O mural de Enéas Carneiro em Rio Branco resgata o legado do gênio político acreano, três vezes candidato à presidência e símbolo da soberania nacional.

Hoje pela manhã, no caminho ao trabalho, fui surpreendido por uma cena que me paralisou. Em meio à correria cotidiana, ali no centro de Rio Branco, ergue-se agora um mural imponente, com o olhar firme e dedo em riste de Enéas Carneiro. Foi impossível não parar, respirar fundo e sentir o coração apertar de orgulho. Orgulho do nosso conterrâneo. Orgulho de ser acreano.
Um novo mural no centro de Rio Branco, retratando o rosto de Enéas Carneiro com o dedo em riste, reacendeu a memória de um dos políticos mais brilhantes — e injustiçados — do Brasil. Médico, físico, nacionalista e símbolo de coragem intelectual, Enéas nasceu no Acre e se tornou três vezes candidato à Presidência da República, desafiando o sistema e as elites. Hoje, seu nome ecoa com ainda mais força. E merece ser lembrado. Com orgulho.
A história do menino do Acre que virou fenômeno nacional
Nascido em 5 de novembro de 1938, em Rio Branco (AC), Enéas Ferreira Carneiro perdeu o pai aos nove anos. Com a mãe e irmãos, mudou-se para Belém (PA), onde vendia jornais para ajudar em casa. Estudioso incansável, foi aprovado em medicina pela UFRJ, especializou-se em cardiologia e tornou-se professor universitário. E isso foi só o começo.
Enéas era um autodidata voraz: estudava matemática, física, filosofia e geopolítica. Aprendeu línguas por conta própria e fundou o PRONA – Partido de Reedificação da Ordem Nacional, em 1989, com o objetivo de criar um Brasil soberano, justo e independente.
Frase dele à época: “Sem soberania, não existe Nação. E o Brasil precisa de uma Nação.”
As eleições presidenciais que o Brasil jamais esqueceu
Enéas disputou a presidência três vezes:
1989 – Recebeu 1,5 milhão de votos e virou fenômeno com 15 segundos de TV.
1994 – Obteve 4,6 milhões de votos, ficando em 3º lugar.
1998 – Somou 2,7 milhões de votos mesmo com tempo de propaganda reduzido.
Já em 2002, elegeu-se deputado federal por São Paulo, com 1.573.642 votos — o mais votado do país na época, superando figuras de projeção nacional. No Congresso, defendia temas como:
- Soberania energética
- Ciência e tecnologia nacional
- Controle das riquezas naturais
- Contra a corrupção e a entrega da Amazônia
Frases que entraram para a história

“Meu nome é Enéas!”
“O Brasil é administrado por ladrões.”
“É preciso ensinar o povo a pensar, não a obedecer.”
“A Amazônia é nossa. E não é negociável.”
“O nacionalismo não é uma opção, é uma necessidade.”
Cada frase era um disparo direto ao sistema. Um antídoto contra a política plástica. Enéas falava com verdade, sem marqueteiro, sem filtro e sem medo.
O homem que a mídia adorava ridicularizar… até que ficou grande demais

Durante anos, Enéas foi tratado como piada por parte da grande imprensa. Cabelos bagunçados, voz estrondosa, dedo apontado — tudo virou meme antes mesmo da era digital. Mas o Brasil real o ouvia. E entendia. Quando se tornou o deputado mais votado do país, a elite política teve que engolir o que antes desdenhava: o povo reconheceu um homem autêntico.
Linha do tempo: Trajetória política de Enéas Carneiro
[1938] Nasce em Rio Branco (AC)
[1989] 1ª candidatura à presidência (1,5 milhão de votos)
[1994] 3º lugar nas eleições (4,6 milhões)
[1998] Nova candidatura (2,7 milhões)
[2002] Eleito deputado federal mais votado do Brasil
[2007] Morre no Rio de Janeiro aos 68 anos
A despedida digna de um guerreiro
Enéas morreu em 6 de maio de 2007, vítima de leucemia mieloide aguda. Antes de falecer, pediu à equipe médica para ser levado para casa. Sabia que o fim estava próximo. E quis partir com dignidade, junto à sua família. Como tudo que fez na vida: de forma decidida, serena e coerente.
Orgulho do Acre

Mesmo vivendo longe, Enéas jamais escondeu suas raízes acreanas. Em discursos, citava sua infância em Rio Branco e a luta diária da sua família. Dizia que o Brasil precisava olhar mais para a Amazônia — e valorizava a floresta não como vitrine turística, mas como patrimônio estratégico nacional.
Hoje, o mural pintado em Rio Branco, retratando seu rosto imortal com traços firmes e expressão de alerta, representa mais do que arte urbana: é um manifesto.
Um artista, uma memória viva
A obra que eterniza Enéas nas ruas de Rio Branco não é apenas um tributo — é uma aula de identidade acreana. E aqui, fazemos questão de agradecer ao artista responsável, cuja sensibilidade deu cor, forma e alma ao pensamento de Enéas.
Obrigado por essa obra que traduz com tanta força o que sentimos: saudade de um político que dá orgulho ao nosso estado e ao nosso país.
Por que o Brasil precisa lembrar de Enéas?
Porque ele antecipou debates essenciais:
- Autonomia tecnológica
- Defesa da Amazônia
- Combate à corrupção estrutural
- Soberania energética
- Educação como base da cidadania
Enquanto muitos fazem política para agradar, Enéas fez política para transformar. Com firmeza, com estudo, com moral.

O Brasil vive um vácuo de referências autênticas. E talvez por isso o nome de Enéas Carneiro esteja voltando às conversas, às ruas e às consciências. O que ele dizia há 30 anos parece ter sido escrito ontem. E isso diz mais sobre ele do que sobre nós.
Do CidadeACNews, fica nosso convite:
Não deixemos que a genialidade de Enéas se perca na poeira da história.
Que o Acre o celebre. Que o Brasil o estude.
E que o povo jamais o esqueça.
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Conclusão
O Brasil vive um vácuo de referências autênticas. E talvez por isso o nome de Enéas Carneiro esteja voltando às conversas, às ruas e às consciências. O que ele dizia há 30 anos parece ter sido escrito ontem. E isso diz mais sobre ele do que sobre nós.
Do CidadeACNews, fica nosso convite:
Não deixemos que a genialidade de Enéas se perca na poeira da história.
Que o Acre o celebre. Que o Brasil o estude.
E que o povo jamais o esqueça.
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Por Adm. Eliton Muniz – CidadeACNews
Com memória, orgulho e gratidão: o Acre não esquece seus gigantes.






