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IPCA de maio cai para 0,36%: alimentos recuam, energia sobe e IPVA é afetado

IPCA, inflação, economia

A inflação brasileira apresentou alívio em maio de 2025, com o IPCA-15, índice que serve como prévia do IPCA oficial, registrando alta de 0,36%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, inferior aos 0,43% de abril, impacta diretamente o cálculo do IPVA 2025, que utiliza o IPCA como base para ajustes em diversos estados. A desaceleração foi impulsionada pela queda nos preços de alimentos, como tomate (-7,28%) e arroz (-4,31%), mas pressionada pela alta de 2,77% na energia elétrica, devido à bandeira tarifária amarela. A variação é a menor para maio desde 2020, quando o índice marcou deflação de -0,59%. O IPCA acumula alta de 5,4% em 12 meses, acima da meta de 3% estipulada pelo governo, com tolerância de 1,5 ponto percentual. A pesquisa abrange famílias com renda de um a 40 salários mínimos, em regiões metropolitanas como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

O IPVA, imposto cobrado anualmente sobre a posse de veículos, tem sua base de cálculo influenciada pela inflação, especialmente em estados que ajustam alíquotas ou valores venais com base no IPCA. A desaceleração inflacionária pode reduzir o impacto do tributo no bolso dos proprietários, mas a alta em itens como energia elétrica eleva custos indiretos, como manutenção e combustível. A coleta de preços, realizada até meados de maio, reflete um cenário de alívio em setores essenciais, mas com desafios em serviços básicos.

IPCA, Inflação, economia e IBGE
IPCA, Inflação, economia e IBGE – FOTOGRIN/shutterstock.com

Destaques do IPCA-15 de maio:

  • Alimentação e bebidas: alta de 0,39%, com batata-inglesa subindo 21,75%.
  • Energia elétrica: aumento de 2,77%, principal pressão no índice.
  • Tomate e arroz: quedas de 7,28% e 4,31%, respectivamente, aliviando a cesta básica.

Energia elétrica pressiona o orçamento
O aumento de 2,77% nas tarifas de energia elétrica foi o principal obstáculo para uma queda ainda maior do IPCA-15 em maio. A adoção da bandeira tarifária amarela, que adiciona custos extras às contas, elevou o grupo habitação em 0,67%, segundo o IBGE. Esse impacto foi mais sentido em cidades como São Paulo e Goiânia, onde reajustes tarifários locais agravaram a situação. A energia elétrica, com peso de 3,89% no IPCA, influencia diretamente o custo de vida e, indiretamente, o IPVA, já que o aumento das despesas familiares reduz a margem para pagamento de tributos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) explicou que a bandeira amarela reflete condições menos favoráveis de geração, com menor volume de chuvas nos reservatórios hidrelétricos. Esse cenário eleva a dependência de termelétricas, mais caras, impactando o bolso dos consumidores. Para proprietários de veículos, o custo da energia também afeta preços de combustíveis, como etanol e gasolina, que subiram 5,8% e 3,33%, respectivamente.

Alívio nos preços de alimentos
O grupo alimentação e bebidas, que representa 21,86% do IPCA, desacelerou de 1,29% em abril para 0,39% em maio, trazendo alívio para o orçamento familiar. A alimentação no domicílio caiu de 1,29% para 0,30%, com quedas significativas em itens essenciais. O tomate recuou 7,28%, beneficiado por safras mais robustas, enquanto o arroz caiu 4,31% e as frutas, 1,64%. Esses movimentos reduziram o custo da cesta básica, liberando renda para despesas como o IPVA.

No entanto, alguns produtos mantiveram pressão. A batata-inglesa subiu 21,75%, impactada por chuvas em regiões produtoras, enquanto a cebola avançou 6,14% e o café moído, 4,82%. André Almeida, gerente do IPCA, destacou que fatores climáticos, como chuvas ou estiagens, continuam gerando volatilidade nos preços agrícolas, afetando diretamente o planejamento financeiro das famílias.

Impacto no cálculo do IPVA 2025
O IPVA 2025, calculado com base no valor venal dos veículos e alíquotas estaduais, será influenciado pela desaceleração do IPCA. Em estados como São Paulo, onde o imposto varia de 2% a 4% do valor do veículo, a inflação menor pode resultar em um tributo menos oneroso. Por exemplo, um carro avaliado em R$ 50 mil, com alíquota de 4%, teria IPVA de R$ 2 mil. Se o valor venal for ajustado por um IPCA acumulado menor, o imposto pode ser reduzido.

Por outro lado, a alta em combustíveis e energia elétrica eleva os custos de manutenção veicular, como revisões e abastecimento, o que pode neutralizar o alívio no IPVA. Dados da Secretaria da Fazenda de São Paulo indicam que o IPVA 2025 terá calendário de pagamento iniciado em janeiro, com descontos para quitação à vista.

Principais fatores que afetam o IPVA:

  • Valor venal do veículo, ajustado por tabelas como a Fipe.
  • Alíquotas estaduais, que variam de 1% a 4%.
  • Inflação acumulada, que influencia o valor venal.
  • Custos indiretos, como combustíveis e manutenção.

Saúde e medicamentos em alta
O grupo saúde e cuidados pessoais subiu 0,91% em maio, impulsionado pelo reajuste de até 5,09% nos medicamentos, autorizado em março. Os produtos farmacêuticos avançaram 1,93%, enquanto os planos de saúde subiram 0,77%, refletindo frações de reajustes do ciclo 2023-2024. Esses aumentos elevam os custos familiares, reduzindo a margem para despesas como o IPVA. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com alta, permaneceu estável em saúde, indicando pressão concentrada em medicamentos.

Transportes com queda pontual
O setor de transportes registrou variação negativa de 0,29% em maio, aliviando o IPCA-15. As passagens aéreas caíram 11,18%, devido à baixa temporada e menor demanda pós-feriados. No entanto, combustíveis subiram, com gás veicular (0,85%), gasolina (3,33%) e etanol (5,8%) pressionando os custos de proprietários de veículos. Esses aumentos impactam diretamente o orçamento para o IPVA, já que o gasto com combustível compete com o pagamento do imposto.

Variações regionais no IPCA
A inflação apresentou diferenças regionais. Goiânia registrou a maior alta (0,67%), devido a reajustes na energia elétrica e transporte coletivo. Fortaleza teve a menor variação (0,12%), beneficiada por quedas em alimentos e passagens aéreas. Em São Paulo, a alta de 0,45% foi puxada por energia e medicamentos, enquanto no Rio de Janeiro, a variação de 0,38% refletiu aumentos no transporte público. Essas diferenças regionais afetam o valor venal dos veículos e, consequentemente, o IPVA.

Fatores climáticos e sazonais
As chuvas em regiões produtoras, como Sul e Sudeste, impactaram a oferta de alimentos, elevando preços de batata-inglesa e cebola, enquanto safras robustas de tomate e arroz reduziram custos. Na energia elétrica, a dependência de chuvas para reservatórios hidrelétricos segue crítica. A bandeira amarela reflete menor geração hidrelétrica, com maior uso de termelétricas. A Aneel prevê possível retorno da bandeira verde em meses chuvosos, aliviando as contas.

Alimentação fora de casa
A alimentação fora do domicílio desacelerou de 1,23% em abril para 0,84% em maio. Lanches caíram de 1,23% para 0,84%, enquanto refeições subiram 0,34%. Essa desaceleração reflete menor demanda no setor de serviços, possivelmente devido à alta em energia e combustíveis, que reduz a renda disponível para gastos extras e impostos como o IPVA.

Outros setores com menor peso
Grupos como artigos de residência (-0,07%) e educação (0,06%) tiveram variações modestas, com impacto reduzido no IPCA-15. Esses setores, embora menos relevantes para o IPVA, influenciam o orçamento familiar, afetando a capacidade de pagamento do imposto. O IBGE destaca que a desaceleração geral do índice reflete um equilíbrio entre quedas em alimentos e altas em serviços essenciais.

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