A notícia da saída de Frank Ferrer do Guns N’ Roses, anunciada em 19 de março de 2025, pegou os fãs de surpresa, encerrando uma trajetória de quase duas décadas com a banda. O grupo, que se prepara para retomar as apresentações em maio, agora busca um novo baterista para ocupar o posto deixado por Ferrer, responsável por ancorar o som da banda desde 2006. Com um show marcado para o dia 1º de maio em Incheon, na Coreia do Sul, a especulação sobre quem será o substituto já movimenta os admiradores do icônico conjunto de hard rock.
Frank Ferrer integrou o Guns N’ Roses em um momento de transição, assumindo as baquetas após a saída de Bryan “Brain” Mantia. Durante seus 19 anos com a banda, ele participou de turnês históricas, incluindo a reunião do trio clássico formado por Axl Rose, Slash e Duff McKagan, iniciada em 2016. Sua última apresentação ocorreu em 5 de novembro de 2023, no México, marcando o fim de uma era. A separação, descrita como “amigável” nas redes sociais do grupo, não teve motivos detalhados, mas reacendeu o debate sobre o futuro rítmico da banda.
Enquanto o Guns N’ Roses mantém silêncio sobre o próximo nome, o histórico de bateristas que passaram pelo grupo e a rede de conexões dos membros atuais oferecem pistas. De veteranos que já fizeram história com a banda a músicos que colaboraram com Slash e McKagan em projetos paralelos, as opções são variadas. Abaixo, exploramos os principais candidatos que podem assumir o kit de bateria e dar continuidade ao legado percussivo do Guns N’ Roses.
Passado e presente: os bateristas que moldaram o Guns N’ Roses
O Guns N’ Roses tem uma longa tradição de bateristas talentosos que deixaram sua marca no som da banda. Steven Adler, o primeiro a ocupar o posto, foi essencial para o sucesso de Appetite for Destruction (1987), trazendo um swing característico que definiu o hard rock dos anos 1980. Dispensado em 1990 por problemas com drogas, Adler abriu espaço para Matt Sorum, que assumiu durante o auge dos álbuns Use Your Illusion I e II. Sorum, com sua pegada firme, acompanhou o grupo em turnês globais até 1997, quando deixou a banda em meio a tensões internas.
Após um período de instabilidade, Josh Freese entrou no final dos anos 1990, contribuindo para as gravações iniciais de Chinese Democracy. Sua saída em 2000, motivada pela demora no lançamento do álbum, levou à chegada de Bryan “Brain” Mantia, cuja bateria está presente na maior parte do disco, finalmente lançado em 2008. Mantia saiu em 2006, dando lugar a Frank Ferrer, que trouxe estabilidade ao grupo durante quase duas décadas. Agora, com a banda novamente em busca de um substituto, nomes familiares e novos talentos entram em cena.
Steven Adler, por exemplo, é uma opção nostálgica. Apesar de sua saída conturbada, ele já se reuniu com o Guns N’ Roses em apresentações esporádicas desde 2016, reacendendo a química com Slash e McKagan. Sua volta seria um retorno quase completo à formação clássica de Appetite, embora sua capacidade física e consistência em turnês longas sejam pontos de interrogação. Já Matt Sorum, com experiência em grandes palcos e um passado de colaboração com o Velvet Revolver ao lado de Slash e McKagan, também é um candidato forte, trazendo versatilidade e familiaridade ao grupo.
Nomes conhecidos retornam à discussão
Bryan “Brain” Mantia, que antecedeu Ferrer, é outro nome que ressoa entre os fãs. Sua passagem pelo Guns N’ Roses deixou um legado em Chinese Democracy, e ele já expressou orgulho por sua contribuição ao projeto. Mantia saiu da banda em 2006 para se dedicar à família após o nascimento de sua filha, mas, com quase 20 anos desde então, seu retorno não é impossível. Fãs em plataformas como o Reddit destacam seu estilo técnico e groove único como ideais para o som atual do grupo, especialmente em músicas mais experimentais.
Josh Freese, por sua vez, traz um currículo impressionante que vai além de sua breve passagem pelo Guns N’ Roses. Hoje baterista de turnê do Foo Fighters, Freese já demonstrou habilidade em lidar com o material do Chinese Democracy durante as gravações no final dos anos 1990. Embora suas partes tenham sido regravadas por Mantia, sua experiência com bandas como A Perfect Circle e Nine Inch Nails mostra sua versatilidade. Com o Foo Fighters sem turnês previstas para 2025, sua agenda pode permitir uma volta temporária ou até permanente ao Guns N’ Roses.
Brent Fitz, atual baterista do Slash featuring Myles Kennedy and the Conspirators, é uma escolha lógica devido à proximidade com Slash. Fitz já tocou clássicos do Guns N’ Roses em shows solo do guitarrista, demonstrando familiaridade com o repertório. Sua transição para a banda principal seria natural, aproveitando a sinergia já existente com um dos pilares do grupo. A experiência em turnês extensas e seu estilo enérgico o colocam como um forte concorrente.
Conexões recentes ampliam as possibilidades
Além dos veteranos, músicos que colaboraram com membros do Guns N’ Roses em projetos recentes também entram na lista. Jamie Douglass, baterista de sessão que trabalhou nos álbuns solo de Duff McKagan, Tenderness (2019) e Lighthouse (2023), é um exemplo. Embora esses discos tenham um tom mais introspectivo que o hard rock explosivo do Guns N’ Roses, Douglass já provou sua capacidade de adaptação. Sua parceria com McKagan, um dos líderes da banda, pode ser um fator decisivo.
Isaac Carpenter, outro nome ligado a McKagan, também merece atenção. Integrante do projeto paralelo Loaded desde 2009, Carpenter já tocou com o baixista em covers e apresentações ao vivo, incluindo uma versão de “Lithium” do Nirvana em 2022 no Museu de Cultura Pop, em Seattle. Sua experiência com o Loaded e a química com McKagan o tornam uma opção viável, especialmente para shows que exigem energia e precisão. Fãs nas redes sociais têm destacado sua consistência e presença de palco como diferenciais.
Para ilustrar o perfil desses candidatos, aqui estão alguns destaques de suas trajetórias:
- Steven Adler: Baterista original, conhecido pelo swing em Appetite for Destruction.
- Matt Sorum: Veterano das turnês Use Your Illusion e ex-Velvet Revolver.
- Bryan “Brain” Mantia: Principal nome por trás de Chinese Democracy.
- Josh Freese: Multi-instrumentista com passagens por Foo Fighters e A Perfect Circle.
- Brent Fitz: Parceiro de Slash em seu projeto solo.
- Jamie Douglass: Colaborador recente de McKagan em álbuns solo.
- Isaac Carpenter: Integrante do Loaded e aliado de longa data de McKagan.
Agenda de shows pressiona a escolha
O Guns N’ Roses não tem tempo a perder. A turnê de 2025 começa em menos de dois meses, com a primeira data confirmada para 1º de maio em Incheon, na Coreia do Sul. Outras apresentações incluem:
- 5 de maio: Tóquio, Japão.
- 10 de maio: Bangkok, Tailândia.
- 15 de maio: Sydney, Austrália.
- 20 de maio: Los Angeles, EUA. Essa sequência inicial de shows exige um baterista preparado para assumir o repertório extenso da banda, que vai de clássicos como “Sweet Child O’ Mine” a faixas mais recentes de Chinese Democracy. A escolha pode ser revelada apenas no palco, como já ocorreu em transições anteriores do grupo.
A saída de Frank Ferrer marca o fim de uma era estável para o Guns N’ Roses, mas também abre portas para uma renovação rítmica. Seja com o retorno de um nome icônico como Adler ou Sorum, ou com a chegada de um talento mais recente como Fitz ou Carpenter, a banda tem opções de sobra. A decisão dependerá do equilíbrio entre nostalgia, química musical e a demanda por um som que continue a atrair multidões ao redor do mundo.
O impacto de Ferrer, com sua presença sólida em turnês e contribuições em estúdio, não será esquecido. Durante seus 19 anos, ele tocou em mais de 300 shows, incluindo a histórica reunião de 2016 que levou o Guns N’ Roses de volta aos holofotes. Agora, os olhos estão voltados para o próximo capítulo, com a expectativa de que o novo baterista honre o legado e traga fôlego novo às baquetas do grupo.