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Influenciador Felca enfrenta Virginia Fonseca e bets em CPI: “Jogos de azar são questão de saúde pública”

Felca

Em um cenário onde as apostas online movimentam bilhões e atraem milhões de brasileiros, um influenciador tem se destacado por sua postura contrária à promoção desses jogos. Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, recusou uma oferta de R$ 50 milhões para divulgar uma casa de apostas, posicionando-se como uma voz crítica contra colegas que lucram com o setor. Com quase 20 milhões de seguidores, ele usa sua influência para alertar sobre os perigos da ludomania, transtorno reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua decisão reverberou nas redes sociais e o levou a ser convidado para depor na CPI das Bets, no Senado.

A trajetória de Felca, que começou em 2012 com lives de jogos, evoluiu para um conteúdo de humor e críticas sociais que conquistaram milhões. Ele já havia chamado atenção ao testar, de forma irônica, a base lançada por Virginia Fonseca, vídeo que acumulou 19 milhões de visualizações. Agora, sua cruzada contra as apostas online ganhou destaque, especialmente após questionar a seriedade de influenciadores como Virginia, que promove plataformas como Esportes da Sorte e Blaze.

  • Principais pontos da atuação de Felca:
    • Recusa de proposta milionária para manter seus princípios.
    • Críticas à glamourização das apostas por influenciadores.
    • Convite para depor na CPI das Bets, ampliando o debate.
    • Foco na conscientização sobre a ludomania e seus impactos.

A popularidade de Felca, aliada à sua postura ética, o transformou em um contraponto aos influenciadores que lucram com jogos de azar. Ele argumenta que o setor explora públicos vulneráveis, especialmente jovens e pessoas de baixa renda, que veem nas apostas uma promessa ilusória de riqueza.

Origem de um influenciador combativo

Felca, nascido em Londrina, Paraná, tem 26 anos e atualmente reside em São Paulo. Sua jornada na internet começou aos 15 anos, com transmissões ao vivo de jogos eletrônicos, que atraíram um público inicial fiel. Com o tempo, ele diversificou seu conteúdo, apostando em vídeos humorísticos que abordam temas do cotidiano com um tom descontraído, mas crítico. Um marco em sua carreira foi o vídeo de 2023, no qual testou a base de maquiagem lançada por Virginia Fonseca. A abordagem irônica, com o rosto coberto pelo produto, gerou milhões de visualizações e críticas à qualidade do cosmético.

A popularidade de Felca não se limita às redes sociais. Ele já marcou presença em programas de grande audiência, como o “The Noite”, apresentado por Danilo Gentili no SBT, e o “De Frente com Blogueirinha” na Dia TV. Sua autenticidade e carisma o tornaram uma figura querida por muitos, mas também alvo de polêmicas, especialmente por sua postura firme contra as apostas online. Em abril de 2025, ele revelou suspeitar de uma condição genética rara, a Síndrome de Klinefelter, que poderia explicar características físicas específicas. A declaração, feita em vídeos e lives, trouxe ainda mais atenção à sua figura pública.

A luta contra as apostas online

A decisão de Felca de rejeitar R$ 50 milhões por um contrato de três meses com uma casa de apostas surpreendeu o público e gerou debates acalorados nas redes sociais. Ele revelou a proposta em um vídeo no Instagram, onde afirmou que o dinheiro não compraria sua consciência. A quantia, equivalente a mais de R$ 16 milhões por mês, seria suficiente para garantir independência financeira, mas Felca optou por manter sua integridade, argumentando que a promoção de jogos de azar incentiva comportamentos de risco, especialmente entre jovens.

  • Razões para a recusa de Felca:
    • Preocupação com o impacto em seu público jovem.
    • Conscientização sobre a ludomania como transtorno mental.
    • Crítica à falta de transparência nas campanhas de apostas.
    • Rejeição a parcerias que não condizem com seus valores.

A postura de Felca contrasta com a de outros influenciadores, como Virginia Fonseca, que fechou contratos milionários com plataformas como Esportes da Sorte e Blaze. Durante seu depoimento na CPI das Bets, Virginia negou que seus ganhos incluíam uma porcentagem das perdas de seus seguidores, mas admitiu usar contas de demonstração para simular apostas em vídeos promocionais. Felca, por outro lado, critica a glamourização dessas plataformas, que muitas vezes omitem os riscos associados ao vício em jogos.

Repercussão na CPI das Bets

A CPI das Bets, instalada no Senado em novembro de 2023, investiga a influência das apostas online no orçamento das famílias brasileiras e possíveis conexões com atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro. Felca foi convidado pela senadora Soraya Thronicke, relatora da comissão, para depor e trazer uma perspectiva crítica sobre a pressão exercida pelas empresas de apostas sobre criadores de conteúdo. Durante uma entrevista no podcast “Inteligência Ltda.”, em 19 de maio de 2025, a senadora elogiou a postura do influenciador, destacando sua recusa como um exemplo de responsabilidade social.

No depoimento, Felca reiterou suas críticas à falta de transparência nas campanhas publicitárias de apostas. Ele apresentou mensagens recebidas de empresas, incluindo cláusulas que exigiam sigilo sobre os valores envolvidos. Sua fala, transmitida ao vivo, gerou milhares de comentários nas redes sociais, com muitos elogiando sua coragem. A senadora Thronicke reforçou que a CPI busca regulamentações mais rígidas para proteger públicos vulneráveis, especialmente jovens entre 18 e 25 anos, que representam uma parcela significativa dos apostadores online.

O impacto social das apostas

As apostas online têm crescido exponencialmente no Brasil, movimentando entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões por mês em 2024, segundo dados do Banco Central. Cerca de 24 milhões de pessoas físicas realizaram transferências via Pix para plataformas de apostas, sendo 5 milhões beneficiários do Bolsa Família. Esse cenário preocupa especialistas, que apontam o aumento de casos de ludomania, um transtorno mental caracterizado pela compulsão por jogos de azar, com sintomas semelhantes à dependência química.

Felca destacou em suas redes que a ludomania é reconhecida pela OMS e pode levar a transtornos como ansiedade e depressão. Ele sugeriu que a CPI deveria ouvir pessoas afetadas pelo vício para ilustrar o impacto devastador das apostas. Um exemplo citado por ele foi a história de Ana Paula, uma empreendedora de Estância Velha, Rio Grande do Sul, que perdeu R$ 200 mil em oito meses devido ao vício em jogos online. Após começar com uma aposta de R$ 20, ela chegou a refinanciar seu carro, mas perdeu tudo em uma única tarde.

  • Efeitos da ludomania no Brasil:
    • Crescimento de casos entre jovens de 18 a 25 anos.
    • Perdas financeiras significativas, como no caso de Ana Paula.
    • Aumento de transtornos mentais associados ao vício.
    • Impacto em famílias de baixa renda, incluindo beneficiários do Bolsa Família.

Críticas à Virginia Fonseca

Virginia Fonseca, com mais de 90 milhões de seguidores, é uma das principais figuras investigadas pela CPI das Bets. Em seu depoimento, ela admitiu que os vídeos promocionais de apostas eram gravados com contas de demonstração fornecidas pelas plataformas, e não com apostas reais. Essa prática, embora comum no marketing digital, levantou questionamentos sobre transparência. Virginia também negou que seu contrato com a Esportes da Sorte incluísse uma cláusula que a bonificava com 30% das perdas de seus seguidores, mas confirmou um adiantamento de R$ 50 milhões pela parceria.

Felca criticou a postura de Virginia, especialmente após ela ser vista, dias após o depoimento, cantando uma música que faz referência ao “Jogo do Tigrinho” no Rancho do Maia, espaço do influenciador Carlinhos Maia. Ele argumentou que a CPI parecia tratar o tema com leveza, enquanto o vício em apostas representa uma questão de saúde pública. A relação entre Felca e Virginia já era tensa desde o vídeo sobre a base de maquiagem, mas a atual polêmica ampliou a rivalidade, com Felca acusando influenciadores de priorizarem lucros em detrimento do bem-estar de seus públicos.

Outros influenciadores no radar

Além de Virginia, a CPI das Bets convocou outros nomes conhecidos, como Deolane Bezerra, Wesley Safadão, Gkay, Jojo Todynho, Tirulipa, Jon Vlogs e Viih Tube. A comissão busca entender o papel desses influenciadores na expansão do mercado de apostas, que cresceu com a popularização de jogos como o “Jogo do Tigrinho”. Carlinhos Maia, por exemplo, defendeu-se dizendo que a responsabilidade recai sobre os apostadores, e não sobre quem divulga as plataformas. Ele afirmou nunca ter jogado, apesar de promover as bets.

  • Nomes convocados pela CPI:
    • Virginia Fonseca, por contratos com Esportes da Sorte e Blaze.
    • Deolane Bezerra, investigada por possível lavagem de dinheiro.
    • Carlinhos Maia, que nega responsabilidade pelas ações dos apostadores.
    • Viih Tube e Wesley Safadão, citados por campanhas promocionais.

A convocação desses influenciadores reflete a preocupação com o impacto de suas campanhas em públicos vulneráveis. A senadora Soraya Thronicke destacou que as propagandas muitas vezes glamourizam as apostas, criando uma falsa promessa de enriquecimento rápido.

A popularidade de Felca nas redes

A ascensão de Felca nas redes sociais é marcada por sua versatilidade. Além das lives de jogos e vídeos humorísticos, ele popularizou no Brasil o formato de lives NPC (non-playable character), em que imita movimentos e falas repetitivas, como um personagem de videogame. Essas transmissões, que viralizaram no TikTok, atraíram milhões de visualizações e reforçaram sua conexão com o público jovem. Felca afirmou ter doado parte da monetização dessas lives para causas assistenciais, o que aumentou sua credibilidade.

Com 1,97 metro de altura, Felca também chama atenção pessoalmente. Apesar de sua timidez, ele é conhecido por ser atencioso com os fãs, frequentemente parando para fotos e conversas. Sua autenticidade e proximidade com o público contrastam com a imagem de influenciadores que promovem apostas, o que fortaleceu sua posição como uma voz crítica no setor.

O mercado de apostas no Brasil

O mercado de apostas online no Brasil tem crescido rapidamente, impulsionado pela facilidade de acesso via smartphones e pela popularidade de jogos como o “Jogo do Tigrinho”. A regulamentação do setor, instituída pela Lei nº 14.790 de 2023, estabelece regras para a operação de casas de apostas, mas ainda enfrenta desafios. A lei proíbe propagandas dirigidas a menores de idade e exige avisos sobre a classificação etária, mas a fiscalização enfrenta dificuldades diante do volume de campanhas nas redes sociais.

  • Dados do mercado de apostas:
    • Movimentação mensal de R$ 18 a 21 bilhões em 2024.
    • 24 milhões de brasileiros realizaram apostas via Pix.
    • 5 milhões de apostadores são beneficiários do Bolsa Família.
    • Crescimento de plataformas como Esportes da Sorte e Blaze.

A falta de regulamentação mais rígida tem permitido que influenciadores promovam plataformas sem total transparência sobre os riscos. Felca destacou que muitas dessas campanhas omitem informações sobre a ludomania, explorando a vulnerabilidade de apostadores em busca de ganhos rápidos.

Depoimento de Felca na CPI

A participação de Felca na CPI das Bets, ainda sem data confirmada, promete trazer novas revelações sobre as estratégias das casas de apostas. Ele planeja expor mensagens e propostas recebidas, incluindo cláusulas que exigem sigilo sobre os valores oferecidos. Sua decisão de recusar R$ 50 milhões foi amplamente elogiada nas redes sociais, com usuários destacando sua integridade. Um post no X afirmou que Felca “mostra que nem todo mundo está à venda”, enquanto outro sugeriu que ele poderia ter doado parte do valor para causas sociais.

A senadora Soraya Thronicke vê no depoimento de Felca uma oportunidade de discutir a pressão exercida sobre criadores de conteúdo. Ela destacou que a CPI busca não apenas punir irregularidades, mas também propor medidas para proteger os consumidores. A comissão, que tem até abril de 2025 para concluir suas investigações, também analisa possíveis conexões entre plataformas de apostas e crimes financeiros.

Riscos para jovens e vulneráveis

O aumento do vício em apostas entre jovens de 18 a 25 anos preocupa especialistas. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revelou que um em cada cinco jovens brasileiros já experimentou jogos de azar online, muitos influenciados por propagandas nas redes sociais. A psicóloga Brunna Dolgosky alertou que crianças e adolescentes estão expostos a conteúdos que glamourizam as apostas, criando uma falsa sensação de controle.

  • Fatores de risco para jovens:
    • Exposição precoce a propagandas de influenciadores.
    • Baixa autoestima, levando a busca por válvulas de escape.
    • Falta de supervisão no acesso a plataformas digitais.
    • Promessas de enriquecimento rápido em jogos como o “Jogo do Tigrinho”.

A história de Ana Paula, que perdeu R$ 200 mil, ilustra os perigos do vício. Após ser atraída por propagandas de blogueiras, ela começou com pequenas apostas, mas rapidamente perdeu o controle. A vergonha de assumir o problema dificultou sua busca por ajuda, evidenciando a necessidade de maior conscientização.

A polêmica do “Jogo do Tigrinho”

O “Jogo do Tigrinho”, um dos jogos mais populares entre apostadores de baixa renda, tornou-se símbolo das controvérsias envolvendo as bets. A música que faz referência ao jogo, cantada por Virginia Fonseca dias após seu depoimento, gerou críticas nas redes sociais. Internautas acusaram a influenciadora de minimizar a seriedade do tema, com comentários como “Virginia não entendeu a gravidade porque a CPI não foi séria com ela”.

Felca sugeriu que a CPI deveria trazer vítimas do vício para contextualizar o debate. Ele argumenta que a glamourização de jogos como o “Jogo do Tigrinho” ignora os impactos devastadores nas finanças e na saúde mental dos apostadores. A popularidade do jogo reflete a estratégia das plataformas de atrair públicos vulneráveis com promessas de ganhos fáceis.

Reações nas redes sociais

A recusa de Felca à proposta de R$ 50 milhões gerou reações mistas. Enquanto muitos elogiaram sua integridade, outros questionaram sua decisão. Um usuário no X argumentou que a proibição de apostas não resolve o problema, citando a Lei Seca nos Estados Unidos como exemplo de medida que piorou a situação. Outro acusou Felca de usar a crítica às bets para recuperar engajamento após polêmicas pessoais, como alegações de comportamento abusivo com uma ex-namorada.

  • Reações no X:
    • Elogios à coragem de Felca por priorizar seus princípios.
    • Críticas sugerindo que ele poderia ter aceito e doado o dinheiro.
    • Acusações de oportunismo para limpar sua imagem.
    • Apoio à regulamentação, mas com liberdade de escolha aos apostadores.

Apesar das controvérsias, a postura de Felca consolidou sua imagem como um influenciador que prioriza a responsabilidade social. Sua participação na CPI das Bets deve ampliar o debate sobre a ética no marketing digital e os impactos das apostas online.

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