O Governo Federal e a China iniciaram os estudos para construção de uma ferrovia que promete revolucionar a logística do Brasil, ligando Rio Branco (AC) ao porto de Chancay, no Peru, e conectando a produção brasileira diretamente ao Oceano Pacífico.
O projeto do Corredor Bioceânico Ferroviário prevê a criação de uma rota estratégica para exportações brasileiras, passando pelo Acre e viabilizando uma ligação direta entre o Centro-Oeste do Brasil e os portos do Pacífico. O memorando de entendimento entre a estatal brasileira Infra S.A e o instituto chinês de planejamento ferroviário confirma o interesse mútuo em realizar estudos técnicos para definir o traçado.
A ferrovia é considerada fundamental para reduzir custos logísticos, aumentar a competitividade de produtos brasileiros na Ásia e estimular o desenvolvimento econômico de estados como Acre e Rondônia. A proposta prevê o transporte de grãos, carnes, minérios e produtos industrializados, além de facilitar a importação de insumos agrícolas e industriais.
O economista Marcos Freitas destaca que a inclusão de Rio Branco no trajeto coloca o Acre em posição inédita de protagonismo logístico:
“A chegada da ferrovia transformaria o Acre em um elo direto com o mercado asiático, algo que jamais tivemos. Isso muda nossa realidade econômica e atrai novos investimentos”, avalia.
O Ministério dos Transportes informou que os estudos contemplarão análises de impacto ambiental e social, além de audiências públicas com comunidades locais e povos tradicionais. O objetivo é que o projeto seja ambientalmente sustentável e socialmente inclusivo, conforme exigências legais brasileiras e internacionais.
Especialistas apontam que a ferrovia representa a maior oportunidade de integração econômica do Acre desde a construção da BR-364, podendo gerar empregos, dinamizar a indústria local e aumentar a arrecadação estadual com a movimentação de cargas.
Se confirmada a execução do projeto, a ferrovia Brasil-Peru tornará o Acre uma das principais portas de entrada e saída do Brasil para o comércio com a Ásia, trazendo desenvolvimento e conectividade inéditos para a região Norte.





