Empresas de comércio exterior lideram alta de receitas no agro

As empresas especializadas em exportações de produtos agrícolas ficaram entre os principais destaques da 21ª edição do Melhores do Agronegócio, iniciativa da Globo Rural que reconhece, todos os anos, as companhias que têm o melhor desempenho operacional e financeiro em seus respectivos segmentos de atuação. O evento de entrega dos prêmios de 2025 será, nesta segunda-feira (24/11) à noite, em São Paulo.
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Em 2024, ano de referência para a elaboração do “Melhores”, as empresas de comércio exterior tiveram receita bruta de R$ 184,6 bilhões. O montante foi 32,5% maior do que o do exercício anterior.
Para Felippe Serigati, coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), o mercado externo continuará a ser um motor para o agronegócio nacional, mas não o único. “O crescimento do agro é mais sustentável do que o da economia brasileira em geral, graças ao aumento de produtividade, à sólida demanda interna e, especialmente, a externa”, avalia.
Assim como ocorreu em 2024, o PIB agropecuário deverá crescer neste ano. O avanço chegará a 7,6%, projeta o economista, a despeito dos problemas decorrentes do tarifaço que o governo dos Estados Unidos impôs sobre as importações de uma série de produtos brasileiros. No agro, café e carnes do Brasil foram dois dos alvos da sobretaxa de 40%, que os EUA revogaram na sexta-feira (21/11).
“Imprevisibilidade exige melhor gestão e planejamento, e, algumas vezes, gera oportunidades”, diz a economista Zeina Latif, sócia-diretora da Gibraltar Consulting. Como a avaliação do “Melhores” usou como base as informações dos balanços de 2024, os efeitos do tarifaço não entraram na análise que levou à escolha das campeãs da nova edição do prêmio.
Entre os diferentes segmentos, outro destaque foi a indústria de café, que fechou 2024 com faturamento 27,8% maior do que o do ano anterior. Frutas, flores e hortaliças (expansão de 22,3%) e proteína animal e alimentos e bebidas, ambos com crescimento de 12,3%, também tiveram aumento de receita expressivo.
Em termos absolutos, o segmento de proteína animal teve o maior faturamento em 2024, de R$ 708 bilhões. Na sequência figuraram, pela ordem, indústria de soja e óleos (R$ 311,6 bilhões), bionergia (R$ 291,4 bilhões) e cooperativas (R$ 273,5 bilhões).
Neste ano, o “Melhores” avaliou dados de mais de 580 empresas. A receita bruta somada dessas companhias foi de R$ 2,5 trilhões em 2024, o que representou um aumento de 55% em relação a 2023.
O grande salto deveu-se, em parte, à criação de novas categorias no prêmio, como a de logística, que permitiu a entrada de empresas que não faziam parte do ranking. Além disso, cresceu também a receita de muitas das companhias que já haviam entrado no levantamento em anos anteriores.
Os dados das empresas avaliadas pelo “Melhores” estarão no Anuário do Agronegócio, edição especial da revista Globo Rural dedicada ao prêmio. O anuário terá ainda reportagens sobre as campeãs de cada categoria.
A Serasa Experian é responsável pela apuração dos dados financeiros e das informações sobre os esforços sustentáveis das empresas. Para definir a melhor companhia em 21 diferentes segmentos, os índices financeiros têm peso de 70% na nota final, e o de responsabilidade socioambiental, de 30%.
Neste ano, o “Melhores” entregará 26 troféus. Além de apontar as vencedoras nas 21 categorias setoriais, o prêmio reconhecerá ainda a melhor entre as pequenas e médias empresas, o maior grupo econômico, a campeã em sustentabilidade, o melhor grupo econômico e a Campeã das Campeãs.