Com promessa antiga e cobrança da população há anos, o governo do Acre finalmente iniciou, nesta semana, a instalação da passarela metálica sobre a BR-364, na altura do bairro Jardim Primavera, em Rio Branco.
A obra, que deveria ter sido concluída em 2022, foi retomada após denuncias de risco de atropelamentos e pressão da comunidade local. A estrutura esta sendo erguida em um dos trechos mais movimentados da rodovia federal, que corta a capital e liga bairros populosos como Tancredo Neves, Vitoria e Calafate.
A ausência de passarelas adequadas obriga pedestres a se arriscarem em travessias perigosas, muitas vezes com visibilidade reduzida e trafego intenso. Segundo a Secretaria de Infraestrutura do Acre (Seinfra), a passarela tem estrutura metálica galvanizada, piso antiderrapante e rampas de acessibilidade.
A previsão e que a instalação seja concluída ate o final de agosto, com liberação imediata para uso da população. O investimento, que ultrapassa R$ 1,3 milhão, e oriundo de convenio com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), mas sofreu paralisações por questões contratuais, segundo o governo estadual.
No entanto, moradores e lideranças locais apontam que a falta de vontade politica foi o verdadeiro entrave. “Todo ano e a mesma coisa. Anunciam obra em época de
eleição, abandonam o canteiro, depois voltam quando a comunidade pressiona. E uma vergonha o que fizeram com a gente aqui”, desabafou Maria de Fatima da Silva, moradora do bairro Vitoria e mãe de dois adolescentes que estudam do outro lado da rodovia.
Além da passarela, a Seinfra promete recuperar a sinalização horizontal e vertical da região, instalar iluminação publica e construir calcadas nos arredores. O pacote de ações busca minimizar os riscos e dar uma resposta a serie de acidentes registrados nos últimos dois anos. O engenheiro responsável pela obra, Carlos Henrique Lima, afirma que os atrasos foram causados por readequações técnicas no projeto. ‘Houve necessidade de mudanças na fundação por conta do solo instável.
Agora a execução segue normalmente’, explicou. Especialistas em mobilidade urbana, no entanto, criticam a logica reativa das politicas publicas de infraestrutura no Acre. Segundo o urbanista André Torres, o planejamento viário precisa ser preventivo e não apenas emergencial. ‘Uma passarela deveria ser construída antes da tragédia, não depois de mortes e protestos’, pontuou.
A previsão de entrega no próximo mês reacende a esperança da comunidade, mas também escancara a necessidade de um plano integrado e permanente de segurança viária no estado. A BR-364, embora seja federal, e tratada localmente como avenida urbana e essa ambiguidade jurídica atrasa soluções definitivas. Enquanto a estrutura não fica pronta, a travessia de crianças, idosos e trabalhadores segue sendo feita na base do risco e da pressa. E cada minuto conta em uma rodovia onde o descaso já custou caro demais.
Eliton Muniz – Caboco das Manchetes
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