A disputa judicial entre Justin Baldoni, Blake Lively e Ryan Reynolds ganhou um novo capítulo em 9 de junho de 2025, quando o juiz federal Lewis J. Liman, de Nova York, rejeitou a ação de US$ 400 milhões movida por Baldoni contra a atriz, seu marido e a publicista Leslie Sloane. O processo, que também incluía uma ação separada de US$ 250 milhões contra o jornal The New York Times, acusava Lively de difamação e extorsão, alegando que ela fabricou denúncias de assédio sexual para assumir o controle criativo do filme “It Ends With Us”. A decisão foi celebrada pelos advogados de Lively como uma “vitória total”, enquanto Baldoni tem até 23 de junho para reformular parte das alegações. O caso, que expõe tensões nos bastidores de Hollywood, segue para julgamento em março de 2026.
O conflito teve início durante a produção do filme, adaptação do romance de Colleen Hoover, lançado em agosto de 2024. Lively, que estrelou e foi produtora executiva, acusou Baldoni, diretor e coprotagonista, de criar um ambiente de trabalho hostil. A ausência de interações entre os dois durante a divulgação do filme alimentou especulações sobre desentendimentos.
- Denúncias de Lively: A atriz alega ter sofrido assédio sexual por Baldoni, incluindo cenas de intimidade improvisadas sem consentimento.
- Resposta de Baldoni: Ele nega as acusações e afirma que Lively manipulou a narrativa para prejudicar sua reputação.
- Envolvimento de terceiros: A ação judicial também trouxe à tona nomes como Taylor Swift, citada como influenciadora nas decisões do set.
A rejeição do processo marca um momento crucial na disputa, mas o embate jurídico promete novos desdobramentos.
Origem do conflito no set de filmagem
A adaptação de “It Ends With Us” foi um projeto ambicioso, unindo Baldoni, que adquiriu os direitos do livro por meio de sua produtora Wayfarer Studios, e Lively, uma das estrelas mais conhecidas de Hollywood. O filme, centrado em uma história de violência doméstica, alcançou grande repercussão, mas as tensões entre os protagonistas começaram a surgir ainda durante as filmagens.
Lively, em dezembro de 2024, formalizou uma denúncia junto ao Departamento de Direitos Civis da Califórnia, detalhando episódios de comportamento inadequado por parte de Baldoni. Segundo ela, o diretor teria discutido detalhes de sua vida pessoal no set e pressionado por cenas que a deixaram desconfortável. A denúncia foi acompanhada por uma reportagem do The New York Times, que revelou mensagens de texto entre Baldoni e sua equipe de relações públicas, sugerindo uma campanha para descreditar Lively nas redes sociais.
Por outro lado, Baldoni contra-atacou, afirmando que as acusações eram parte de uma estratégia de Lively e Reynolds para dominar o projeto. Ele alegou que o casal usou sua influência para impor mudanças criativas, como alterações em cenas e escalação de elenco.
Repercussão nas redes sociais
A ausência de fotos ou entrevistas conjuntas de Lively e Baldoni durante a promoção do filme gerou rumores imediatos. Fãs notaram que, enquanto Lively destacava o empoderamento feminino e a estética do filme, Baldoni focava na seriedade do tema da violência doméstica. Essa diferença de abordagem alimentou críticas à atriz, especialmente após vídeos antigos dela serem resgatados, nos quais ela aparecia em tom considerado arrogante.
- Críticas a Lively: A promoção de sua linha de produtos capilares durante a divulgação do filme foi vista como insensível por alguns fãs.
- Elogios a Baldoni: Sua postura pública, associada ao podcast “Man Enough”, rendeu apoio por abordar a masculinidade tóxica.
- Mudança de narrativa: Após a denúncia de Lively, parte do público passou a apoiá-la, enquanto outros mantiveram o ceticismo.
As redes sociais se tornaram um campo de batalha, com hashtags relacionadas ao filme e aos envolvidos ganhando milhões de visualizações.
Envolvimento de Taylor Swift na disputa
Um dos aspectos mais surpreendentes do caso foi a citação de Taylor Swift, amiga de longa data de Lively e Reynolds. Em maio de 2025, Baldoni tentou intimar a cantora para depor, alegando que ela exerceu influência nas decisões do filme, incluindo a escalação de Isabela Ferrer, que interpreta a versão jovem da personagem de Lively. A música “My Tears Ricochet”, de Swift, foi usada na trilha sonora, e mensagens de texto revelaram que a cantora estava presente em discussões sobre o filme.
A equipe de Swift negou qualquer envolvimento além da cessão da música, afirmando que a intimação era uma tática para atrair atenção midiática. Após pressão da equipe de Lively, Baldoni retirou a intimação em 22 de maio, mas não sem críticas.
A tentativa de envolver Swift foi vista como uma estratégia arriscada, dado o peso da cantora na indústria do entretenimento. A decisão de abandonar a intimação evitou um confronto maior, mas não apagou as manchetes que ligaram o nome da artista ao caso.
Conexões com “Deadpool & Wolverine”
Outro ponto de controvérsia foi a acusação de Baldoni de que Reynolds usou o filme “Deadpool & Wolverine”, lançado em 2024, para ridicularizá-lo. No longa, o personagem Nicepool, interpretado por Reynolds, apresenta características que Baldoni interpretou como uma caricatura de si mesmo, como o uso de um coque e falas sobre feminismo. O personagem é morto de forma violenta por Ladypool, dublada por Lively, o que Baldoni considerou uma provocação direta.
A equipe de Lively e Reynolds não respondeu diretamente às alegações, mas a inclusão do crédito “Gordon Reynolds” em “It Ends With Us” foi vista como uma possível referência irônica. Esse detalhe intensificou as especulações sobre a rivalidade entre as partes.
Declarações públicas de Lively
Em 2025, Lively começou a abordar o caso publicamente, ainda que de forma indireta. Durante o evento Time100 Gala, em abril, ela falou sobre a importância de usar sua voz para causas justas, sem mencionar Baldoni diretamente. Em maio, no programa “Late Night With Seth Meyers”, a atriz fez um discurso emocionado sobre a dificuldade de mulheres denunciarem assédio, destacando que o medo é uma ferramenta para silenciá-las.
Seus comentários receberam apoio de colegas, como as atrizes de “Quatro Amigas e um Jeans Viajante” e o diretor Paul Feig, mas também reacenderam debates nas redes sociais. A decisão de Lively de retirar a acusação de sofrimento emocional, em 2 de junho, foi interpretada por alguns como uma estratégia para focar em outras denúncias, como assédio e retaliação.
Decisão judicial e próximos passos
A rejeição do processo de Baldoni por parte do juiz Liman foi um golpe significativo para o diretor. O magistrado considerou que as declarações questionadas por Baldoni eram protegidas por privilégios legais ou não tinham base suficiente para sustentar a acusação de difamação. A possibilidade de reformular as alegações até 23 de junho mantém a disputa viva, mas a decisão fortaleceu a posição de Lively.
Os advogados de Lively, Esra Hudson e Mike Gottlieb, afirmaram que o processo de Baldoni era uma tentativa de intimidação e anunciaram planos para buscar indenizações por danos punitivos e honorários advocatícios. A equipe de Baldoni, por sua vez, insiste que a retirada da acusação de sofrimento emocional por Lively é uma admissão de fraqueza.
Bastidores da produção
A produção de “It Ends With Us” foi marcada por decisões criativas que geraram atritos. Lively, como produtora executiva, tinha influência significativa, mas Baldoni, como diretor e dono dos direitos do livro, também buscava manter o controle. A escalação de atores, a edição final e até a trilha sonora foram pontos de divergência, segundo documentos judiciais.
A escolha de abordar a violência doméstica de forma sensível foi um desafio para a equipe, e as diferentes visões de Lively e Baldoni sobre como comunicar essa mensagem ao público contribuíram para o afastamento entre eles.
Reações da indústria cinematográfica
O caso gerou debates em Hollywood sobre assédio nos sets e a dinâmica de poder em grandes produções. A denúncia de Lively foi vista por alguns como um passo importante para expor comportamentos inadequados, enquanto outros questionaram a veracidade das acusações, apontando para a complexidade do caso.
A Wayfarer Studios, de Baldoni, enfrenta escrutínio por sua condução das investigações internas sobre as denúncias de Lively. A equipe da atriz alega que a produtora não realizou uma apuração séria, o que teria permitido a campanha de difamação contra ela.
Cronologia dos principais eventos
- Agosto de 2024: Estreia de “It Ends With Us” e início dos rumores sobre desentendimentos.
- Dezembro de 2024: Lively apresenta denúncia de assédio contra Baldoni.
- Janeiro de 2025: Baldoni entra com ação de US$ 400 milhões contra Lively e Reynolds.
- Maio de 2025: Tentativa de intimar Taylor Swift é abandonada.
- Junho de 2025: Juiz rejeita processo de Baldoni, com prazo para reformulação.
O julgamento marcado para março de 2026 será decisivo para determinar o desfecho dessa disputa, que continua a atrair atenção global.