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IOF: Senado confirma revogação de decretos de Lula e derruba aumento do imposto

IOF: Senado confirma revogação de decretos de Lula e derruba aumento do imposto

Em uma decisão que marca um revés significativo para o governo, o Congresso Nacional, liderado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, aprovou em 25 de junho de 2025 a revogação de três decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, confirmada horas após a votação na Câmara, impede a alta de alíquotas que afetariam operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos, resultando em uma perda estimada de R$ 10 bilhões na arrecadação federal neste ano. A votação ocorreu em Brasília, com forte resistência de parlamentares, que criticaram a política econômica e a demora na liberação de emendas. A equipe econômica agora busca alternativas para evitar o descumprimento da meta fiscal, enquanto o governo enfrenta pressões por novos cortes orçamentários.

A decisão do Congresso reflete um descontentamento generalizado no Legislativo, mesmo após concessões do governo em pontos específicos dos decretos. A rejeição dos aumentos tributários, segundo parlamentares, também sinaliza a insatisfação com a condução das contas públicas. Para entender o cenário, é importante destacar:

O governo, por meio do Ministério da Fazenda, alertou que a anulação dos decretos compromete a meta de déficit zero, uma das prioridades da gestão Lula. A ministra Gleisi Hoffmann reforçou que a medida pode prejudicar programas sociais e investimentos, enquanto o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, destacou a rejeição inicial da sociedade às mudanças propostas.

Reação inicial no legislativo
A resistência aos decretos começou ainda na Câmara, onde o presidente Hugo Motta incluiu o projeto na pauta de 24 de junho, acelerando sua tramitação. O relator, deputado Coronel Chrisóstomo, da oposição, elaborou um parecer favorável à derrubada, refletindo o clima de insatisfação no Congresso. Parlamentares argumentaram que o aumento do IOF, especialmente em operações de crédito para empresas, sobrecarregaria o setor produtivo.

A votação expressiva na Câmara, com ampla margem, demonstrou a força da articulação contrária ao governo. No Senado, a confirmação da decisão foi mais célere, com debates centrados na necessidade de equilíbrio fiscal sem aumento de tributos. Davi Alcolumbre, ao comentar a tramitação, afirmou que o decreto enfrentou críticas desde sua edição, por não atender aos interesses da sociedade.

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – Foto: rafastockbr/ Shutterstock.com

Detalhes dos decretos revogados
Os decretos presidenciais, editados no início de 2025, previam ajustes em diversas alíquotas do IOF, com foco em operações financeiras específicas. O governo justificou as medidas como necessárias para reforçar o caixa e alcançar a meta fiscal. No entanto, as mudanças enfrentaram forte oposição. Entre os pontos revogados, destacam-se:

Apesar de o governo ter recuado em algumas propostas após negociações, a rejeição foi unânime em relação à estrutura geral dos decretos. A anulação total das medidas surpreendeu a equipe econômica, que contava com a aprovação parcial para mitigar perdas.

Pressão sobre o orçamento
A derrubada dos decretos coloca o Ministério da Fazenda em uma posição delicada. Segundo a pasta, o impacto de R$ 10 bilhões na arrecadação exigirá um bloqueio adicional no Orçamento de 2025, que já enfrenta um contingenciamento recorde de R$ 31,3 bilhões. Técnicos alertam que, sem novas fontes de receita, o governo pode enfrentar dificuldades para cumprir compromissos fiscais.

A ministra Gleisi Hoffmann destacou que a decisão do Congresso afetará diretamente a execução de emendas parlamentares, além de programas sociais e investimentos em infraestrutura. A pasta estuda alternativas, como a aprovação de medidas provisórias, mas a resistência legislativa a novos tributos permanece um obstáculo.

Medida provisória como alternativa
Para compensar a perda de arrecadação, o governo editou uma medida provisória que propõe a tributação de setores como apostas online, criptoativos e juros sobre capital próprio, além da unificação do Imposto de Renda sobre investimentos. A expectativa é arrecadar R$ 10 bilhões com essas mudanças, mas a tramitação no Congresso enfrenta resistência semelhante à dos decretos do IOF.

Parlamentares da oposição e até da base aliada questionam a viabilidade da medida provisória, argumentando que o aumento de tributos em outros setores pode gerar mais insatisfação. A equipe econômica, no entanto, insiste na necessidade de aprovar a proposta para evitar cortes ainda mais severos no orçamento.

Descontentamento com a política econômica
A rejeição dos decretos também reflete críticas à condução da política econômica do ministro Fernando Haddad. Parlamentares apontam que a demora na liberação de emendas e a falta de diálogo com o Congresso contribuíram para o resultado. Hugo Motta, presidente da Câmara, defendeu a votação como uma resposta à pressão popular contra a alta de impostos.

O clima de insatisfação no Legislativo foi agravado por debates anteriores sobre medidas fiscais. A elevação do IOF, em particular, foi vista como uma tentativa de aumentar a arrecadação sem o aval do Congresso, o que gerou reações negativas. A decisão de acelerar a votação na Câmara reforçou a mensagem de independência do Legislativo.

Setores afetados pela decisão
A manutenção das alíquotas atuais do IOF beneficia diretamente empresas que dependem de operações de crédito, como indústrias e varejo. A alíquota fixa de 0,38% para crédito corporativo, por exemplo, evita custos adicionais em financiamentos. Da mesma forma, investidores com VGBL e fundos de investimento escapam de tributações mais altas.

No entanto, a perda de arrecadação pode limitar a capacidade do governo de financiar políticas públicas. Programas como Bolsa Família e investimentos em saúde e educação estão entre os que podem sofrer com os cortes orçamentários. A decisão, portanto, gera um equilíbrio delicado entre alívio fiscal para o setor privado e pressão sobre o setor público.

Negociações frustradas
Antes da votação, o governo tentou negociar ajustes nos decretos para reduzir a resistência. A redução da alíquota de IOF para empresas e a isenção em fundos de investimento foram algumas das concessões oferecidas. No entanto, a articulação não foi suficiente para reverter o descontentamento no Congresso.

Davi Alcolumbre destacou que o debate envolveu tentativas de conciliação, mas a rejeição da sociedade e a falta de clareza nas propostas do governo dificultaram um acordo. A votação final, com ampla maioria, consolidou a derrota do Executivo.

Próximos passos do governo
A equipe econômica agora trabalha em um plano emergencial para mitigar o impacto fiscal. Além da medida provisória, o governo estuda a reedição de propostas tributárias ou a revisão de despesas. Técnicos do Ministério da Fazenda alertam que, sem novas receitas, o bloqueio orçamentário pode superar os R$ 40 bilhões, um cenário que preocupa a base aliada.

A decisão do Congresso também sinaliza desafios para a aprovação de outras reformas fiscais planejadas para 2025. A resistência a aumentos tributários deve persistir, exigindo maior articulação do governo com o Legislativo.

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