A ausência de acreanos na lista dos mortos da megaoperação no Rio contrasta com a guerra entre facções no Acre, onde o crime avança pela fronteira boliviana enquanto o Estado hesita em reagir.
📍 Rio Branco – Acre, Brasil
🕓 Quarta-feira, 5 de novembro de 2025 — 02h45 (horário local)
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O Acre ficou fora da lista dos mortos no Rio, mas enfrenta a guerra entre facções nas fronteiras com a Bolívia e Peru. Silêncio não é alívio.
A lista divulgada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, com os 99 mortos identificados na megaoperação contra o Comando Vermelho, não traz nomes do Acre. Mas a ausência não é sinônimo de paz. Em um estado com mais de 600 km de fronteira com a Bolívia e forte presença de facções, o silêncio nas estatísticas esconde uma realidade em combustão lenta — a da guerra invisível que se desenha nos municípios fronteiriços.
O que se sabe até agora
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A megaoperação no Rio de Janeiro resultou em 121 mortos e 113 presos.
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Nenhum acreano consta na lista divulgada pelo governo fluminense.
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O Acre possui 618 km de fronteira com a Bolívia e 1.350 km com o Peru, por onde passam rotas do tráfico internacional.
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Facções como Comando Vermelho e Bonde dos 13 disputam território em Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Brasiléia, Sena Madureira e Rio Branco.
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Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que as facções já atuam em todos os municípios do Acre.
Entre a ausência e o risco
O Acre ficou de fora da lista, mas está dentro do mapa. A exclusão dos nomes acreanos revela um fenômeno perigoso: a discrição do crime organizado.
A droga atravessa fronteiras por rotas clandestinas em Assis Brasil, Plácido de Castro, Capixaba e Brasileia, enquanto armas e homens circulam sem registro.
Entre 2018 e 2020, o Acre manteve taxa média de 39,3 homicídios por 100 mil habitantes, muito acima da média nacional (24,3).
Nos bastidores da fronteira, a ausência de confronto aberto não é calmaria — é incubação.
A força das facções e a inércia do Estado
Relatórios do MPAC e de órgãos federais indicam que a rota Bolívia-Acre-Nordeste é hoje uma das mais lucrativas para o tráfico de cocaína e armas leves.
Enquanto o crime se organiza com disciplina empresarial, as instituições públicas se movem com lentidão burocrática.
A polícia age depois do fato. A inteligência não cruza dados. E as cidades de fronteira — sem efetivo, sem scanners, sem política social — tornam-se portas abertas para o crime transnacional.
“A ausência do Acre na lista nacional é um espelho: ainda não somos parte do problema que explodiu no Rio, mas podemos ser o próximo território-laboratório da guerra urbana”, analisa um oficial aposentado ouvido pela reportagem.
Bloco Humanista
Em Epitaciolândia, um morador resume o sentimento:
“Aqui a gente dorme com medo do que vem da Bolívia e acorda com medo do que o governo não faz.”
A frase resume o Acre invisível — o que não aparece nas listas, mas vive sob o mesmo barulho das armas.
FAQ Otimizado
Por que não há acreanos na lista da operação no Rio?
Porque a operação foi concentrada em comunidades dominadas pelo Comando Vermelho no RJ. Nenhum suspeito do Acre foi identificado entre os mortos ou presos.
O Acre está livre das facções?
Não. Relatórios oficiais mostram atuação de facções em todos os municípios do estado.
Quais cidades sofrem mais?
As que fazem fronteira com a Bolívia e o Peru — Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Brasiléia, Assis Brasil e Plácido de Castro.
Qual é o risco imediato?
O fortalecimento das rotas internacionais de tráfico e a infiltração do crime nas periferias urbanas.
Reflexão Final
O Acre não morreu no Rio — mas sangra em silêncio na fronteira.
A ausência na lista é aviso, não trégua. É o último momento antes que a notícia vire luto.
Quando o Estado não administra suas fronteiras, o crime administra seus mapas.
E o silêncio de hoje é o eco do que amanhã será manchete
Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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