A frente fria mais intensa de 2025 chegou ao Brasil, trazendo temperaturas abaixo de 10°C em São Paulo, neve em Santa Catarina e geadas no Sul. Desde 28 de maio, a massa de ar polar avança pelo Sul, Sudeste e Centro-Oeste, marcando recordes de frio em capitais como Curitiba, Porto Alegre e Campo Grande. Em São Paulo, termômetros registram mínimas inéditas para o ano, enquanto o pico do frio ocorre nesta sexta-feira, 30 de maio. A previsão aponta mudanças graduais a partir do fim de semana, com aumento discreto das temperaturas. O fenômeno, acompanhado por ventos fortes e baixa umidade, afeta a rotina de milhões. A seguir, detalhes sobre a duração e os efeitos dessa onda polar.
O evento meteorológico começou com a chegada de uma frente fria ao Rio Grande do Sul na terça-feira, 27 de maio. Rapidamente, o ar frio se espalhou, derrubando temperaturas em áreas do interior e provocando neve em cidades serranas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em São Paulo, a queda térmica foi acentuada na quinta-feira, 29 de maio, com a capital registrando médias de 13°C durante o dia. A Defesa Civil Municipal decretou estado de alerta para baixas temperaturas, reforçando a necessidade de cuidados com a população vulnerável.
- Regiões afetadas: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, além de partes de Rondônia, Acre e sul do Amazonas.
- Recordes de frio: Cinco capitais bateram mínimas históricas para 2025 na quinta-feira.
- Fenômenos raros: Neve em São Joaquim (SC) e geadas em áreas do Paraná e Mato Grosso do Sul.
A massa de ar polar, descrita como uma das mais fortes do ano, atingiu seu auge na madrugada de 30 de maio, com temperaturas próximas de 0°C em regiões elevadas do Sul.
Pico da onda polar
Na sexta-feira, 30 de maio, o Brasil vive o momento mais intenso da frente fria. Em São Paulo, a previsão indica mínimas entre 8°C e 10°C, com sensação térmica ainda menor devido à ausência de ventos significativos. No Sul, cidades como Curitiba e Florianópolis enfrentam temperaturas entre 2°C e 9°C, enquanto áreas serranas de Santa Catarina podem registrar até -7°C. O frio também se estende ao Centro-Oeste, com Campo Grande marcando 4°C a 6°C.
A madrugada de sexta-feira é marcada por geadas em diversas regiões. No Rio Grande do Sul, áreas rurais enfrentam risco de danos a plantações, especialmente nas culturas de trigo e milho. Em São Paulo, a zona sul da capital, como os bairros de Marsilac e Parelheiros, registra as menores temperaturas, com termômetros oscilando entre 8°C e 11°C. A ausência de chuvas significativas mantém o tempo seco, intensificando a sensação de frio.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de perigo para o frio extremo no início da semana, destacando a possibilidade de geadas no sul de Mato Grosso do Sul e na divisa de São Paulo com o Paraná. A previsão para o dia aponta céu claro na maior parte do Sudeste, com poucas nuvens e sol predominante, mas sem elevar as máximas além de 20°C em São Paulo.
Início do alívio térmico
A partir de sábado, 31 de maio, as temperaturas começam a subir gradualmente em São Paulo e outras capitais do Sudeste. A previsão indica máximas de 25°C na capital paulista, com mínimas subindo para 13°C. No Sul, o frio persiste com mais intensidade, especialmente em Porto Alegre, onde as mínimas permanecem abaixo de 10°C até domingo, 1º de junho. No Centro-Oeste, Campo Grande e Cuiabá também registram aumento discreto, com máximas alcançando 22°C no sábado.
A massa de ar polar começa a perder força com a chegada de um sistema de alta pressão, que estabiliza o tempo e reduz a nebulosidade. Em São Paulo, o sábado terá sol entre nuvens, favorecendo a elevação térmica ao longo do dia. No entanto, as madrugadas ainda serão frias, com termômetros marcando cerca de 12°C na capital. A previsão para o Sul indica tempo firme, sem chuvas, mas com risco de geadas em áreas altas até o início de junho.
- São Paulo: Máximas de 25°C no sábado e mínimas de 13°C.
- Porto Alegre: Mínimas de 7°C a 9°C até domingo.
- Curitiba: Possibilidade de geada na sexta-feira, com temperaturas subindo para 20°C no fim de semana.
- Campo Grande: Máximas de 22°C no sábado, com mínimas de 6°C.
Fim da frente fria
A previsão aponta que o frio extremo começa a se dissipar a partir de terça-feira, 3 de junho, em todo o Brasil. Em São Paulo, as temperaturas máximas voltam a se aproximar dos 27°C, enquanto as mínimas estabilizam entre 15°C e 16°C. No Sul, Porto Alegre e Florianópolis registram máximas de 25°C, com mínimas subindo para 12°C. No Centro-Oeste, Cuiabá e Campo Grande voltam a registrar temperaturas acima de 28°C durante o dia, marcando o retorno de um clima mais ameno.
A frente fria, que trouxe neve e geadas, não deve se repetir nos próximos dias. A Climatempo destaca que o fenômeno foi impulsionado por uma combinação rara de umidade e baixas temperaturas, condições que não se sustentam na próxima semana. A massa de ar seco que predominará a partir de junho reduz a chance de precipitações invernais, como neve, e estabiliza o clima em grande parte do país.
Efeitos no Sul do Brasil
O Rio Grande do Sul enfrentou condições extremas na quinta-feira, 29 de maio, com a formação de um ciclone extratropical. O fenômeno provocou chuvas intensas no litoral e ventos superiores a 70 km/h em Porto Alegre. Cidades serranas, como São Joaquim e Bom Jardim da Serra, registraram neve pela primeira vez em 2025, atraindo turistas e moradores para as áreas altas. A neve, no entanto, não deve se repetir, já que a previsão para os próximos dias indica tempo seco e frio, sem umidade suficiente para precipitações invernais.
Em Santa Catarina, a serra catarinense teve temperaturas entre -5°C e -7°C na madrugada de sexta-feira. A Epagri, órgão estadual de monitoramento, confirmou que Urupema registrou -0,2°C no início de abril, mas as mínimas de maio superaram os recordes anteriores. No Paraná, Curitiba enfrenta risco de geada na sexta-feira, com termômetros oscilando entre 2°C e 4°C. Áreas rurais do estado, como Palmas e Guarapuava, também registram temperaturas próximas de 0°C.
- Neve registrada: São Joaquim, Bom Jardim da Serra e Urupema (SC).
- Ventos fortes: Rajadas de até 64,3 km/h em Santana, zona norte de São Paulo, na quarta-feira.
- Geadas: Risco elevado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná até sábado.
Impactos na agricultura
A frente fria trouxe preocupações para o setor agrícola, especialmente no Sul e em Mato Grosso do Sul. No Rio Grande do Sul, culturas de inverno, como trigo, enfrentam risco de perdas devido às geadas. Em Mato Grosso do Sul, produtores de milho e soja monitoram as condições, já que temperaturas abaixo de 5°C podem afetar o desenvolvimento das lavouras. A Climatempo alerta para a possibilidade de danos em áreas de maior altitude, onde as temperaturas negativas são mais frequentes.
Em São Paulo, o impacto na agricultura é menos severo, mas culturas sensíveis, como hortaliças, podem sofrer com as mínimas abaixo de 10°C. A zona rural de cidades como Atibaia e Jundiaí registra temperaturas entre 5°C e 8°C, exigindo medidas de proteção, como coberturas plásticas e irrigação controlada. No Centro-Oeste, a baixa umidade do ar, combinada com o frio, aumenta o risco de focos de incêndio em áreas de pastagem.
Cuidados com a saúde
As baixas temperaturas exigem atenção redobrada com a saúde, especialmente em São Paulo, onde a população enfrenta o frio mais intenso do ano. A Defesa Civil recomenda o uso de agasalhos adequados e a hidratação constante, já que o ar seco pode causar problemas respiratórios. Em abrigos para pessoas em situação de rua, a capacidade foi ampliada na capital paulista, com distribuição de cobertores e refeições quentes.
O frio também aumenta a incidência de doenças respiratórias, como gripes e resfriados. Hospitais da rede pública de São Paulo reforçaram o atendimento para casos relacionados ao clima. Em Curitiba, a prefeitura ampliou campanhas de vacinação contra a influenza, visando proteger grupos vulneráveis, como idosos e crianças.
- Recomendações: Uso de roupas quentes, hidratação e evitar exposição prolongada ao frio.
- Atenção especial: Pessoas em situação de vulnerabilidade e idosos.
- Doenças respiratórias: Aumento de casos esperado em capitais do Sul e Sudeste.
Previsão para a próxima semana
A partir de segunda-feira, 2 de junho, o Brasil entra em um período de transição climática. Em São Paulo, o sol predomina, com máximas de 23°C e mínimas de 16°C. No Sul, as temperaturas sobem gradualmente, mas as madrugadas ainda serão frias, com mínimas de 10°C em Porto Alegre. No Centro-Oeste, o clima volta a ser quente, com máximas de 30°C em Cuiabá.
A Climatempo indica que uma nova frente fria pode chegar ao Sul na segunda quinzena de junho, mas sem a mesma intensidade da atual. A previsão para os próximos 15 dias aponta predomínio de tempo seco no Sudeste e Centro-Oeste, com chuvas isoladas no litoral do Nordeste. Em São Paulo, a nebulosidade diminui, e as temperaturas máximas devem se estabilizar entre 25°C e 28°C até meados de junho.
Regiões menos afetadas
Enquanto o centro-sul do Brasil enfrenta o frio, o Norte e o Nordeste registram condições distintas. No Amazonas, Rondônia e Acre, a frente fria provoca uma friagem leve, com mínimas de 11°C a 13°C em Rio Branco e Porto Velho. No Nordeste, a costa leste, incluindo Salvador e Recife, mantém temperaturas acima de 25°C, com chuvas frequentes devido à influência da Zona de Convergência Intertropical.
A previsão para o Norte indica pancadas de chuva no Amazonas e Amapá, com acumulados de até 200 mm em algumas áreas. No Nordeste, o litoral do Maranhão ao Rio Grande do Norte enfrenta chuvas intensas, mas sem queda significativa de temperatura. Essas regiões escapam do impacto da massa polar, mantendo um clima típico de outono.
Histórico de frentes frias em maio
Maio de 2025 já é considerado um dos mais frios dos últimos anos no Brasil. A Climatempo registra que a última frente fria com intensidade semelhante ocorreu em maio de 2022, quando São Paulo marcou 9°C e o Sul registrou neve em diversas cidades. A combinação de um ciclone extratropical e uma massa de ar polar continental é rara para o mês, geralmente mais comum no inverno.
Nos últimos cinco anos, o Brasil enfrentou ondas de frio significativas em maio apenas em 2021 e 2022. Em 2021, Porto Alegre registrou 5°C, enquanto em 2022, a serra catarinense teve -8°C. A frente fria atual supera essas marcas em algumas regiões, com temperaturas negativas em áreas elevadas do Sul. O Inmet destaca que o fenômeno de 2025 é impulsionado por mudanças na circulação atmosférica, que favorecem a entrada de ar polar no continente.
- Maio de 2021: Porto Alegre com 5°C e geadas no Paraná.
- Maio de 2022: Neve em Santa Catarina e -8°C na serra.
- Maio de 2025: Recordes em cinco capitais e neve em São Joaquim.
Preparativos urbanos
Em São Paulo, a prefeitura intensificou ações para enfrentar o frio. Além do aumento de vagas em abrigos, equipes de assistência social percorrem a cidade para oferecer apoio à população em situação de rua. A Defesa Civil mantém o estado de alerta até sábado, monitorando as temperaturas e os impactos na capital. Em Curitiba, a prefeitura distribuiu kits de inverno em comunidades carentes, enquanto Porto Alegre reforçou a limpeza de bueiros para evitar alagamentos em caso de chuvas.
No Centro-Oeste, Campo Grande ampliou o atendimento em unidades de saúde, preparando-se para o aumento de casos respiratórios. Em Cuiabá, a baixa umidade do ar levou à emissão de alertas para evitar queimadas, já que o frio seco favorece incêndios em áreas rurais. As medidas refletem a necessidade de adaptação ao clima extremo em diferentes regiões.
Expectativas para junho
A transição para junho marca o início de um período mais estável no Brasil. No Sudeste, a previsão indica temperaturas amenas, com máximas de 25°C a 28°C em São Paulo e Rio de Janeiro. No Sul, o frio perde força, mas as mínimas ainda podem atingir 10°C em Porto Alegre e Curitiba. No Centro-Oeste, o calor retorna, com máximas de 30°C em Goiânia e Cuiabá.
A Climatempo prevê que o inverno, que começa oficialmente em 20 de junho, trará novas frentes frias, mas com menor intensidade que a de maio. A influência de massas de ar seco deve predominar, reduzindo a chance de chuvas no Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, as chuvas persistem, especialmente no litoral, mas sem relação com a frente fria atual.