Xapuri reviveu seus dias de glória neste fim de semana com o Festival da Borracha, evento que resgata a identidade cultural do município e homenageia os trabalhadores da floresta. Mais de 5 mil pessoas circularam pela Praça Getúlio Vargas durante os três dias de festa, segundo a organização.
O evento, que completou 12 edições, foi promovido pela Prefeitura de Xapuri em parceria com a Fundação Elias Mansour. Com programação gratuita, o festival incluiu apresentações de bandas regionais, oficinas de artesanato com látex, corte do bolo seringueiro, encenações teatrais e exposições fotográficas com registros históricos do ciclo da borracha.
A abertura oficial foi marcada por um cortejo simbólico de canoeiros descendo o Rio Acre, seguido de falas de lideranças extrativistas e comunitárias. O prefeito Ubiracy Vasconcelos destacou o valor da memória local. “Xapuri tem raízes profundas na luta dos povos da floresta. Esse festival é uma aula viva de história e resistência”, afirmou.
Dona Raimunda Gomes, 76 anos, filha de seringueiros, emocionou-se ao ver fotos do pai em uma exposição sobre o empelotamento do látex: “Eu achei que ninguém lembrava mais disso. Ver o rosto dele ali foi como um abraço.”
Durante o festival, a rede hoteleira e o comércio registraram alta ocupação. Restaurantes locais precisaram estender horários para atender o fluxo. Expositores de biojoias, farinha, castanha e mel relataram boas vendas.
A atração mais comentada da festa foi o espetáculo teatral “Chico Vivo”, encenado por artistas do Grupo Matapi, que narra a trajetória de Chico Mendes com poesia, política e humor. A peça emocionou plateias e será reapresentada em Brasileia no fim do mês.
O evento também contou com pontos de leitura sobre cultura amazônica, espaço infantil com contação de histórias e roda de carimbó.
Eliton Muniz – Caboco das Manchetes
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