A nova produção da plataforma global percorre Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte para revelar a evolução do género e as vozes que impulsionam o seu impacto internacional.
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A Beatport estreia Funk do Brasil with Mochakk, uma série documental que acompanha o DJ brasileiro ao longo de três cidades-chave para entender como um som nascido nos subúrbios do Rio, no final dos anos 1980, se transformou numa força cultural ligada hoje à música eletrónica global.
O Funk Brasileiro, marcado por raízes no Miami Bass e nas vivências quotidianas das favelas, tornou-se uma das expressões musicais mais influentes da cultura urbana do país. Depois de décadas associado à marginalidade, o género entrou definitivamente no radar da indústria internacional. Em abril, a Beatport reconheceu oficialmente o Funk Brasileiro como um género próprio na plataforma — um passo simbólico e estratégico que abre novas possibilidades a artistas, DJs e selos.
O lançamento da série documental acompanha este momento de viragem. Funk do Brasil with Mochakk, produzida pela Beatport em parceria com a ONErpm, propõe uma leitura abrangente do género através de quatro episódios que cruzam história, estética e contemporaneidade. Com Mochakk como apresentador, a produção percorre três cidades fundamentais para compreender o presente do funk: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
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A série aborda não apenas a música, mas também subgéneros, códigos culturais, estética visual, espaços de performance e relações comunitárias que atravessam o movimento. Entre histórias de bastidores, trajetórias individuais e reflexões sobre a evolução do som, Funk do Brasil apresenta um panorama plural que liga gerações e territórios. Ao longo dos episódios, surgem nomes centrais do momento atual: Mu540, Bonekinha Iraquiana, MC GW, Dennis DJ, MC Marsha, MC Duzinho do Cabaré, DJ Ramon Sucesso, VHOOR, Mac Júlia e Gordão do PC.
A condução da série por Mochakk — DJ brasileiro com forte ligação ao funk nos seus sets e figura em ascensão na cena eletrónica global — dá ao projeto um enquadramento pessoal. Além de apresentar os episódios, ele percorre as cidades para compreender como cada região moldou o género. Logo na abertura, o DJ questiona: “Talvez já tenhas escutado antes. Mas o que isso realmente significa? E onde tudo começou?” A pergunta serve de guia para introduzir o público internacional num universo que ultrapassa estereótipos e simplificações.
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O segundo episódio conduz Mochakk ao Rio de Janeiro, berço do género. Nas conversas com Dennis DJ, DJ Ramon Sucesso, MC Marsha e MC Duzinho do Cabaré, a série revisita a história dos primeiros MCs, os bailes e as transformações que fizeram do funk carioca um fenómeno social e musical. O capítulo dedica-se a mostrar como o som nasceu de contextos específicos e, através de rimas, beats e novas tecnologias, ganhou força e identidade própria.
Em São Paulo, a narrativa desloca-se para um dos polos mais criativos do funk contemporâneo. Nas conversas com Mu540, MC GW e Bonekinha Iraquiana, o documentário explora estéticas locais e a diversidade de subgéneros. Mu540 explica: “Alguns não estão a fim de contar essa história, mas eu estou. Eu sou fã desses caras e eles moldaram minha consciência como artista e pessoa. Foi sociologia através de música. Ficava na esquina ouvindo e comecei a identificar padrões.” Já Bonekinha Iraquiana comenta o impacto internacional recente: “Eu nunca achei que seria possível eu sair do Brasil com o funk. Então pra mim foi uma loucura, um choque. Eu sou a Bonekinha Iraquiana e agora o mundo me conhece.” O episódio final leva Mochakk a Minas Gerais, onde Mac Júlia, Gordão do PC e VHOOR apresentam a estética singular do funk mineiro — marcada por cortes, atmosferas mais sombrias e uma relação intensa com a moda e os espaços onde o som circula.
O reconhecimento oficial do Funk Brasileiro na Beatport, aliado ao lançamento da série documental, confirma a expansão internacional de um género que, durante décadas, foi subestimado ou mal compreendido. Ao reunir artistas de diferentes regiões e destacar a heterogeneidade das suas expressões, Funk do Brasil with Mochakk oferece ao público global uma leitura aprofundada sobre um movimento que já ultrapassou fronteiras — tanto físicas quanto simbólicas.
A estreia da série reforça a presença do funk no debate global sobre música eletrónica e aponta para novas etapas na sua internacionalização. Para acompanhar Funk do Brasil with Mochakk e explorar o género na Beatport, basta aceder diretamente à plataforma.






