza e outras doenças respiratórias é altamente recomendada, especialmente para idosos, crianças e pessoas com comorbidades.
Outras ações preventivas incluem:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão.
- Evitar tocar o rosto, principalmente olhos, nariz e boca.
- Usar máscaras em locais fechados ou com grande circulação de pessoas.
- Manter uma alimentação rica em vitaminas, como frutas cítricas e vegetais verdes.
- Evitar mudanças bruscas de temperatura, como sair de ambientes quentes para o frio sem proteção.
A campanha de vacinação contra a influenza, iniciada em março de 2025, já imunizou cerca de 70% da população-alvo no DF, mas a adesão ainda é menor entre jovens adultos, segundo dados da Secretaria de Saúde.
Histórico climático do DF no inverno
O inverno no Distrito Federal é historicamente marcado por temperaturas baixas e longos períodos de estiagem. Dados do Inmet mostram que, nos últimos cinco anos, as mínimas no mês de julho variaram entre 8°C e 12°C, com raros episódios de chuvas. A umidade relativa do ar, por sua vez, frequentemente cai abaixo de 30% em agosto, mês considerado o pico da seca.
Em 2024, o DF enfrentou uma onda de frio intensa em julho, com mínimas próximas de 8°C e umidade em níveis críticos por várias semanas. O alerta laranja, mais grave que o atual amarelo, foi emitido em diversas ocasiões, exigindo medidas emergenciais para conter queimadas e proteger a saúde pública. Este ano, o cenário é menos severo até o momento, mas a previsão de intensificação da seca mantém as autoridades em alerta.
Recomendações para enfrentar o frio
A população do DF já está acostumada a enfrentar o inverno rigoroso, mas algumas práticas podem facilitar a adaptação ao clima. Além dos cuidados com a saúde e o meio ambiente, é importante organizar a rotina para minimizar os impactos do frio e da seca. Escolher horários estratégicos para atividades ao ar livre, como caminhadas pela manhã cedo ou no fim da tarde, ajuda a evitar os picos de calor e baixa umidade.
Para os mais vulneráveis, como pessoas em situação de rua, iniciativas locais têm distribuído cobertores e roupas quentes. Organizações não governamentais e igrejas no DF intensificaram as ações de solidariedade, arrecadando donativos para aquecer o inverno de quem mais precisa. A participação da comunidade é essencial para garantir que todos tenham condições de enfrentar o frio com dignidade.
Previsão para os próximos dias
O Inmet prevê que as condições climáticas no DF permaneçam estáveis ao longo da primeira semana de julho, com temperaturas mínimas entre 9°C e 12°C e máximas próximas de 28°C. A umidade relativa do ar deve continuar oscilando, com quedas mais expressivas à tarde. A ausência de chuvas é esperada por pelo menos mais duas semanas, reforçando a necessidade de cuidados contínuos com a saúde e o meio ambiente.
A longo prazo, agosto pode trazer um cenário ainda mais seco, com umidade caindo abaixo de 20% em alguns dias. O Inmet monitora a possibilidade de alertas laranja ou vermelho, que indicam risco elevado para a saúde e maior probabilidade de queimadas. Até lá, a recomendação é manter as práticas preventivas e acompanhar as atualizações meteorológicas.
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