Segurança faz mais de mil atendimentos psicológicos para servidores da pasta
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp/AC), por meio do Centro Integrado de Apoio Biopsicossocial (Ciab), alcançou mais de mil atendimentos psicológicos em 2024 para servidores da pasta e familiares.
Centro Integrado de Apoio Biopsicossocial faz mais de mil atendimentos psicológicos para servidores da segurança pública. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
O Ciab tem 10 anos de atuação, oferecendo atendimentos a todo o Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), com profissionais especializados que prestam atendimentos psicológicos, sessões de massoterapia e acompanhamento médico psiquiátrico.
Ciab oferece atendimentos psicológicos, sessões de massoterapia e acompanhamento médico psiquiátrico. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Américo Gaia, destaca que o Ciab ajuda a promover saúde mental e bem-estar aos colaboradores das forças de segurança. “A medida reflete um compromisso da Sejusp com a valorização de seus colaboradores, reconhecendo que a saúde mental é fundamental para a eficácia e a segurança das operações policiais”, disse.
Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Américo Gaia. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Os atendimentos do Ciab contam com sete psicólogos. A coordenadora da unidade, Melissa Freitas, diz que o procedimento faz parte de uma política de valorização profissional. São desenvolvidas ações de prevenção e promoção de saúde mental e qualidade de vida, por meio de atendimentos psiquiátricos na modalidade da teleconsulta, recentemente incluída, psicoterapia individual e grupos terapêuticos. “O nosso objetivo é acolher o profissional e oferecer apoio psicológico para aqueles que enfrentam diariamente situações de estresse e pressão em suas funções”, destacou.
Coordenadora do Centro Integrado de Apoio Biopsicossocial, Melissa Freitas. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Os atendimentos do Ciab seguem como uma das ações de implementação do Escuta Susp, programa federal direcionado aos profissionais do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), oficializado em maio de 2024, pelo Ministério da Justiça. O programa é uma iniciativa de prevenção ao suicídio e foi elaborado pelo Ministério, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A diretora do centro destaca, ainda, que o maior número de atendimento é feito para o público feminino, representando 62,3% das consultas, e masculino, 37,7% dos casos. “As mulheres querem cuidar do emocional, já os homens têm vergonha, procuram quando o caso já está muito sério”, explica Melissa.
Gigliane Oliveira, servidora do Ciab e uma das beneficiadas do atendimento biopsicossocial. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Os servidores que já passaram pelo atendimento relatam que apresentaram melhorias significativas em suas vidas. “Comecei a fazer acompanhamento aqui no Ciab há quatro meses e foi a melhor coisa que eu fiz. Agora eu tenho qualidade de vida e desempenho profissional”, disse Gigliane Oliveira.
Governo e Ministério Público promovem seminário sobre saúde integral de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas
O governo do Acre, por meio das secretarias de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), de Saúde (Sesacre) e de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), participou nesta terça-feira, 27, do Seminário Estadual da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa (Pnaisari), realizado no auditório do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), em Rio Branco, destinado às instituições do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) e outros.
Adolescentes do ISE fizeram apresentação cultural de capoeira com música, acompanhando grupo Cordão de Ouro. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
O evento foi promovido pelo MPAC, em parceria com o Ministério da Saúde, com apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, do governo do Estado e da Prefeitura de Rio Branco. Tem como objetivo central discutir os avanços e desafios na implementação da Política de Saúde na Socioeducação do Estado do Acre, visando fortalecer as ações já existentes e promover a implantação da atenção integral à saúde de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.
Crianças do Coral Vozes do Povo, da Cidade do Povo, fizeram apresentação musical. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Durante a solenidade, o procurador-geral do MPAC, Danilo Lovisaro, destacou: “É importante ressaltar o papel de cada uma dessas pessoas, especialmente dos agentes socioeducativos, que, na verdade, são grandes educadores. Eles passam muito tempo com os adolescentes, ajudando-os a encontrar os bons caminhos e as oportunidades que têm à disposição”.
Representantes realizaram momento de fala na abertura da solenidade. Foto: Carolina Torres/Secom
Também participaram líderes do governo federal, do Instituto Socioeducativo do Estado do Acre (ISE), do Poder Judiciário do Estado do Acre, do Conselho Estadual de Assistência Social (Ceas), Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), da Sesacre e da Sejusp, além de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas e servidores dos órgãos.
Servidores do ISE participaram da apresentação cultural com grupo Cordão de Ouro. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
Representando a SEASDH, a diretora de Direitos Humanos, Joelma Pontes, mencionou o trabalho realizado em prol de políticas para crianças e adolescentes com os conselhos, no avanço em planos e ações.
“Temos avançado na construção dos nossos planos. Hoje, contamos com o CEDCA, que tem realizado um trabalho belíssimo. Estamos empenhados na luta contra o abuso sexual e temos nosso plano de atendimento às medidas socioeducativas, sempre levando em consideração a preocupação de todos os gestores do nosso Estado, em conjunto com os municípios”, realçou.
Procurador-geral Danilo Lovisaro: “Bons caminhos e oportunidades”. Foto: Carolina Torres/Secom
A secretária adjunta da Sesacre, Ana Cristina Morais, citou a importância dada pelo governador Gladson Cameli às crianças e aos adolescentes e a promoção de políticas públicas.
“Sabemos a importância que ele sempre deu às crianças e aos adolescentes nessa construção coletiva que precisamos realizar. Garantir direitos e acesso é nossa responsabilidade, como instituição pública e como Estado. Precisamos trabalhar a promoção e a prevenção de forma ampla, em que todas as instituições do poder público se unam e criem um projeto conjunto. Saúde não diz respeito apenas aos indivíduos, mas ao completo estado de bem-estar”, esclareceu.
Evento aconteceu no auditório do Ministério Público do Estado do Acre. Foto: Carolina Torres/Secom
O seminário se estende até quarta-feira, 28, e contará com uma oficina técnica da Pnaisari, voltada especificamente para os profissionais com atuação direta na área. A oficina permitirá a troca de experiências entre os municípios que já aderiram à política, além de avaliar os progressos alcançados, discutir as dificuldades enfrentadas e a efetividade do programa.
Do Atlântico ao Pacífico: a maior viagem de ônibus do mundo
Ao meio-dia de uma quinta-feira, a plataforma 74 do movimentado Terminal Rodoviário Novo Rio é ocupada por um ônibus da viação Trans Acreana. Entre tantos veículos que passam pelo local, diariamente, este se diferencia dos demais pelo trajeto que realiza a cada 15 dias. O destino é Lima, na costa do Oceano Pacífico. Da cidade do Rio de Janeiro (RJ) até a capital peruana são mais de 6.200 quilômetros, o que faz esta rota ser reconhecida como a linha de ônibus mais longa do mundo.
Maior linha de ônibus do mundo sai do Rio de Janeiro, no litoral do Oceano Atlântico, e vai até Lima, capital peruana, na costa do Oceano Pacífico. Foto: Marcos Vicentti/Secom
A partida ocorre, pontualmente, às 13h. Na direção do ônibus estão os motoristas Izaías Lima e Jardeson Paula. Eles serão os responsáveis por conduzirem o veículo até Rio Branco. Da capital do Acre até Lima outra equipe composta por três profissionais assume o posto. O comando do volante é revezado a cada quatro horas de viagem.
“É um desafio e, ao mesmo tempo, uma satisfação muito grande trabalhar na maior linha de ônibus do mundo. Dirijo com o maior prazer, prezando sempre pela segurança e acabamos tendo contato e conhecendo um pouco da história dos passageiros que viajam com a gente”, explica Izaías.
Ônibus da empresa Trans Acreana percorre mais de 6.200 quilômetros. A viagem atravessa seis estados brasileiros e outros seis departamentos peruanos. Foto: Cleiton Lopes/Secom
O ônibus atravessa seis estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre, além dos departamentos peruanos de Madre de Dios, Cusco, Apurímac, Ayacucho, Ica e Lima. Ao todo, são 15 paradas para o café da manhã, almoço, jantar e banho.
A Agência de Notícias do Acre embarcou nesta longa viagem, junto com outros passageiros, e vivenciou, durante seis dias, como é percorrer o trajeto que cruza o continente sul-americano.
O primeiro passageiro chegou… atrasado!
Cerca de 30 minutos após a saída da rodoviária do Rio de Janeiro, o ônibus faz uma parada inesperada. O primeiro passageiro chegou atrasado e para não perder a viagem, a empresa decidiu esperar por ele. Foram cerca de 45 minutos até a chegada do peruano Gerber Huaraca Gihuaña.
Gerber Huaraca, o primeiro passageiro que iria embarcar no Rio de Janeiro, se atrasou por conta do trânsito. Para não perder a viagem, os motoristas decidiram aguardá-lo. Foto: Marcos Vicentti/Secom
“Moro em Jacarepaguá [bairro da Zona Oeste do Rio] e saí de lá onze e meia da manhã, mas não contava que o trânsito iria me atrapalhar. Ainda bem que eles me esperaram e não me deixaram para trás”, disse.
Gerber nasceu em Cusco e veio ao Brasil pela primeira vez em 2019. Ele gostou tanto do Rio de Janeiro, que decidiu ficar. Esta é a segunda vez que o jovem de 23 anos retorna ao país de origem para visitar os familiares.
Gerber é peruano, mas mora no Brasil desde 2019. O jovem está viajando para rever os pais, que moram em Cusco. Foto: Marcos Vicentti/Secom
“Gosto muito daqui. O Brasil é um país bom e aqui moro com os meus tios. Vou passar três meses em Cusco, junto com meus pais, e depois retorno para o Rio de Janeiro”, revela.
49 anos de casamento, muito amor e comemorados com o pé na estrada
A partir de um vídeo que assistiram na internet, o casal Paulo Silva e Maria Silva decidiram que iriam fazer a maior viagem de ônibus do mundo. Moradores de São Paulo, eles escolheram a cidade peruana de Cusco como destino. “É um lugar com muita história e gostamos muito de arqueologia. Por enquanto, só temos reservado o hotel. Quando chegarmos lá, vamos decidir os passeios”, conta a aposentada.
Paulo Silva e Maria Silva decidiram que iriam fazer a maior viagem de ônibus do mundo Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Esta é a primeira vez que eles passam tanto tempo dentro de um ônibus. Da maior cidade da América Latina até a capital do antigo império Inca são quatro dias. “Para nós, que nunca tínhamos passado por esse tipo de experiência, está sendo uma grande aventura passar todos esses dias dentro de um ônibus. As poltronas são bem confortáveis, o pessoal é bacana, têm restaurantes bons e outros mais ou menos, assim como os banheiros, uns são bons e outros não dá para encarar. Nem tudo são flores, têm os espinhos também”, explica Paulo.
Quis o destino que a viagem coincidisse com uma data especial e cheia de significado para os dois. O embarque ocorreu no dia em que Paulo e Maria disseram o ‘sim’ um para o outro. “Estamos comemorando 49 anos de casamento. Não foi algo combinado, mas que está muito bom para nós, que vamos viver uma experiência única”, pontua Maria, que está prestes a celebrar bodas de ouro.
Paulo e Maria celebraram 49 anos de casamento no dia em que embarcaram no ônibus e comemoram a data de maneira especial. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Paulo, aos 76 anos, e Maria, aos 71 anos, provam que a idade não é empecilho para aproveitar a vida. “Você estando bem, com saúde e disposição, é possível sim entrar em um ônibus e viajar por aí. Somos exemplo disso”, explica o aposentado.
Avô e neto em uma grande aventura por terra, céu e água
Quando soube da existência da linha de ônibus mais extensa do planeta, Arnaldo Machado não pensou duas vezes. Ele estava decidido a embarcar no ônibus e muito disposto a conhecer lugares novos. Foram dois anos de planejamento até o dia da viagem. O aposentado não queria ir só. Convidou a esposa e os filhos para fazer companhia, mas nenhum deles aceitou.
Avô e neto, parceria fechada em uma grande aventura pelo continente. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Arnaldo resolveu então chamar os netos e um deles, o João Pedro, topou fazer companhia ao avô. O ex-professor reservou as poltronas 3 e 4, na primeira fileira, para ter uma visão privilegiada de todo o percurso. “Eu só iria vir se fosse aqui na frente. Cheguei a procurar no início do ano, por conta das férias escolares dele, mas não estavam disponíveis. O jeito foi aguardar as férias de julho. Isso foi até bom para comprar as passagens com antecedência e garantir nossos lugares”, lembra o homem de 71 anos.
“Para mim, está sendo tudo novo. Eu nunca tinha entrado em um ônibus e nem tinha noção como era por dentro. Vai ser muito legal fazer essa viagem junto com o meu avô”, acrescenta o jovem João Pedro Machado.
O roteiro montado por avô e neto é digno de uma grande aventura pelo continente. Eles saíram da capital paulista em direção a Cusco. Na região, conheceram Machu Picchu. Depois, em outro ônibus, seguiram para Lima. De lá, foram para Iquitos, cidade na Amazônia peruana, em um avião. Em uma embarcação, entraram novamente no território brasileiro por Tabatinga, no Amazonas. Até Manaus, mais 80 horas dentro de um barco, pelo Rio Solimões. Outras 30 horas até Santarém, no Pará. Os últimos trechos da viagem foram de avião até Belém e o retorno para São Paulo.
Arnaldo e João Pedro registram em foto a passagem pela Cordilheira dos Andes. Foto: Marcos Vicentti/Secom
“Passamos um mês conhecendo lugares maravilhosos e tendo a oportunidade de viver coisas novas. A viagem no ônibus é muito boa. Nos barcos, dormimos na rede, e eu e o João gostamos muito da experiência. Essa viagem também foi excelente para me aproximar ainda mais do meu neto. É algo que aconselho a todos que puderem. Vivi momentos que ficarão gravados para sempre em minha memória”, enfatiza Arnaldo.
Uma viagem de reencontros
As peruanas Karla Callisaya e Crish Zevallos sentaram uma ao lado da outra durante a viagem. Não demorou muito para surgir a amizade entre as duas. Elas, que até então jamais tinham se visto antes, têm algo em comum: moram no Brasil e estão indo visitar a família.
Karla vive e trabalha como costureira em São Paulo desde setembro de 2022. A jovem de 23 anos de idade revela que gosta de morar no país, mas que também sente falta do Peru, principalmente da culinária. “O Brasil é um lugar muito lindo, tem boas praias e eu gosto muito. A comida daqui é boa, mas algo que sinto falta do meu país é o ceviche [prato típico peruano a base de peixe cru marinado em suco de limão]”, responde.
Karla Callisaya e Crish Zevallos embarcaram na maior linha de ônibus para reencontrar a família, no Peru. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Ela não vê a hora de chegar em Cusco para rever os familiares. “Estou com muita saudade do meu papai, da minha mamãe e dos meus irmãos. Estou muito feliz porque esta é a primeira vez que estou indo reencontrá-los desde que me mudei para o Brasil”, confessa.
Já Crish escolheu Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, para morar e buscar novas oportunidades. Ela chegou à cidade em maio de 2023 e não contava que, um ano depois, o estado gaúcho enfrentaria a maior tragédia ambiental da história. “Sofri com a inundação, a água chegou perto do teto da casa onde moro e perdi praticamente tudo. Foi uma situação bem triste”, relata.
Reencontro entre mãe e filha foi marcado pela emoção. Foto: Cleiton Lopes/Secom
E foi justamente Crish a primeira passageira a desembarcar do ônibus. Ela ficou em Porto Maldonado, cidade 228 quilômetros distante da fronteira do Brasil com o Peru, onde era aguardada com muita ansiedade. Um longo abraço, carregado com muito amor e lágrimas de emoção, marcou o reencontro entre mãe e filha. “Eu estava muito preocupada com ela longe de mim. Estava com muita saudade”, afirmou Yami Zevallos.
Maior linha de ônibus do mundo conta com o apoio do governo do Acre
Durante vários anos, a peruana Expresso Internacional Ormeño operou a linha. Porém, na pandemia de covid-19, a empresa decretou falência após a morte dos proprietários, vítimas da doença. Como o trecho não estava sendo explorado por nenhuma companhia, a Trans Acreana demonstrou interesse em dar continuidade ao serviço.
Conquistar a autorização não foi tarefa fácil. No período pandêmico, a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) modificou algumas regras em relação aos seguros veiculares. Na época, nenhuma seguradora brasileira se encaixava nas normativas exigidas pelo órgão federal.
Marcelo Messias, secretário de Turismo e Empreendedorismo, destaca que empresa conta com o apoio institucional do governo do Acre. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Em 2022, a viação conseguiu autorização em caráter emergencial para fazer a rota. A primeira viagem internacional transportou uma comitiva do governo do Acre de Rio Branco até Cusco. “O Estado e parceiros foram participar do lançamento da Corredor Turístico Trinacional Amazônico-Andino e da I Feira Internacional de Turismo, que ocorreu em outubro daquele ano. Desde o primeiro momento, o governo demonstrou total apoio à empresa e interesse no sucesso da linha”, destaca Marcelo Messias, secretário de Turismo e Empreendedorismo.
“A presença de uma empresa acreana na operação da maior linha terrestre do mundo é de grande relevância para o nosso estado. Esta rota coloca o Acre em posição estratégica, nessa ligação do Brasil com o Peru, traz benefícios para a nossa região, como a oferta de transporte para a população, e contribui com a geração de emprego e renda”, completa o gestor.
Turistas que fazem a viagem podem incluir o Acre no roteiro. Estado possui belezas naturais únicas, como a cachoeira Formosa, na Serra do Divisor. Foto: Marcos Vicentti/Secom
O secretário lembrou do potencial turístico do Acre, que pode ser incluído no roteiro dos viajantes. “Temos a capital, Rio Branco, com toda a sua história, culinária e museus, os festivais indígenas, e na região do Juruá, o turista pode conhecer a Serra do Divisor, o Rio Croa e o Igarapé Preto, por exemplo. São destinos incríveis e com belezas únicas”, reforça.
A longa jornada de seis dias
O começo da viagem é justamente entre as duas maiores cidades do país. O trecho entre o Rio de Janeiro e São Paulo é marcado pelo tráfego intenso de veículos, principalmente de caminhões e carretas, na rodovia Presidente Dutra. A grande quantidade de prédios indica a chegada à capital paulista. No terminal rodoviário do Tietê ocorre a maioria dos embarques. Ao todo, 34 passageiros tomaram seus assentos em direção ao Peru.
Maioria dos passageiros embarca em São Paulo (SP). Foto: Marcos Vicentti/Secom
“A maior concentração de passageiros é no estado de São Paulo, já que grande parte da colônia peruana no Brasil mora aqui. Muitos acabam indo de ônibus por conta do preço da passagem, que sai bem mais em conta em comparação com o avião, principalmente se a data da viagem estiver próxima, além da bagagem. Cada passageiro pode despachar até 50 quilos e levar uma bagagem de mão de dez quilos. Já os brasileiros vão mais pela aventura em si e pelas paisagens”, explana Rafael Catarino, supervisor das agências da Trans Acreana.
Para trabalhar na rota internacional, os motoristas são submetidos a uma seleta escolha. Seis profissionais, divididos em duas equipes, são os responsáveis por conduzirem o veículo. Para dar mais segurança, cada um deles dirige somente durante quatro horas e só reassume o posto oito horas depois. “Aqui na cabine, temos um espaço, que é tipo um quartinho, onde temos um colchão. Dá para dormir tranquilo e descansar bem”, comenta Jardeson Paula.
Jardeson Paula (esquerda) e Izaías Lima (direita) integram a seleta equipe de motoristas da empresa responsável pela operação da linha. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Ele trabalha há 11 anos como rodoviário e está prestes a completar o primeiro ano na maior linha de ônibus do mundo. Ao lembrar do pai, que faleceu há 24 anos e também era motorista de ônibus, Jardeson não contém a emoção. “Desde criança, eu via ele dirigir e me identifiquei muito com o que ele fazia. Toda vez que estou no volante, eu lembro sempre dele”, conta.
As características visuais no lado brasileiro são mantidas durante o percurso. Grandes plantações, áreas de pastagens e de silos graneleiros comprovam a força do agronegócio do país. A paisagem também se alterna em terrenos planos, regiões montanhosas e floresta. Pelo caminho, o ônibus passa ainda por muitos vilarejos, pequenas, médias e grandes cidades.
Do lado brasileiro, a paisagem é tomada por grandes plantações, durante a maior parte do percurso. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Em território peruano, a rodovia ganha novos contornos a partir da Serra Santa Rosa, 370 quilômetros após a fronteira. As grandes linhas retas das estradas do Brasil dão lugar às curvas extremamente fechadas e sinuosas. O horizonte é tomado por altos morros.
A selva peruana mostra toda a sua exuberância ao longo do caminho. Rios com forte correnteza margeiam a estrada, assim como é possível observar várias cachoeiras. A zona de transição entre a zona de floresta e a vegetação característica do altiplano chama a atenção. O cenário, semelhante a um deserto e com muitas rochas, é novidade para a maioria dos passageiros. “Nunca tinha visto nada parecido. Dá vontade de ficar morando aqui”, afirma o garçom Willian Roncato.
Trecho da Rodovia Interoceânica Sul, na Cordilheira dos Andes. Foto: Marcos Vicentti/Secom
É preciso um motor potente e atenção redobrada dos motoristas para subir a Cordilheira dos Andes, a maior cadeia de montanhas do mundo. Na região do pico Abra Pirhuaiany, ponto mais alto da rodovia Interoceânica Sul, a altitude de 4.725 metros sobre o nível do mar é um desafio constante.
A chegada ao local é um dos momentos mais aguardados da viagem. A beleza da montanha nevada encanta os viajantes, principalmente os brasileiros, que não estão acostumados com este tipo de paisagem. A parada para o primeiro café da manhã no Peru é em um restaurante com vista privilegiada para o Abra Pirhuany. Além da alimentação, os passageiros aproveitam o cenário do lugar para fazer muitos registros fotográficos.
A chegada ao pico Abra Pirhuaiany é um dos momentos mais aguardados pelos viajantes. A montanha nevada impressiona pela grandiosidade e beleza. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Em grandes altitudes, o oxigênio disponível na atmosfera é menor, como consequência o ar rarefeito causa uma série de desconfortos ao organismo humano. Dor de cabeça, sensação de desmaio, perda de apetite, náusea, vômito e sonolência estão entre os principais sintomas do soroche, o mal da montanha.
“Eu sinto a altitude, mas tudo dentro do normal. Foi uma coisa que eu consegui me adaptar facilmente. Mas têm passageiros e motoristas que sentem náuseas, passam mal e ficam ruins, mesmo. Na subida da cordilheira tem ainda o percalço das curvas, então, aumenta a dificuldade. Por isso, temos que ter mais cautela e ficar atentos, para garantir a segurança de todos”, observa Sandro Nascimento, motorista que realizou a primeira viagem da empresa, na maior linha de ônibus do mundo, em abril de 2023.
Alimentação no Peru é diferente do Brasil. No café da manhã, uma das opções é queijo frito, acompanhado de batatas, tomate e pepino. Para beber, chá de coca ou café concentrado. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Outra mudança significativa é a alimentação. As opções de comida no território peruano são bem diferentes em relação ao Brasil. No café da manhã, por exemplo, é bastante comum o consumo de caldo de galinha. O chá de coca e café bem concentrado são outras novidades, assim como o queijo frito acompanhado de batatas cozidas, tomate e pepino no desjejum.
“É algo que a gente estranha um pouco porque não estamos acostumados a comer neste horário, mas não temos outra opção, né?”, opina a passageira Maria Silva.
Para fazer o tempo passar, passageiros recorrem ao celular durante a viagem. Foto: Marcos Vicentti/Secom
É preciso criatividade para fazer o tempo passar. Muitos passageiros aproveitam as muitas horas na estrada para dormir. Com a tecnologia cada vez mais presente, o celular é um escape para os viajantes, que aproveitam para jogar, ver filmes e aproveitar a passagem pelas cidades onde há sinal de internet para mandar mensagens e se atualizar dos acontecimentos.
Há ainda quem prefira o tradicional livro, como foi o caso de Franklin Roque, que aproveitou boa parte do percurso para atualizar a leitura e, principalmente, fazer novas amizades. “No avião, é tudo formal demais. Diferente do ônibus, que te proporciona essa proximidade. Está sendo uma excelente oportunidade para conviver e conhecer as pessoas, bem como suas histórias de vida. Esse objetivo eu já alcancei e vou sair daqui muito satisfeito”, expôs.
Franklin Roque aproveitou boa parte do percurso para atualizar a leitura. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
O psicólogo também comentou a sensação de morar em ônibus durante cinco dias e das paradas ao longo do caminho. “Está sendo bem surpreendente. Por estar aqui há tanto tempo, já posso até chamar de casa. Aqui eu tenho o meu cafofo, está bem confortável. Em cada lugar que a gente para é uma história e uma aventura diferente. Às vezes, vemos uma comida e tentamos não julgar o livro pela capa, mas que, no final, todas foram boas”, analisa.
Franklin passou 20 dias no Peru e Bolívia, e conheceu os principais pontos turísticos dos dois países. “Superou todas as expectativas que poderia ter traçado. Foi uma experiência além do comum, em que pude vivenciar momentos únicos. Essa viagem foi como abrir uma janela sem saber o que iria avistar. Senti que tudo era possível, que depois de concretizar este sonho, muitos viriam em seguida”, admitiu.
Cidade peruana de Cusco é o principal destino dos passageiros que embarcam na maior linha de ônibus do mundo. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Após quatro dias de viagem e mais de 5 mil quilômetros percorridos, o ônibus chega a Cusco. A cidade, mundialmente conhecida pela cultura e ancestralidade do povo Inca, está entre as mais visitadas da América do Sul. O local é o principal destino dos passageiros, que são atraídos pelo desejo de conhecer as ruínas de Machu Picchu, o Vale Sagrado e a Praça de Armas, entre outros pontos turísticos, além de apreciar a famosa culinária peruana.
No caminho até Lima, o veículo faz uma rápida parada nas enigmáticas Linhas de Nazca. A partir de um mirante de 12 metros de altura, localizado bem às margens da rodovia, é possível observar algumas figuras, entre elas, as que representam um lagarto, uma mão e uma árvore. Desenhadas no meio de um deserto, há mais de dois mil anos, as gravuras ainda são um grande mistério para a humanidade. Existem várias teorias sobre o assunto, como a utilização para rituais religiosos, calendário agrícola e até mesmo a possibilidade de que seres extraterrestres foram os responsáveis pela autoria dos geoglifos peruanos.
As enigmáticas Linhas de Nazca ainda são um grande mistério para a humanidade. Maior linha de ônibus do mundo faz uma rápida parada no local para que os passageiros possam observar as enormes figuras. Foto: Marcos Vicentti/Secom
“Eu não acredito que esses desenhos foram feitos pelas pessoas que viveram aqui no passado. São figuras muito complexas e eu acredito que os responsáveis por tudo isso aqui são seres mais inteligentes que nós e que vieram de outros planetas”, comenta o empresário Carlos Barrantes.
Os últimos passageiros
Carlos é peruano, mas escolheu o Brasil como seu lar há 24 anos. Neste período, já morou nas cidades de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Manaus, Rio Branco e Goiânia. Atualmente, reside em Cuiabá, capital de Mato Grosso. A cada seis meses, ele viaja a Lima para visitar as filhas, os irmãos e cuidar dos negócios.
Carlos Barrantes é peruano, mas mora no Brasil há mais de duas décadas. Medo de avião faz o empresário ir de ônibus a Lima. Foto: Marcos Vicentti/Secom
O empresário até poderia embarcar em um aeronave para poder economizar quatro dias de viagem, mas o medo de voar não deixa. “Eu acho o ônibus bem mais seguro. Se o avião cair, eu sei que não vou sobreviver. De ônibus, caso aconteça alguma coisa, posso até sair de muletas, mas sei que continuarei vivo”, brinca.
Nos últimos 450 quilômetros do percurso, a estrada cheia de curvas, por conta das cordilheiras, dá espaço a longas retas em meio ao deserto e a costa do Pacífico. Isso faz a viagem render e é um alívio para quem está dentro do veículo há dias. “A parte das montanhas demora bastante e o ônibus anda muito devagar. A gente conversa, dorme e mexe no telefone para o tempo passar. Somos os últimos passageiros e queremos chegar logo em casa”, diz o autônomo Leandro Salas.
Família venezuelana foi a última a desembarcar em Lima, após o ônibus percorrer mais de 6.200 quilômetros. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Ele é venezuelano e junto com a esposa, Crismari León, e os filhos Dilan José, Kalhe e Thiago estão retornando de Manaus (AM) para a capital peruana. “Passei sete meses visitando minha irmã, e agora estamos voltando. Moramos há cinco anos em Lima”, afirma.
A seguir, um resumo da viagem na maior linha de ônibus do mundo.
Dia 1
Saída do Terminal Rodoviário Novo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), às 13h. Ônibus segue em direção à capital paulista pela rodovia Presidente Dutra, uma das mais movimentadas do país. A primeira parada da viagem é para o jantar e ocorre no estado de São Paulo. Com o atraso de cerca de 1 hora para o embarque do primeiro passageiro, o ônibus chegou à Rodoviária do Tietê às 21h15, onde entra a maioria dos viajantes, e deixou o local por volta de 22h.
Dia 2
Da capital paulista, o ônibus percorre cerca de 600 quilômetros durante a madrugada e início da manhã até Presidente Venceslau (SP). Na primeira parada do dia, os passageiros têm 40 minutos para o primeiro banho da viagem e o café da manhã. A travessia do Rio Paraná dá boas-vindas ao Mato Grosso do Sul. Durante a passagem pelo terceiro estado brasileiro da viagem, mais duas paradas: uma para o almoço e outra para o jantar e o banho.
Dia 3
No início da madrugada, o ônibus chega ao Mato Grosso. Na capital, Cuiabá, uma rápida parada para o embarque de mais um passageiro. Ao meio-dia, os viajantes entram em Rondônia e almoçam na cidade de Vilhena. A parada também é aproveitada para mais um banho. À noite, o jantar foi em Ouro Preto do Oeste (RO).
Dia 4
O ônibus chega em Porto Velho (RO) na madrugada e mais passageiros embarcam na maior linha de ônibus do mundo. Os viajantes amanhecem o dia já no estado Acre. Por volta de 7h da manhã, parada para o café, em Rio Branco. Na capital acreana, a empresa faz a troca dos ônibus, a substituição dos motoristas e o embarque dos últimos viajantes. Durante a tarde, após percorrer seis estados brasileiros e cerca de 4.400 quilômetros, os passageiros chegam a Assis Brasil (AC), na fronteira com o Peru. A primeira parada no território peruano ocorre durante a noite, em Puerto Maldonado, para o jantar.
Dia 5
O dia amanhece com mudanças na paisagem. As grandes áreas de plantações, pastagens e florestas do Brasil, que são geralmente planas, dão lugar às montanhas da Cordilheira dos Andes. Transformação também se vê na rodovia. A estrada, cheia de curvas sinuosas, e a altitude são um desafio a mais para os motoristas, que precisam redobrar a atenção durante o trajeto. O café da manhã é com vista para um pico nevado e com a temperatura próxima de zero grau. O ônibus chega em Cusco durante a tarde. A maioria dos passageiros desembarca na cidade, que é o principal e mais famoso destino turístico do Peru.
Dia 6
No último dia, o ônibus passa pelo trecho mais perigoso de toda a viagem. A “estrada da morte”, entre Cusco e Nazca, é conhecida por suas curvas extremamente fechadas, subidas e descidas em grandes altitudes, que beiram muitos precipícios. Pela manhã, duas rápidas paradas. Uma para o café e outra para conhecer as enigmáticas Linhas de Nazca. Às 15h30, após percorrer mais de 6.200 quilômetros, o ônibus chega ao Grande Terminal Atocongo, em Lima, capital do Peru.
Quanto custa e o que é necessário para fazer a viagem
A passagem de ida do Rio de Janeiro a Lima (ou vice-versa) custa R$ 1.300. As viagens são realizadas a cada quinze dias e as saídas são sempre às quintas-feiras. O ônibus faz ainda paradas para embarques e desembarques nas rodoviárias de São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e nas cidades peruanas de Porto Maldonado, Cusco e Abancay.
Passagem de ida entre o Rio de Janeiro e Lima (ou vice-versa) custa R$ 1.300. Viagens são realizadas quinzenalmente. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Para ingressar no Peru, cidadãos brasileiros precisam apresentar passaporte ou documento de identidade (RG), que deve estar em boas condições e com menos de dez anos de emissão. Turistas podem permanecer no país vizinho por até 90 dias, sem a necessidade de um visto. Todos os trâmites migratórios são realizados nas cidades fronteiriças de Assis Brasil e Iñapari, oportunidade em que os viajantes que optam levar dinheiro em espécie podem fazer a troca do real brasileiro pelo novo sol peruano.
Relato dos passageiros e da equipe
“Para mim, está sendo uma aventura tremenda visitar outro país, já que eu nunca tinha saído do Brasil. De ônibus, temos a oportunidade de passar por vários estados. Ver a mudança da paisagem, os diferentes fusos horários, o clima diferente, ter a oportunidade de subir a Cordilheira dos Andes e sentir a altitude serão experiências que vou guardar para sempre na memória.”
Silas Lima, engenheiro eletricista.
“Em 32 anos, essa foi a viagem mais extraordinária que fiz em toda a minha vida. Nunca tinha visto nada parecido com essas essas paisagens em toda a minha vida. Um lugar mágico e que dá vontade de ficar morando aqui. O que mais gostei foi das paisagens e do carisma dos peruanos e dos turistas. Cusco é um lugar mágico e voltarei lá novamente.”
Willian Roncato, garçom.
“Viajar na maior linha de ônibus do mundo foi uma experiência única. São mais de 6 mil quilômetros e muitas mudanças de paisagens no caminho. Sair do Rio de Janeiro, no litoral do Oceano Atlântico, percorrer o interior do Brasil, subir a Cordilheira dos Andes e chegar até Lima, na costa do Oceano Pacífico, dentro de um ônibus foi algo marcante. Como jornalista, conhecer e ter a oportunidade de contar as histórias das pessoas que embarcaram nessa viagem foi um grande privilégio. Este é o tipo de reportagem que a gente nunca esquece.”
Wesley Moraes, repórter.
“Atuo no jornalismo há 20 anos e confesso que esta foi uma das melhores experiências que já tive na profissão. Para mim, que trabalho na captação de imagens, o desafio foi ainda maior. Foram seis dias de muito trabalho e dedicação. Sou muito grato por poder fazer a viagem na maior linha de ônibus do mundo e espero que mais pessoas tenham esta mesma oportunidade, que vale muito a pena.”
Cleiton Lopes, repórter cinematográfico
“O que me marcou muito nessa viagem foi ter passado por seis estados brasileiros e outros seis departamentos do Peru. Foi muito bom poder subir a Cordilheira dos Andes e conhecer as Linhas de Nazca. Também foi muito bom presenciar a realização de sonhos, como foi o caso do avô que levou o neto para viver uma grande aventura juntos e o casal que comemorou os 49 anos de casamento com o pé na estrada. Parabenizo a empresa Trans Acreana pelo desafio de operar a maior linha de ônibus do mundo e proporcionar aos passageiros esta importante rota turística.”
Marcos Vicentti, repórter fotográfico
Confira a galeria de fotos desta reportagem especial:
‘Mesmo na sua morte, ele vai ser um herói’: família doa órgãos de jovem e fala sobre a importância da solidariedade em meio à dor
Os irmãos do atleta paralímpico Jeferson Souza Cavalcante, de 19 anos, seguravam com orgulho as dezenas de medalhas conquistadas por ele ao longo de uma jornada brilhante no atletismo. O jovem teve morte cerebral declarada no dia 12 de agosto, após um acidente de moto em um ramal no município de Bujari, no interior do estado.
Mesmo em meio à dor, a família foi solidária e decidiu doar os órgãos de Jeferson, que foram captados na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), sendo o fígado implantado na própria unidade, em um acreano de 47 anos, e os dois rins enviados à cidade de São Paulo, uma vez que o Acre está habilitado para transplantes renais, mas os pacientes listados ainda estão em processo de preparação para serem submetidos aos transplantes.
Mãe de Jeferson, Raimunda Luzia dos Santos, ao lado dos filhos e de Thalia, amiga do jovem atleta. Foto: Luan Martins/Sesacre
“Ele começou [no esporte] ainda criança. A primeira viagem foi com 14 anos pra Aracaju, aí foi três vezes para Sergipe, Brasília, São Paulo, e cada medalhinha conquistada, quando ele chegava, dizia: ‘mãe, essa aqui é sua’ e eu ficava muito feliz, porque muitas mães tinham dificuldade de conseguir 100 reais para ajudar nas passagens, e eu dava tudo de mim. Eu queria ele viajando, conhecendo o mundo”, relembra a mãe de Jeferson, Raimunda Luzia Sousa dos Santos.
Melhor amiga de Jeferson, a jovem Thalia Costa Magalhães considera que o amigo foi e continua sendo um herói. “Quando a gente teve a triste notícia de que o Jeferson tinha falecido, a Central de Transplantes falou com a gente e abriu a nossa mente de que ele poderia salvar outras vidas, com todo apoio, toda atenção, e nos fez ver que teriam partes dele vivas em outras pessoas. Toda a equipe foi muito atenciosa, e o que nos motivou é que o Jeferson era um menino de coração muito bom, e uma semana atrás, como se ele soubesse o que ia acontecer, ele falou que seria sim um doador de órgãos pra salvar outras vidas. Ele ajudava tanto [as pessoas] e mesmo após a sua morte, ele vai ser um herói”, ressaltou Thalia.
Doação de órgãos no Brasil
A doação de órgãos no Brasil é um processo regulamentado e organizado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), vinculado ao Ministério da Saúde. Ainda que a pessoa tenha manifestado em vida o desejo de doar seus órgãos, a autorização final é dada pela família após o falecimento, por isso, é importante fazer como Jeferson, e comunicar esse desejo aos familiares.
A doação de órgãos geralmente ocorre após a confirmação de morte encefálica (ME), que é a morte cerebral irreversível, cujo diagnóstico é feito por uma equipe médica especializada seguindo critérios rigorosos. Quando a morte encefálica é confirmada, a equipe médica notifica a Organização de Procura de Órgãos (OPO), vinculada à Central de Transplantes do Estado, que coordena o processo de busca de órgãos.
“Sabemos que o luto é um momento muito difícil e a Central se solidariza com todas as famílias diante da sua dor, mas, ao mesmo tempo, a gente fica feliz porque em outras pessoas os órgãos daquele paciente vão sobreviver e a família pode dizer que fez uma ação de ouro, porque para muitas pessoas, receber um novo órgão é a única chance de vida”, ressalta Celiane Alves, coordenadora da Central de Transplantes do Acre.
“O mais difícil a gente já tem, que é uma equipe capacitada”, avalia o médico Alex Callado. Foto: Luanna Lins/Fundhacre
A doação de órgãos é um ato de solidariedade e pode salvar muitas vidas. É o que reforça o médico anestesista Alex Callado, que trabalha na equipe de transplantes de fígado no Acre há 10 anos.
“Aqui no Acre nós temos uma equipe maravilhosa que faz transplantes. E, o mais difícil a gente já tem, que é uma equipe capacitada. E uma das nossas maiores dificuldades é realmente quando temos um paciente elegível para transplante, e uma boa porcentagem desses pacientes, as famílias não aceitam doar os órgãos. Então, é muito importante essa conscientização. Que nós sejamos doadores e informemos para as nossas famílias essa condição de doador de órgão, que aceita doar os órgãos, para que a gente possa passar adiante uma vida, para que a gente possa salvar vidas”, frisou Callado.
Governo entrega mobiliário restaurado pela SEE à escolas estaduais
A Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), por meio do Departamento de Logística Operacional (Delo) realizou na manhã desta terça-feira, 27, uma entrega de mobiliário restaurado à escola Lourival Pinho, localizada no bairro Triângulo, no segundo distrito de Rio Branco.
De acordo com a chefe do Departamento, Keiliane Pereira, a restauração e entrega do mobiliário, restaurado em parceria com a Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), representa uma economia na ordem de 70% dos recursos utilizados pelo governo do Estado.
Diversas escolas já foram contempladas com a reforma do mobiliário. Foto: Mardilson Gomes/SEE
Além das 150 cadeiras universitárias completamente restauradas e que agora servirão aos alunos, também foram entregues na escola Lourival Pinho um freezer, moedor de carne, armários, mesa de biblioteca, dois condicionadores de ar, 20 mesas de laboratório, além de duas estufas de refeição.
Outras escolas além da Lourival Pinho também já receberam mobiliário restaurado, como a Ruy Azevedo, a São Pedro I, a Armando Nogueira, a Reinado Pereira, a Nova Esperança (rural), a Tancredo Neves, a Carlos Vasconcelos e a Marina Vicente. A próxima entrega está programada para ocorrer na Diogo Feijó.
Keiliane Pereira: economia com a restauração chega a 70%. Foto: Mardilson Gomes/SEE
Escolas rurais e do interior também estão sendo contempladas com o mobiliário restaurado pelo governo, como é o caso da Liberdade I, em Sena Madureira. Lá, serão entregues 150 cadeiras universitárias, um freezer, um bebedouro, um fogão e uma caixa d’água.
“Por meio de um chamamento público a gente conseguiu gerar emprego e renda e fazer a reforma desse mobiliário, que entraria como itens inservíveis, mas com a reforma a gente conseguiu economizar uma base de 70%, com a restauração sendo feita com o lixamento e nova pintura”, explicou Keiliane.
Laboratório da Lourival Pinho será revitalizado com o mobiliário entregue pela SEE. Foto: Mardilson Gomes/SEE
Com isso, o mobiliário retorna às escolas para ser utilizado pelos alunos. “Uma série de escolas estão sendo contempladas, inclusive rurais e indígenas no interior do estado. Estamos realizando a entrega de um número expressivo de mobiliário”, disse.
Professora Suziane Tavares: tinha que fazer cota para moer carne. Foto: Mardilson Gomes/SEE
“Receber esse mobiliário, para nós, é muito importante, principalmente dentro desse novo momento em que a escola está passando. Nós queríamos revitalizar alguns espaços e a gente não tinha condições e não teríamos como fazer sem a ajuda da secretaria, porque os nossos móveis já estavam desgastados”, frisou.
Deputados votam vetos e projetos de Lei em Plenário
Após a reunião da Comissão de Vetos da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), os vetos e projetos de lei foram levados a Plenário, onde foram votados em redação final pelos parlamentares, durante sessão ordinária desta terça-feira (27).
A primeira matéria discutida foi o veto número 5 de 2024, referente à prorrogação do pagamento do ICMS. O deputado Tadeu Hassem (PP), relator do veto, explicou que a emenda proposta não estava clara e que, conforme a legislação, uma vez pago o crédito tributário, ele é extinto. O relatório recomendou a manutenção do veto, que foi aprovado em Plenário.
Outro veto analisado foi o número 7 de 2024, relacionado à criação da Secretaria Adjunta de Empreendedorismo no âmbito da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo. O relator argumentou que a criação de cargos na estrutura governamental não é competência do Legislativo e sugeriu que a proposta fosse transformada em um projeto de lei para ser apreciada pelo governo. O veto foi mantido e será sugerido um anteprojeto de lei.
O veto número de 8 de 2024, que aborda a instituição de um programa de fiscalização orientadora, também foi avaliado. O relator destacou que, devido à predominância da fiscalização eletrônica, a proposta de exigir uma primeira visita orientadora se tornaria inviável. Além disso, foi mencionado que a Secretaria de Fazenda já possui um programa de conformidade tributária. O veto foi mantido.
O veto número 9 de 2024, referente à emissão de carteirinhas para pessoas com deficiência, foi debatido. O deputado Pedro Longo (PDT), autor do projeto, explicou que a medida não acarretaria custos adicionais ao Estado, pois as carteirinhas seriam impressas pelos próprios usuários. Houve derrubada parcial do veto.
Projetos de lei aprovados:
Projeto de Lei nº 114 de 2024: De autoria do Poder Executivo, trata da uniformização da nomenclatura dos cargos regidos pela Lei nº 1394, de 28 de julho de 2021. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 132 de 2024: Também de autoria do Poder Executivo, altera a Lei nº 4.395, de 19 de agosto de 2024, sobre compensação ambiental e responsabilização florestal. Inclui a emenda do deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB). Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 133 de 2024: De autoria do Poder Executivo, dispõe sobre a isenção do IPVA para o exercício de 2024. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 4 de 2024: Proposto pelo deputado Adailton Cruz (Solidariedade), cria o protocolo de pronto atendimento de estrutura simples pelo profissional enfermeiro. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 14 de 2024: Também do deputado Adailton Cruz, dispõe sobre o programa “Meu Primeiro Emprego”, voltado à inserção de jovens no mercado de trabalho. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 19 de 2024: De autoria do deputado Clodoaldo Rodrigues (PDT), institui uma campanha permanente de conscientização e combate ao capacitismo no Estado do Acre. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 26 de 2024: Proposto pelo deputado Adailton Cruz, estabelece a obrigatoriedade de uma sala reservada em todos os institutos médicos legais (IML’s) para atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 36 de 2024: De autoria do deputado Pedro Longo (PDT), institui um selo para empresas afiliadas a autistas e portadores de TDAH, incentivando práticas de inclusão laboral. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 42 de 2024: Proposto pelo deputado Pablo Bregense, cria o selo “Escola Amiga do Autismo”. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Projeto de Lei nº 43 de 2024: Também de autoria do deputado Pablo Bregense, refere-se a questões adicionais já discutidas em projeto anterior. Aprovado por 13 votos favoráveis.
Os projetos foram debatidos e aprovados em plenário sem oposição significativa, refletindo um consenso sobre a importância das propostas para o desenvolvimento e inclusão no Estado do Acre.
Servidores do Iapen participam de roda de conversa sobre violência doméstica com a Semulher
Em alusão à campanha Agosto Lilás, na manhã desta terça-feira, 27, os servidores do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) participaram, em Rio Branco, da palestra e roda de conversa com o tema Violência contra Mulher Não é Normal, realizada por meio de parceria do Iapen, por meio da Divisão de Assistência ao Servidor Penitenciário (Dasp), com a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher).
Psicólogas da Semulher realizam palestra e roda de conversa sobre violência doméstica para servidores do Iapen. Foto: Zayra Amorim/Iapen
O Agosto Lilás – Feminicídio Zero tem como objetivo conscientizar a população sobre a violência doméstica e familiar. A Semulher tem divulgado essa temática nas secretarias, órgãos e autarquias do Estado, enfatizando a importância de denunciar.
“Muita gente não sabe que existem vários tipos de violência dentro da violência doméstica, então é muito normal a gente receber casos de mulheres que falam assim ‘ah, eu não sou vítima de violência doméstica porque ele não me bate’, mas aí ele comete vários outros tipos de violência. Existe a violência física, violência moral, violência psicológica e a violência patrimonial”, explica a psicóloga da Semulher, Ralissa Ganum.
A chefe da Dasp, Adriana Maia, ressalta a importância da participação das servidoras mulheres e dos homens: “A gente não pode deixar um tema desse passar em branco, porque é um problema que atinge o nosso país. Os dados estão aí pra mostrar que a violência contra a mulher é uma realidade. Então trouxemos essa profissional, pra trabalhar esse tema. E a palestra é tanto para homens como para mulheres, porque é importante os homens também serem informados e se conscientizarem sobre essa problemática”.
Beatriz Mota, servidora do Iapen, aprovou a iniciativa. “Abordar esse tipo de assunto é extremamente importante, para trazer conhecimento. Às vezes a gente passa por algumas coisas e não sabe que está sofrendo violência, porque está na ignorância mesmo. Então acho bem interessante trazer esse assunto para o ambiente de trabalho”, disse.
Obra em parceria com o Estado, governador Gladson Cameli conhece novo Portal de Acolhimento na Cidade da Justiça
O governador Gladson Cameli visitou na manhã desta terça-feira, 27, o recém-inaugurado Portal de Acolhimento ao Cidadão, localizado na Cidade da Justiça, em Rio Branco. O espaço, que foi inaugurado em junho, é resultado de parceria entre o governo do Estado e o Poder Judiciário do Acre, e visa aprimorar o atendimento ao público, proporcionando um ambiente mais acolhedor e eficiente aos que buscam soluções jurídicas.
Espaço é resultado de uma obra em parceria entre governo do Estado e o Poder Judiciário do Acre. Foto: Neto Lucena/Secom
O Portal de Acolhimento unifica diversos serviços de atendimento inicial, agilizando processos e evitando que os cidadãos precisem se deslocar para diferentes unidades. Com uma estrutura de 660 m², o espaço oferece serviços como ajuizamento de ações, fornecimento de certidões e orientação jurídica, entre outros. O ambiente, inspirado na OCA de Rio Branco, foi planejado para facilitar o acesso aos serviços, com balcões divididos e coloridos por tema: Atermação, em azul; Atendimento ao Público, em rosa; Protocolo, em verde; e Atendimento ao Cidadão – Cível, em laranja. Além disso, o local abriga espaços dedicados ao Procon, Energisa, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), permitindo que os cidadãos possam resolver diversas questões em um só lugar.
Durante a visita, o governador Gladson Cameli destacou a importância da parceria entre o governo e o Poder Judiciário para a criação do portal. “O Estado de Direito tem a obrigação de proporcionar facilidade de acesso aos serviços para as pessoas. Diminuindo as dificuldades e fazendo parcerias com os poderes, conseguimos vencer os desafios. Este espaço é um exemplo de como podemos, juntos, criar condições para facilitar a vida dos cidadãos, proporcionando um atendimento mais humano e eficiente”, afirmou.
Durante visita, governador Gladson Cameli destacou importância da parceria entre governo e Poder Judiciário. Foto: Neto Lucena/Secom
A diretora técnica do Procon, Higia Hassem, reforçou o papel do órgão do Estado no Portal de Acolhimento. “Temos um termo de cooperação com o Tribunal de Justiça para resolver administrativamente as demandas que, de outra forma, poderiam sobrecarregar o Judiciário. Apenas os casos que não conseguimos resolver são encaminhados ao Tribunal”, explicou.
A presidente do Tribunal de Justiça do Acre, Regina Ferrari, também esteve presente e enfatizou o significado do novo portal para o Judiciário e para a população. “Esta obra, realizada em parceria com o governo do Estado, é mais uma porta de entrada para o cidadão que precisa dos serviços da Justiça. Aqui, o cidadão encontra um ambiente acolhedor e todos os serviços que necessita em um único lugar, saindo com as informações e orientações necessárias”, explicou.
Desembargadora Regina Ferrari enfatizou significado do novo portal. Foto: Neto Lucena/Secom
O Portal de Acolhimento ao Cidadão representa um avanço significativo na prestação de serviços públicos no Acre, refletindo o compromisso do Estado e do Judiciário em melhorar a experiência do cidadão ao acessar os serviços essenciais, com um atendimento mais integrado e eficiente.
Primeiro Concurso de Ornamentação de Estandes da Expoacre promete aquecer a economia e premiar inovações de empresários na edição 2024
A Expoacre 2024 ganhará um novo atrativo, que promete impulsionar a criatividade e a competitividade dos expositores. Nesta terça-feira, 27, a Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa), em parceria com o governo do Estado, anunciou o lançamento do primeiro Concurso de Ornamentação dos Estandes da Expoacre, um evento que tem como objetivo destacar a qualidade estética dos espaços e fortalecer a identidade das marcas participantes.
Concurso é uma realização da Acisa, em parceria com o governo do Estado. Foto: Neto Lucena/Secom
Com a iniciativa, a Expoacre, que há anos é o maior evento de negócios e entretenimento do estado, reunindo milhares de visitantes, incentiva os expositores a investirem no aspecto visual dos estandes. Aberta a todos os expositores do evento, a competição visa tornar a feira ainda mais atraente para o público.
Presente no lançamento realizado no Parque de Exposições, o governador Gladson Cameli destacou a importância do concurso como parte de uma estratégia mais ampla de fortalecimento da economia local por meio da iniciativa privada.
“Estamos vivendo um momento crucial para o Acre, em que a Expoacre se consolida como uma vitrine não apenas para o lazer, mas principalmente para o fortalecimento da nossa economia. Este concurso de ornamentação é uma excelente oportunidade para destacar a capacidade criativa e empreendedora dos nossos expositores, valorizando o que temos de melhor. Com o apoio da iniciativa privada, queremos transformar este evento em um símbolo de inovação, competitividade e crescimento, gerando mais empregos e renda para nossa população. Estamos comprometidos em fazer desta edição a melhor de todas, com um olhar já voltado para as melhorias que implementaremos no próximo ano”, afirmou Cameli.
Governador Gladson Cameli conferiu de perto os momentos finais de organização da Expoacre 2024. Foto: Neto Lucena/Secom
O chefe do Executivo estadual também elogiou a iniciativa da Acisa, que, segundo ele, valoriza os expositores que se empenham em apresentar o melhor de si, criando uma experiência mais enriquecedora para os visitantes da Expoacre.
Competição saudável e premiações
O presidente da Acisa, Marcelo Moura, ressaltou que o concurso é uma inovação importante, motivando os expositores a investirem em seus estandes. “Nossa ideia é tornar a feira cada vez mais atrativa e mais bonita, para que as pessoas saiam daqui maravilhadas com o que apresentamos”, declarou. Segundo Moura, além de fomentar a criatividade, o concurso oferece uma oportunidade econômica significativa para os participantes, com prêmios que chegam a R$ 20 mil para o primeiro colocado.
Marcelo Moura destacou que há três meses não há mais espaços disponíveis para negociação na feira. Foto: Neto Lucena/Secom
O concurso aceita inscrições a partir desta terça-feira, 27, até 3 de setembro, e as decorações serão avaliadas nos dias 4 e 5 de setembro por uma comissão julgadora designada pela Acisa. Os vencedores serão anunciados no dia 6 de setembro, com premiações em dinheiro que totalizam R$ 35 mil, distribuídos entre os três primeiros colocados.
Projeções de uma Expoacre histórica
Com mais de 450 expositores confirmados para a edição deste ano e a falta de espaços disponíveis para negociação na feira há mais de três meses, Moura abordou a necessidade de expandir o evento no futuro: “Já estamos defendendo, junto ao governador, um novo leiaute para o próximo ano, para que possamos aumentar o número de estandes e, assim, tornar a feira cada vez mais autossustentável e menos dependente dos recursos públicos”.
Expoacre 2024 contará com cerca de 450 expositores. Foto: Neto Lucena/Secom
O 1º Concurso de Ornamentação dos Estandes da Expoacre promete ser um marco na edição 2024, não apenas elevando a qualidade visual do evento, mas também fortalecendo a economia local e a imagem da Expoacre como um evento de destaque no calendário acreano.
A Expoacre 2024 será realizada no Parque de Exposições Wildy Viana, de 31 de agosto a 8 de setembro, em Rio Branco. Confira a programação completa.
Na manhã desta segunda-feira, 26, a 3ª Zona Eleitoral, com sede em Sena Madureira, promoveu uma audiência pública no Fórum de Justiça para discutir o tema “Eleições Limpas”. O evento reuniu candidatos, coligações, representantes de emissoras de rádio, responsáveis por blogs dos municípios e perfis de Instagram que cobrem os acontecimentos locais de Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus.
A audiência contou com a presença de diversas autoridades, incluindo a Promotora Eleitoral Maísa Arantes Burgos, o Promotor de Manoel Urbano, Wenderson Cunha, o Defensor Público Moacir Assis, e o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim.
O Juiz da 3ª Zona Eleitoral, Eder Viegas, foi o responsável por conduzir o encontro, ressaltando a relevância das eleições de 2024 e o papel crescente da inteligência artificial no processo eleitoral. “Vivemos um período de grandes desafios, e o compromisso com a verdade e a ética é mais crucial do que nunca. Estamos aqui para garantir que esse processo seja conduzido com transparência, respeito e justiça. Cada um de vocês, seja como candidato, representante da mídia, ou cidadão, tem um papel fundamental na construção de uma eleição limpa e livre de desinformação. É essencial que todos nós entendamos a responsabilidade que temos em promover um ambiente eleitoral saudável, onde as diferenças possam ser debatidas com respeito e as informações sejam tratadas com seriedade”, enfatizou o magistrado.
Durante a audiência, os participantes tiveram a oportunidade de expor suas opiniões e contribuições em um espaço de 3 minutos cada, abordando temas fundamentais para o pleito municipal. Entre os assuntos discutidos, destacaram-se as regras de propaganda eleitoral, orientações para a fiscalização do processo, o papel da mídia local na cobertura das eleições, estratégias para combater a desinformação e as fake news, a importância da busca pela verdade e da verificação de fatos, medidas para prevenir a disseminação de conteúdos falsos, diretrizes para evitar propagandas que incitem ódio ou violência, e a responsabilidade de candidatos e veículos de comunicação em promover um ambiente eleitoral ético e respeitoso.