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Francisco Cuoco, ícone da TV brasileira, morre aos 91 anos em São Paulo

Francisco Cuoco, um dos maiores nomes da televisão, teatro e cinema brasileiros, faleceu aos 91 anos nesta quinta-feira, 19 de junho de 2025, em São Paulo. O ator, conhecido por papéis marcantes em novelas como Pecado Capital e Selva de Pedra, estava internado no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, onde veio a óbito devido à falência múltipla dos órgãos. Nascido no Brás, em 1933, Cuoco construiu uma carreira de mais de seis décadas, encantando gerações com sua versatilidade e carisma. A família informou que ele partiu de forma serena, e o velório será realizado na sexta-feira, 20 de junho, no Funeral Home, aberto ao público das 7h às 15h. O enterro, às 16h, será reservado a familiares e amigos próximos. A TV Globo anunciou uma homenagem ao ator, exibindo um tributo especial após o Jornal da Globo na noite de sua morte.

O impacto de sua partida reverberou entre colegas, fãs e admiradores. Artistas como Walcyr Carrasco destacaram a trajetória de Cuoco como um ícone que inspirou milhões. Sua habilidade de dar vida a personagens complexos, aliada à dedicação ao ofício, marcou a história da dramaturgia brasileira.

Para compreender a magnitude de sua carreira, é necessário revisitar os passos que o levaram do Brás aos holofotes.

  • Primeiros anos: Filho de Antonieta e Leopoldo, Cuoco cresceu em um sobrado no Brás, onde encenava diálogos para vizinhos em um terreno baldio.
  • Formação: Abandonou o vestibular de Direito para ingressar na Escola de Arte Dramática de São Paulo, formando-se em quatro anos.
  • Carreira inicial: Iniciou no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e integrou o Teatro dos Sete, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro.

Início no teatro e primeiros passos na TV

Aos 20 anos, Francisco Cuoco tomou uma decisão que mudaria sua vida: trocou o sonho de ser advogado pela paixão pelas artes cênicas. Na Escola de Arte Dramática, aprimorou sua técnica e logo se destacou no Teatro Brasileiro de Comédia. Em 1959, já integrava o prestigiado Teatro dos Sete, onde contracenou com grandes nomes da época. Sua estreia na televisão veio com o programa Grande Teatro Tupi, que adaptava peças teatrais para a TV ao vivo. “Era um desafio, mas também um aprendizado incrível”, revelou o ator em entrevista ao Memória Globo.

Na década de 1960, Cuoco participou de novelas que marcaram época. Marcados pelo Amor (1964), na TV Record, foi sua primeira experiência no gênero. Dois anos depois, Redenção (1966), na Excelsior, consolidou sua popularidade. Em Legião dos Esquecidos (1968), formou par romântico com Regina Duarte, mostrando o carisma que o tornaria um dos maiores galãs da TV brasileira.

Estreia na Globo e papéis inesquecíveis

A chegada de Francisco Cuoco à TV Globo, em 1970, marcou o início de uma trajetória brilhante na emissora. Sua estreia foi na novela Assim na Terra Como no Céu, de Dias Gomes, onde interpretou o padre Vitor. O papel, embora não fosse protagonista, destacou sua capacidade de dar profundidade a personagens complexos.

Nos anos seguintes, Cuoco tornou-se sinônimo de sucesso. A novelista Janete Clair escreveu papéis sob medida para ele, começando com o ambicioso Cristiano Vilhena em Selva de Pedra (1972). A novela, um marco da teledramaturgia, apresentou Cuoco como noivo de Simone Marques, personagem de Regina Duarte. O público se encantou com sua química em cena e sua habilidade de transitar entre drama e romantismo.

Outros papéis memoráveis vieram em sequência:

  • O Semideus (1973): Interpretou o jornalista Alex, um personagem que combinava charme e determinação.
  • Cuca Legal (1975): Viveu o aviador Mário Barroso, um galã irresistível.
  • Pecado Capital (1975): Como o taxista Carlão, conquistou o Brasil com sua generosidade e empatia, disputando o amor de Lucinha (Betty Faria).

O carisma de Carlão em Pecado Capital

O papel de Carlão em Pecado Capital é, para muitos, o ápice da carreira de Francisco Cuoco. A novela, escrita às pressas para substituir Roque Santeiro, censurada pela ditadura, tornou-se um fenômeno. Carlão, um taxista humilde e carismático, representava o brasileiro comum, alguém que via o outro como igual. “Ele tinha a mágica do personagem popular”, disse Cuoco ao Memória Globo.

A trama, centrada no triângulo amoroso entre Carlão, Lucinha e Salviano Lisboa (Lima Duarte), cativou o público. Anos depois, no remake de 1998, Cuoco surpreendeu ao interpretar Salviano, mostrando sua versatilidade ao assumir um papel antes antagonista.

Outras novelas marcantes

Além de Pecado Capital, Francisco Cuoco brilhou em diversas produções da Globo. Em O Salvador da Pátria (1989), interpretou um político carismático, enquanto em Passione (2010) e Sol Nascente (2016) mostrou que continuava relevante, mesmo em papéis coadjuvantes. Sua última aparição em novelas foi em Segundo Sol (2018), onde emocionou o público com uma atuação delicada e precisa.

Cuoco também deixou sua marca em minisséries e seriados. Em A Vida da Gente (2011), interpretou um avô afetuoso, e em 2023, aos 89 anos, fez uma participação especial na série No Corre, do Multishow, provando que sua paixão pela atuação permanecia intacta.

Carreira no cinema

Embora mais conhecido pela TV, Francisco Cuoco teve uma carreira significativa no cinema, especialmente entre os anos 1990 e 2000. Participou de filmes como:

  • Traição (1998), dirigido por José Henrique Fonseca e Arthur Fontes.
  • Gêmeas (1999), de Andrucha Waddington.
  • A Partilha (2001), de Daniel Filho.
  • Cafundó (2005), codirigido por Paulo Betti.

Esses trabalhos mostraram sua capacidade de se reinventar em narrativas mais densas e cinematográficas, diferentes do ritmo acelerado das novelas.

Retorno ao teatro

O teatro, onde Cuoco começou, nunca deixou de ser parte de sua vida. Após anos focado na TV e no cinema, ele voltou aos palcos em 2005 com a peça Três Homens Baixos, ao lado de Gracindo Jr. e Chico Tenreiro. A montagem foi um sucesso, reforçando sua conexão com as raízes da atuação.

Para Cuoco, o teatro exigia uma entrega única. “No palco, o ator precisa de inteligência cênica, de dar vida ao personagem sem perder a essência”, afirmou em entrevista. Sua dedicação ao ofício inspirou gerações de atores mais jovens, a quem ele sempre buscou orientar.

Vida pessoal e raízes no Brás

Nascido em 29 de novembro de 1933, Francisco Cuoco cresceu no Brás, um bairro operário de São Paulo. Filho de Antonieta e Leopoldo, ele tinha uma irmã, Grácia, e lembrava com carinho da infância. Um terreno baldio em frente à sua casa servia de palco para suas primeiras encenações, muitas vezes inspiradas pelos circos que visitavam o bairro. “Era um universo que me fascinava”, contou.

Pai de três filhos — Tatiana, Rodrigo e Diogo —, Cuoco manteve a discrição sobre sua vida pessoal, preferindo que o foco estivesse em seu trabalho. Sua ligação com São Paulo permaneceu forte, e ele sempre mencionava com orgulho suas raízes no Brás.

Homenagens póstumas

A morte de Francisco Cuoco gerou uma onda de homenagens. Artistas, diretores e fãs usaram as redes sociais para expressar admiração e tristeza. O dramaturgo Walcyr Carrasco descreveu o ator como “um ícone que levou emoção a milhões de lares”. A TV Globo, onde Cuoco construiu grande parte de sua carreira, anunciou a exibição de um tributo especial, destacando momentos marcantes de sua trajetória.

O velório, aberto ao público, espera receber admiradores que desejam se despedir do ator. A cerimônia reflete o carinho que Cuoco conquistou ao longo de décadas, não apenas como artista, mas como uma figura que representava a essência do brasileiro.

Legado na dramaturgia

A trajetória de Francisco Cuoco é um reflexo da evolução da televisão brasileira. Desde as transmissões ao vivo dos anos 1950 até as produções modernas, ele acompanhou e ajudou a moldar o entretenimento no país. Sua habilidade de dar vida a personagens como Carlão, Cristiano Vilhena e tantos outros garantiu seu lugar como um dos maiores atores de sua geração.

Cuoco também foi um mentor para jovens atores, compartilhando sua experiência e enfatizando a importância da “inteligência cênica”. Para ele, o personagem precisava ter alma, algo que ele dominava com maestria.

Últimos anos e saúde

Nos últimos anos, Francisco Cuoco reduziu o ritmo de trabalho, mas nunca abandonou a atuação. Sua participação em No Corre (2023) foi um momento especial, mostrando que, mesmo aos 89 anos, ele continuava ativo e apaixonado pelo ofício. Sua internação no Hospital Albert Einstein, em 2025, foi breve, e a família destacou que ele partiu de forma tranquila.

A falência múltipla dos órgãos, causa de sua morte, é uma condição comum em idosos, mas não há detalhes adicionais sobre seu estado de saúde nos meses anteriores. O foco, agora, está em celebrar sua vida e contribuições.

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