Na manhã de 18 de junho de 2025, clientes do Nubank, um dos maiores bancos digitais do Brasil, enfrentaram uma instabilidade significativa no aplicativo, que impediu o acesso a valores investidos nas populares “caixinhas”. Os problemas, que começaram a ser relatados na terça-feira, 17 de junho, envolvem principalmente resgates que não foram creditados nas contas dos usuários, além de atrasos em depósitos. A falha gerou uma onda de reclamações nas redes sociais e em plataformas de monitoramento, como o DownDetector, que registrou um pico de 160 queixas por volta das 10h. O Nubank confirmou a instabilidade e informou que trabalha para normalizar os serviços, mas a falta de um prazo claro ampliou a frustração dos correntistas. A situação expõe a dependência de milhões de brasileiros em serviços financeiros digitais e levanta questões sobre a robustez dos sistemas bancários em momentos de alta demanda.
As caixinhas, ferramenta de investimento que permite aos clientes organizar e aplicar recursos com liquidez imediata, são um dos recursos mais utilizados do Nubank. No entanto, a falha recente comprometeu sua principal promessa: a facilidade de movimentação. Usuários relatam que, ao tentar resgatar valores, o dinheiro é debitado do investimento, mas não aparece no saldo da conta principal, criando um “limbo digital” que gerou insegurança. A ausência de respostas rápidas por parte do atendimento do banco intensificou o descontentamento, com muitos clientes recorrendo a plataformas como Instagram e X para expressar suas queixas.
- Impacto imediato: Clientes relatam dificuldades para pagar contas e realizar transações urgentes.
- Repercussão online: Postagens no X e comentários no Instagram do Nubank viralizaram, amplificando a crise.
- Confiança abalada: A demora na resolução do problema levantou dúvidas sobre a confiabilidade do serviço.
A instabilidade, que afetou tanto dispositivos Android quanto iOS, foi confirmada pelo Nubank em comunicado oficial, mas a falta de detalhes sobre a causa exata alimentou especulações. Especialistas apontam que problemas como esse podem estar relacionados a sobrecarga de servidores ou falhas na integração com sistemas financeiros, como o Pix, gerenciado pelo Banco Central.
O que aconteceu com as caixinhas
A funcionalidade das caixinhas permite que os usuários separem dinheiro para objetivos específicos, como viagens ou emergências, com a promessa de resgates imediatos. Desde o dia 17 de junho, no entanto, clientes relataram que os valores solicitados para resgate não foram processados corretamente. Em alguns casos, o dinheiro desapareceu do investimento sem ser creditado na conta corrente. Um usuário no X descreveu a situação como “frustrante”, afirmando que o valor resgatado de uma caixinha turbo, que deveria ser imediato, ficou inacessível por mais de 24 horas.
O DownDetector, plataforma que monitora falhas em serviços digitais, registrou um aumento expressivo de reclamações na manhã de 18 de junho. Por volta das 11h, cerca de 153 queixas foram reportadas, sendo 51% relacionadas a operações no internet banking e 28% a inconsistências no saldo. A falha não se limitou a uma região específica, afetando usuários em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. O Nubank orientou os clientes a tentarem as operações novamente mais tarde, mas a recomendação foi recebida com críticas, já que muitos dependiam dos valores para compromissos imediatos.
A ausência de um comunicado detalhado por parte do banco também foi um ponto de tensão. Enquanto o Nubank informou estar ciente do problema, a falta de transparência sobre a causa e o prazo para resolução gerou insatisfação. Clientes que tentaram contato pelo chat do aplicativo relataram demora ou ausência de respostas, o que agravou a percepção de ineficiência no atendimento.
Reações dos clientes e impacto nas redes
A insatisfação dos usuários rapidamente ganhou tração nas redes sociais. No X, postagens com críticas ao Nubank se multiplicaram, muitas delas destacando a ironia de um banco digital, conhecido por sua agilidade, enfrentar problemas tão básicos. Um cliente relatou que o dinheiro depositado em uma caixinha demorou mais de um dia para ser processado, enquanto outro afirmou que a falha o impediu de pagar uma fatura urgente. No Instagram, os comentários em publicações oficiais do Nubank foram inundados com queixas, muitas delas exigindo uma solução imediata.
- Principais reclamações:
- Resgates não creditados na conta principal.
- Atrasos em depósitos nas caixinhas.
- Falta de retorno pelo atendimento do aplicativo.
- Dificuldade em acessar o histórico de transações.
A repercussão nas redes sociais não apenas ampliou a visibilidade do problema, mas também colocou o Nubank sob pressão para agir rapidamente. A fintech, que se consolidou como uma das maiores instituições financeiras do Brasil, com 100,8 milhões de clientes, enfrenta um desafio significativo: manter a confiança de sua base em meio a falhas técnicas. A situação também reacendeu debates sobre a dependência de serviços digitais, especialmente em um contexto onde a infraestrutura tecnológica precisa suportar milhões de acessos simultâneos.
Histórico de instabilidades no Nubank
Embora o Nubank seja reconhecido por sua inovação e experiência digital, esta não é a primeira vez que o aplicativo enfrenta problemas. Em 30 de janeiro de 2025, uma falha gerou mais de 1.000 reclamações no DownDetector, com dificuldades em login e transferências via Pix. Em março do mesmo ano, outra instabilidade afetou pagamentos instantâneos, com um pico de 223 queixas. Esses episódios, embora resolvidos, indicam que falhas técnicas são um desafio recorrente para a fintech.
Em setembro de 2024, o Nubank enfrentou uma instabilidade que resultou em mais de 14,8 mil reclamações, principalmente relacionadas a login. Na ocasião, o banco informou que o problema foi solucionado gradualmente, mas a repetição de falhas levanta questões sobre a escalabilidade de seus sistemas. Especialistas em tecnologia financeira sugerem que o crescimento rápido da base de clientes, aliado à complexidade das operações digitais, pode estar sobrecarregando a infraestrutura do banco.
- Cronologia de falhas recentes:
- Janeiro 2025: 1.000 reclamações por problemas de login e Pix.
- Março 2025: 223 queixas por falhas em pagamentos instantâneos.
- Setembro 2024: 14,8 mil relatos de instabilidade no login.
- Junho 2025: 160 queixas por problemas nas caixinhas.
Apesar desses incidentes, o Nubank garantiu que os valores dos clientes estão seguros e que as falhas são temporárias. A instituição também destacou seus canais de suporte, como chat e telefone, embora a eficiência desses serviços tenha sido questionada durante a crise de junho.
Medidas recomendadas aos clientes
Diante da instabilidade, especialistas em finanças e tecnologia sugerem algumas ações para minimizar transtornos. Primeiramente, os clientes devem verificar o histórico de transações no aplicativo para confirmar se o resgate foi processado. Caso o problema persista, é recomendável evitar múltiplas tentativas de movimentação, que podem gerar duplicidade ou bloqueios temporários. O contato com o suporte do Nubank, embora desafiador em momentos de alta demanda, é essencial para registrar o problema.
- Dicas para lidar com a instabilidade:
- Verifique comunicados oficiais do Nubank nas redes sociais.
- Registre inconsistências com capturas de tela.
- Entre em contato pelo chat ou telefone do aplicativo.
- Evite realizar novas transações até a normalização do sistema.
Além disso, consultar plataformas como o DownDetector pode ajudar a confirmar se o problema é generalizado. Para situações críticas, como a necessidade de recursos para pagamentos urgentes, os clientes podem recorrer a outros meios, como cartões de crédito ou contas em bancos alternativos, enquanto aguardam a resolução.
O que esperar da resolução
O Nubank informou que suas equipes técnicas estão trabalhando para restabelecer os serviços, mas não divulgou um prazo específico. A expectativa é que a normalização ocorra nas próximas horas ou dias, com a restituição dos valores aos clientes. A fintech também enfrenta o desafio de melhorar sua comunicação em momentos de crise, já que a falta de atualizações frequentes foi um dos principais pontos de crítica. A transparência e a agilidade no atendimento serão fundamentais para recuperar a confiança dos usuários.
A instabilidade nas caixinhas ocorre em um momento delicado para o Nubank, que recentemente ultrapassou o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil em número de clientes, tornando-se o terceiro maior banco do país. Com uma base tão expressiva, incidentes como esse têm um impacto amplificado, afetando a percepção de confiabilidade da marca. A resolução rápida e eficaz do problema será crucial para que o Nubank mantenha sua posição como líder no setor de bancos digitais.
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