📍 Rio Branco – AC | 29 de setembro de 2025 | Atualizado há 2h
O governador Gladson Cameli e o presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Nicolau Júnior, ambos do Progressistas, se reuniram nesta segunda-feira (29), em Rio Branco, para discutir projetos em tramitação e reforçar a parceria entre Executivo e Legislativo, mas também abriram espaço para um tema central: a sucessão de 2026, em um movimento que posiciona o partido na frente do debate político.
Gladson, o fiador da sucessão
No segundo mandato e impedido de disputar nova reeleição, Gladson usou o encontro para falar em “gratidão” e reconhecer o apoio da Aleac em áreas como saúde, educação, infraestrutura e turismo. Mas o ponto-chave foi a menção explícita à sucessão política.
“Falamos de políticas, falamos de sucessão, falamos de projetos que a Assembleia tem aqui, de interesse do Executivo. Vim agradecer e reforçar a união dos Poderes”, disse.
A declaração revela que Gladson já atua como padrinho político do próximo ciclo, e que o Progressistas pretende manter a hegemonia no Acre.
Nicolau e o tabuleiro do poder
Nicolau Júnior, que entregou a Gladson um tabuleiro de xadrez, aproveitou para reafirmar o fortalecimento das emendas parlamentares — que saltaram de R$ 200 mil para R$ 4 milhões e hoje são pagas a todos os 24 deputados.
“Antes, havia valores pequenos e nem sempre pagos. Hoje há planejamento e execução. O crescimento do estado se deve a essa parceria”, declarou.
O gesto simbólico do tabuleiro reforça a imagem de Nicolau como jogador estratégico do Progressistas. Seu nome passa a circular não apenas como gestor da Aleac, mas como possível protagonista da sucessão.
Rio Branco, epicentro da disputa
Na capital, onde a política ganha contornos mais intensos, a movimentação em torno da sucessão estadual já pressiona as alianças. O Progressistas busca evitar fissuras internas que possam abrir espaço para a oposição ou para outsiders em 2026.
O que se sabe até agora
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Gladson prepara o terreno para a sucessão, assumindo papel de fiador.
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Nicolau consolida capital político e amplia influência com emendas.
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O Progressistas articula-se para manter hegemonia no Acre.
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Rio Branco será o epicentro das disputas e alianças para 2026.
FAQ sobre o cenário político do Acre
1. Por que Gladson não pode disputar a reeleição?
Porque já está no segundo mandato consecutivo, o máximo permitido pela Constituição.
2. O que significa Gladson falar em “sucessão” agora?
É sinal de que começou a arbitrar os rumos de 2026, buscando manter a força do Progressistas.
3. Qual o peso de Nicolau na Aleac?
Ele controla a pauta, as emendas e equilibra a relação entre Executivo e Legislativo, tornando-se peça central.
4. O tabuleiro de xadrez foi apenas um presente?
Não. Foi um gesto simbólico de estratégia, sinalizando que Nicolau se vê como jogador do futuro político do Acre.
5. O Progressistas pode ter racha interno?
Sim. Como em todo processo sucessório, há disputa de espaço entre líderes e grupos locais.
6. Como Rio Branco influencia 2026?
É a capital que concentra o eleitorado e a narrativa política. O desempenho municipal impacta a sucessão estadual.
7. Quem são outros nomes cotados para 2026?
Além de Nicolau, lideranças da base e possíveis candidatos da oposição já começam a se movimentar.
8. Por que as emendas parlamentares são tão citadas?
Porque representam poder real. Deputados que antes tinham pouco orçamento hoje controlam milhões.
9. O eleitor deve esperar mudanças no Progressistas?
Haverá tentativas de manter unidade, mas a disputa interna é inevitável.
10. O que está em jogo para o Acre?
A continuidade ou não da hegemonia do Progressistas, com impacto direto na governabilidade e nos rumos econômicos e sociais do estado.
Conclusão
O café da manhã na Aleac foi apenas fachada. O verdadeiro cardápio serviu sucessão, poder e sobrevivência política. Gladson fala como quem sai, mas escolhe quem entra. Nicolau, com o tabuleiro nas mãos, mostra que não pretende ser apenas coadjuvante.
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Editorial | O xadrez da sucessão: Gladson passa a coroa, Nicolau avança a peça
O encontro desta segunda-feira na Aleac foi vendido como gesto institucional. Mas o que se viu foi o ato inaugural da sucessão de 2026. Gladson Cameli já não fala como governador em exercício, mas como fiador de quem herdará o poder. E Nicolau Júnior, ao entregar um tabuleiro de xadrez, não deu apenas um presente: mandou um recado de que está no jogo — e disposto a avançar.
Gladson, impedido de disputar novo mandato, não esconde o cálculo. Ele sabe que sua permanência como força política depende de quem ocupará a cadeira do Palácio Rio Branco depois dele. Ao falar de sucessão dentro da Assembleia, buscou blindagem: a aliança com Nicolau garante sustentação no presente e possibilidade de influência no futuro.
Nicolau, por sua vez, deixou de ser apenas o presidente cordial da Aleac. Ao centralizar o orçamento das emendas — hoje quatro milhões para cada deputado —, assumiu o posto de árbitro silencioso do Legislativo. Agora, com o gesto simbólico do xadrez, expõe que tem consciência de seu capital político e de que pode ser mais que peça de bastidor: pode se tornar protagonista.
O Progressistas joga para manter a hegemonia. Mas hegemonia não se sustenta apenas com gratidão e discursos de unidade. Precisa de liderança real e projeto convincente para o Acre. O risco é transformar a sucessão em balcão de negócios entre cúpulas, ignorando que a sociedade já cobra renovação e resultados.
O editorial é claro: Gladson passa a coroa, Nicolau avança a peça, e o Progressistas expõe sua estratégia antes da hora. O problema é que, em política, tabuleiros se viram. E quem hoje parece rei pode acordar peão.
Editorial – Eliton Muniz





