No dia 26 de abril de 2025, a TV Globo comemorou seus 60 anos de história, e um dos momentos mais marcantes da celebração foi a participação das filhas de Glória Maria, Maria Matta, de 17 anos, e Laura Matta, de 16, em um evento especial para o lançamento do documentário “Gloria”. A produção, dividida em quatro episódios exibidos no programa Fantástico, mergulha na vida e na carreira de uma das jornalistas mais icônicas do Brasil, que faleceu em fevereiro de 2023. Pelas redes sociais, Maria e Laura compartilharam mensagens de gratidão à emissora, destacando a homenagem à mãe, que dedicou 52 anos de sua vida à Globo como repórter e apresentadora. O evento, realizado no Rio de Janeiro, reuniu colegas, amigos e admiradores de Glória, reforçando sua influência no telejornalismo e na luta por representatividade. A série documental promete revelar imagens inéditas, relatos emocionantes e momentos que marcaram a trajetória de uma mulher que transformou a forma de fazer jornalismo no Brasil.
Maria e Laura usaram o perfil oficial de Glória Maria no Instagram para expressar emoção com o lançamento. A mensagem, publicada horas antes da exibição do primeiro episódio, agradeceu à Globo pelo cuidado na produção e convidou o público a assistir à estreia após o Fantástico. As jovens também celebraram os 60 anos da emissora, destacando que Glória esteve presente em mais de cinco décadas dessa história, contribuindo com reportagens memoráveis e um carisma único. A postagem, acompanhada de fotos do evento, recebeu milhares de curtidas e comentários de fãs, que elogiaram a força das filhas em manter vivo o legado da mãe.
A produção do documentário, dirigida por Paulo Sampaio, reúne depoimentos de nomes como Pedro Bial, Leilane Neubarth, Mano Brown, Emicida, Maria Bethânia e Roberto Carlos, além de imagens históricas e vídeos pessoais de Glória. A série destaca não apenas sua carreira, mas também sua vida pessoal, incluindo sua adoção de Maria e Laura em 2009 e sua luta contra o câncer, enfrentada com coragem até os últimos dias. A homenagem reforça a imagem de Glória como uma figura destemida, que quebrou barreiras raciais e de gênero em um meio predominantemente masculino e branco, deixando um impacto duradouro na cultura brasileira.
- Homenagem especial: Maria e Laura celebram o legado de Glória Maria no evento da Globo.
- Documentário “Gloria”: A série de quatro episódios estreia no Fantástico com imagens inéditas.
- 60 anos da Globo: As filhas destacam a trajetória de Glória na emissora por 52 anos.
Uma carreira que mudou o jornalismo
Glória Maria começou sua trajetória na TV Globo em 1971, aos 22 anos, como estagiária, e rapidamente se destacou por sua determinação e talento. Ao longo de cinco décadas, ela se tornou uma das primeiras jornalistas negras a ocupar espaços de destaque na televisão brasileira, enfrentando preconceitos e abrindo portas para futuras gerações. Sua passagem pelo Jornal Nacional, onde foi a primeira repórter negra a aparecer na bancada, marcou um momento histórico. Glória também brilhou no Globo Repórter, comandando o programa por 15 anos e levando ao público reportagens que combinavam profundidade jornalística com sensibilidade cultural. Suas viagens a mais de 100 países, incluindo coberturas na Nigéria, no Japão e na Jamaica, revelaram um mundo diverso e ampliaram os horizontes dos telespectadores.
Entre os momentos mais emblemáticos de sua carreira está a denúncia de racismo sofrida em 1980, quando foi discriminada em um hotel no Rio de Janeiro. Glória transformou a experiência em uma pauta jornalística, expondo o caso no Fantástico e trazendo à tona o debate sobre discriminação racial no Brasil. Essa coragem foi uma constante em sua vida, seja em reportagens investigativas, como a cobertura da Guerra das Malvinas em 1982, seja em entrevistas com personalidades como Freddie Mercury, Michael Jackson e Madonna. Sua habilidade de conectar pessoas e contar histórias a tornou uma referência no jornalismo brasileiro, admirada por colegas e pelo público.
Além de sua contribuição profissional, Glória Maria deixou um legado de representatividade. Em um país onde apenas 4% dos jornalistas de TV eram negros na década de 1970, segundo dados históricos, sua presença na tela desafiou estereótipos e inspirou jovens, como a estudante conhecida como “Mini Glória Maria”, que alcançou 960 pontos na redação do Enem 2024 e escolheu cursar jornalismo em homenagem à jornalista. A história de Glória continua a inspirar, especialmente para Maria e Laura, que cresceram vendo a mãe como um exemplo de força e autenticidade.
O impacto pessoal de Glória Maria
A adoção de Maria e Laura, em 2009, foi um dos capítulos mais significativos da vida de Glória Maria. Após conhecer as irmãs em um orfanato em Salvador, Bahia, ela decidiu formar uma família, enfrentando os desafios de ser mãe solo aos 50 anos. Em entrevistas, Glória descreveu a maternidade como sua maior realização, acima de qualquer conquista profissional. As filhas, que cresceram sob os cuidados de uma mulher incansável, herdaram sua resiliência e hoje se dedicam a preservar sua memória. Maria, a mais velha, tem se destacado nas redes sociais, compartilhando mensagens que refletem os valores de Glória, enquanto Laura, mais reservada, também participa de iniciativas para honrar a mãe.
A luta de Glória contra o câncer, diagnosticado em 2019, foi outro momento marcante. Após um tumor cerebral ser descoberto, ela passou por cirurgias e tratamentos, enfrentando a doença com otimismo. Em 2022, Glória anunciou que estava curada, mas meses depois, em fevereiro de 2023, complicações de saúde levaram à sua morte, aos 73 anos. A notícia abalou o Brasil, e homenagens de artistas, jornalistas e fãs inundaram as redes sociais. Maria e Laura, então com 15 e 14 anos, receberam apoio de amigos da mãe, como a apresentadora Ana Maria Braga, que dedicou um programa especial à jornalista.
A produção do documentário “Gloria” foi uma forma de transformar a dor da perda em celebração. Maria e Laura acompanharam de perto o processo, participando de reuniões com a equipe de produção e sugerindo materiais do acervo pessoal de Glória. O resultado é uma série que equilibra emoção e informação, mostrando a jornalista não apenas como uma profissional brilhante, mas como uma mãe dedicada e uma mulher que enfrentou adversidades com graça e determinação.
- Maternidade: Glória adotou Maria e Laura em 2009, tornando-se mãe solo.
- Luta contra o câncer: A jornalista enfrentou a doença com coragem até 2023.
- Envolvimento das filhas: Maria e Laura participaram da produção do documentário.
A celebração dos 60 anos da Globo
A exibição do documentário “Gloria” faz parte das comemorações dos 60 anos da TV Globo, fundada em 26 de abril de 1965. A emissora preparou uma programação especial, incluindo o “Show 60 anos”, com apresentações de artistas como Sandy e Junior, Xuxa, Ivete Sangalo e outros. O evento, transmitido em horário nobre, destacou a trajetória da Globo como a maior rede de televisão do Brasil, responsável por produções que marcaram gerações. A homenagem a Glória Maria, uma das figuras mais emblemáticas da emissora, reforça o compromisso da Globo com a diversidade e a inovação no jornalismo.
A série documental também reflete a evolução da Globo ao longo das décadas. Desde os anos 1970, quando Glória ingressou na emissora, a televisão brasileira passou por transformações tecnológicas e culturais. A jornalista acompanhou essas mudanças, sendo uma das primeiras a usar câmeras portáteis em reportagens internacionais e a incorporar narrativas mais humanas em suas matérias. Sua participação em programas como o Fantástico e o Globo Repórter ajudou a moldar o formato de jornalismo televisivo no Brasil, que hoje combina informação e entretenimento.
A presença de Maria e Laura no evento de lançamento simboliza a continuidade do legado de Glória. As jovens, que cresceram acompanhando a mãe nos bastidores da Globo, agora assumem o papel de embaixadoras de sua história. A participação delas no Instagram, onde gerenciam o perfil de Glória com mais de 1,2 milhão de seguidores, mantém viva a memória da jornalista, compartilhando momentos de sua carreira e mensagens de inspiração.
O documentário como tributo
A série “Gloria” é mais do que uma retrospectiva; é um tributo à vida de uma mulher que desafiou limites. Dividida em quatro episódios, a produção explora diferentes fases da trajetória de Glória Maria, desde sua infância no Rio de Janeiro até sua consagração como ícone do jornalismo. O primeiro episódio, exibido em 26 de abril de 2025, foca na juventude de Glória e sua entrada na Globo, destacando os desafios de ser uma mulher negra em um ambiente dominado por homens brancos. Imagens de arquivo mostram Glória em suas primeiras reportagens, com um sorriso que se tornaria sua marca registrada.
Os episódios seguintes abordam suas viagens internacionais, que levaram o público brasileiro a conhecer culturas distantes, e sua influência na luta contra o racismo. Um dos momentos mais aguardados é a inclusão de vídeos caseiros, nos quais Glória aparece brincando com Maria e Laura ou conversando com amigos. Esses registros, fornecidos pela família, oferecem um olhar íntimo sobre a jornalista, revelando sua generosidade e senso de humor. Depoimentos de colegas como Pedro Bial, que trabalhou com Glória no Fantástico, e Leilane Neubarth, que dividiu a bancada do Jornal Hoje, adicionam camadas à narrativa, mostrando o impacto de Glória dentro e fora da Globo.
A produção também destaca o lado ativista de Glória. Sua cobertura na Nigéria, em 1986, trouxe à tona questões de identidade e ancestralidade, enquanto sua entrevista com o líder sul-africano Nelson Mandela, em 1990, reforçou seu compromisso com pautas sociais. Esses momentos, combinados com sua postura combativa diante do racismo, fazem de Glória uma figura central na história da representatividade no Brasil. A série promete emocionar o público, especialmente Maria e Laura, que veem na produção uma forma de eternizar a memória da mãe.
- Estrutura da série: Quatro episódios exploram a vida e a carreira de Glória Maria.
- Imagens inéditas: Vídeos caseiros mostram Glória em momentos pessoais.
- Depoimentos: Amigos como Pedro Bial e Maria Bethânia celebram a jornalista.
O legado que inspira gerações
A influência de Glória Maria vai além da televisão. Sua história inspirou iniciativas como o projeto “Mini Glória Maria”, que apoia jovens jornalistas negros no Brasil. A estudante de 18 anos que adotou o apelido em homenagem à jornalista alcançou notoriedade ao tirar 960 pontos na redação do Enem 2024, escolhendo o jornalismo como carreira. Em entrevistas, ela destacou que Glória foi sua maior inspiração, mostrando que é possível superar barreiras raciais e sociais. Esse impacto reflete o alcance de Glória, que abriu caminhos para que outros sonhassem grande.
Maria e Laura, por sua vez, têm se dedicado a projetos que honram a memória da mãe. Além de gerenciar o perfil de Glória no Instagram, elas participam de eventos culturais e planejam criar uma fundação em nome da jornalista, focada em educação e inclusão. A presença das jovens no evento de lançamento do documentário, onde interagiram com jornalistas e artistas, mostrou sua maturidade e compromisso com o legado de Glória. A emoção de Maria ao falar sobre a mãe durante o evento tocou os presentes, que aplaudiram sua força.
A Globo, ao investir na série “Gloria”, reforça seu papel como guardiã de memórias culturais do Brasil. A emissora, que já produziu documentários sobre figuras como Chacrinha e Elis Regina, reconhece em Glória Maria uma de suas maiores estrelas. A escolha de exibir a série no Fantástico, um dos programas mais assistidos do país, garante que a história de Glória alcance milhões de brasileiros, perpetuando sua mensagem de coragem e autenticidade.
- Inspiração: O projeto “Mini Glória Maria” apoia jovens jornalistas negros.
- Fundação: Maria e Laura planejam iniciativas em nome de Glória.
- Alcance: A exibição no Fantástico amplia o impacto do documentário.
Momentos marcantes de Glória Maria
A trajetória de Glória Maria é repleta de momentos que marcaram o jornalismo e a cultura brasileira. Abaixo, alguns dos principais marcos de sua carreira e vida pessoal, destacados no documentário “Gloria” e celebrados por Maria e Laura:
- 1971: Glória ingressa na TV Globo como estagiária, iniciando sua carreira.
- 1980: Denuncia caso de racismo sofrido em hotel no Fantástico.
- 1982: Cobre a Guerra das Malvinas, uma das primeiras mulheres a reportar conflitos internacionais.
- 1990: Entrevista Nelson Mandela após sua libertação, um marco jornalístico.
- 2009: Adota Maria e Laura, formando sua família em Salvador.
- 2019: Diagnóstica tumor cerebral, enfrentando tratamento com otimismo.
- 2023: Falece aos 73 anos, deixando um legado de representatividade.
