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Envira REDD+ chega ao Acre com apoio de gigantes globais

Floresta protegida pelo projeto Envira REDD+ no Acre

Floresta protegida pelo projeto Envira REDD+ no Acre

Netflix, Petrobras e Lavazza apoiam projeto de crédito de carbono que protege mais de 39 mil hectares no estado

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Um dos maiores projetos de preservação florestal com base em créditos de carbono da Amazônia, o Envira REDD+, chega ao Acre com a promessa de proteger 39 mil hectares de floresta nativa. O projeto conta com financiamento de multinacionais como Netflix, Petrobras e Lavazza, e integra um modelo híbrido de desenvolvimento sustentável voltado à geração de renda, proteção ambiental e compensações climáticas.

O que é o Envira REDD+?

O projeto REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) é uma estratégia reconhecida internacionalmente para combater o desmatamento, mantendo áreas preservadas em pé e remunerando comunidades que ajudam na proteção ambiental.

O Envira REDD+, que já opera em áreas do Amazonas, agora expande suas atividades para o Acre, atuando principalmente na região do Envira — município que dá nome ao projeto — com impactos também sobre áreas de Tarauacá e Feijó.

“Essa iniciativa é um divisor de águas. Ela traz desenvolvimento com floresta em pé”, afirmou o biólogo e coordenador local do projeto, Bruno Morais.

Financiamento internacional e atuação local

Os créditos de carbono gerados pelo Envira são comercializados em bolsas internacionais e adquiridos por empresas que precisam compensar suas emissões. Nesta fase acreana, o financiamento inicial é de R$ 14,5 milhões, provenientes das três multinacionais envolvidas, com repasses em etapas ao longo de cinco anos.

Parte dos recursos será aplicada diretamente nas comunidades tradicionais da região, com programas como:

Monitoramento e transparência via blockchain

Diferentemente de projetos anteriores criticados por falta de transparência, o Envira REDD+ no Acre utilizará tecnologia blockchain para rastrear toda a cadeia de compensação ambiental. Isso inclui:

Segundo os organizadores, o Acre foi escolhido não apenas pelo bioma, mas por já ter histórico de políticas ambientais estruturadas, como o antigo ISA Carbono e o programa REM (REDD Early Movers).

Conexão com políticas públicas locais

O projeto também deve colaborar com a Prefeitura de Rio Branco e o governo estadual no planejamento do novo sistema intermunicipal de resíduos sólidos, reforçando práticas sustentáveis e integrando cadeias produtivas verdes.

“Essa é a virada ambiental que o Acre precisa para se posicionar globalmente com protagonismo e pragmatismo”, afirmou Juliana Teixeira, assessora técnica do CINRESOAC.

Conclusão: o carbono é global, mas o impacto é local

O projeto Envira REDD+ é mais do que um selo ambiental ou um certificado de boas práticas. Ele é, na prática, dinheiro novo entrando em comunidades que nunca viram política climática funcionar de verdade. Com gigantes como Netflix e Petrobras apoiando, o Acre tem agora uma chance de mostrar ao mundo que sustentabilidade não é só um discurso bonito. É economia de floresta em pé, com nome, sobrenome e coordenadas geográficas.

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Assinado por:

Eliton L. Muniz – Estagiário
Cidade AC News – www.cidadeacnews.com.br

Fontes:

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