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Execuções em serie acendem alerta em Rio Branco e expõem guerra silenciosa entre facções

Execuções em serie acendem alerta em Rio Branco e expõem guerra silenciosa entre facções | Cidade AC News – Notícias do Acre

O numero de homicídios registrados nas ultimas 72 horas em Rio Branco voltou a colocar a capital acreana em estado de alerta. Foram cinco execuções confirmadas em diferentes bairros da cidade, todas com sinais de acerto de contas entre facções criminosas. Os casos, que seguem em investigação, ocorrem em meio a uma disputa silenciosa por pontos de trafico e território na região metropolitana.

Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Publica (Sejusp), os crimes ocorreram nos bairros Calafate, Belo Jardim, Baixada da Sobral e Cadeia Velha. Em todos os casos, as vitimas foram alvejadas com múltiplos disparos e não tiveram pertences levados, o que
reforça a hipótese de crimes motivados por conflitos entre organizações rivais.

Fontes da Policia Civil apontam que o recrudescimento da violência esta ligado a quebra de acordos entre lideres locais, além da migração de integrantes de outras facções do norte do pais. Com a ausência de uma forca ostensiva permanente em áreas criticas, o poder paralelo vem ocupando espaços antes neutralizados por operações integradas.

A situação gera medo e revolta entre os moradores. ‘A gente não vê mais ronda, não vê viatura. Eles matam de dia e somem como se nada tivesse acontecido’, relata um morador do Calafate, que pediu anonimato por segurança. O governador Gladson Cameli afirmou, por meio de nota, que o Estado não vai recuar diante da criminalidade e que novas ações conjuntas entre Policia Militar, Civil e Federal estão sendo planejadas. Porem, ate
o momento, nenhuma medida pratica foi anunciada.

Especialistas em segurança publica defendem que a escalada da violência não será contida apenas com repressão pontual. ‘Faltam inteligência estratégica, ocupação territorial e politicas publicas paralelas que desarticulem a base do crime: a falta de perspectiva nos bairros mais vulneráveis’, diz a criminologia Juliana Prado. Enquanto isso, o IML (Instituto Medico Legal) registra aumento no fluxo de corpos e o sistema prisional volta a receber detidos de forma emergencial.

A tensão cresce não só nas ruas, mas também nas escolas, unidades de saúde e áreas comerciais afetadas por tiroteios recentes. A Defensoria Publica do Estado emitiu recomendação urgente ao governo para reforço imediato nas politicas de prevenção,
sobretudo em áreas com histórico de reincidência criminal. A proposta inclui retorno dos projetos sociais interrompidos durante a pandemia, como o ‘Rede Segura’ e os núcleos de mediação comunitária.

Em Rio Branco, onde a maioria das execuções acontece a menos de cinco quilômetros do centro, a sensação de insegurança se espalha como fumaça. E a ausência de um
plano robusto torna cada novo homicídio não apenas estatística mas um aviso: a guerra não acabou. Só ficou mais silenciosa.

 

Eliton Muniz – Caboco das Manchetes
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