Maior feira do Acre gera montante expressivo de resíduos, exigindo força-tarefa de limpeza
A 50ª edição da Expoacre, encerrada no último domingo (3), gerou um total de 180 toneladas de lixo em nove dias de evento, conforme levantamento da Secretaria Municipal de Zeladoria de Rio Branco. O volume é o maior já registrado desde a criação da feira. A coleta envolveu mais de 70 profissionais, caminhões compactadores e logística contínua de limpeza, especialmente nos pavilhões de alimentação e entretenimento.
Força-tarefa foi mobilizada durante o evento
De acordo com o titular da Zeladoria, João Guilherme Cruz, os trabalhos de coleta iniciaram ainda no primeiro dia da feira e foram intensificados nas madrugadas, após o fluxo de visitantes.
“A Expoacre cresceu, e o lixo também. Mas conseguimos atuar sem comprometer a experiência do público”, afirmou Cruz.
A força-tarefa mobilizou:
- 72 agentes de limpeza;
- 6 caminhões compactadores em revezamento;
- Equipes noturnas com foco em banheiros e pavilhões.
Separação e destinação ainda são desafio
Apesar do esforço operacional, a ausência de coleta seletiva estruturada no Parque de Exposições é uma crítica recorrente entre ambientalistas e frequentadores.
Apenas 12% dos resíduos recolhidos puderam ser encaminhados para reciclagem — principalmente papelão, latinhas e plásticos rígidos. O restante teve como destino o Aterro Controlado da Transacreana, em Rio Branco.
“É surreal que um evento desse porte ainda trate o lixo como uma massa indiferenciada”, criticou Mariana Nogueira, ativista da ONG Jovens pelo Clima.
Propostas para 2026 incluem sustentabilidade
A organização da Expoacre já sinalizou intenção de criar um plano de gestão sustentável de resíduos para a próxima edição. Entre as ideias em análise:
- Instalação de ilhas de coleta seletiva;
- Contratação de cooperativas de catadores;
- Parcerias com empresas de logística reversa;
- Acordo com o CINRESOAC para compostagem de resíduos orgânicos.
Segundo fontes ligadas ao gabinete do prefeito Tião Bocalom, o modelo proposto será híbrido, envolvendo iniciativa pública e privada.
Conclusão: uma festa que também precisa limpar sua imagem
A Expoacre é vitrine de negócios, cultura e agropecuária — mas também gera uma pegada ambiental que não pode mais ser ignorada. Os 180 mil quilos de lixo acumulados em nove dias revelam a urgência de um novo modelo. O sucesso do evento não pode ser medido só pelo volume de público, mas também pela capacidade de lidar com os rastros que ele deixa para trás. Festa boa é aquela que limpa o palco depois do show.
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Assinado por:
Eliton L. Muniz – Estagiário
Cidade AC News – www.cidadeacnews.com.br
Fontes:
- Secretaria de Zeladoria de Rio Branco – Balanço pós-evento (04/08/2025)
- ONG Jovens pelo Clima – Manifesto pós-Expoacre
- Relatório de resíduos do CINRESOAC (2025)
