Carne bovina, madeira e produtos agrícolas lideram avanço, segundo dados oficiais.
📍 Rio Branco – Acre
⏱️ Atualizado em 04/10/2025, 09h00
A economia no Acre registrou crescimento de 12% em 2025, puxada pela alta nas exportações e pelo aumento do crédito rural. Dados do IBGE e do Ministério da Economia apontam que carne bovina, madeira legalizada, castanha e açaí lideraram o desempenho. Ao mesmo tempo, Banco da Amazônia e Banco do Brasil ampliaram as linhas de financiamento, fortalecendo o agronegócio e pequenos produtores do interior.
Exportações em alta
O Acre exportou aproximadamente US$ 380 milhões em produtos nos primeiros nove meses de 2025, um recorde histórico. A carne bovina corresponde a 45% do total, seguida por madeira certificada (20%), castanha-do-Brasil (12%) e polpa de açaí (8%). A Estrada do Pacífico segue como rota estratégica para escoamento, ligando Acre, Peru e mercados asiáticos.
Crédito rural impulsiona produção
O Banco da Amazônia (Basa) liberou R$ 280 milhões em crédito até setembro de 2025, enquanto o Banco do Brasil aportou R$ 210 milhões no mesmo período. Esses recursos financiaram:
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ampliação de pastagens e compra de insumos;
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mecanização agrícola em municípios como Brasileia e Sena Madureira;
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investimentos em piscicultura e fruticultura.
Impacto nos municípios
Municípios como Cruzeiro do Sul, Xapuri e Epitaciolândia sentiram diretamente os efeitos do crescimento. Houve aumento de empregos temporários, geração de renda para cooperativas e fortalecimento de associações rurais. Em Cruzeiro do Sul, por exemplo, o polo da piscicultura registrou incremento de 20% na produção de tambaqui e pirarucu.
Em Xapuri, produtores de castanha ampliaram exportações e firmaram novos contratos com cooperativas internacionais. Já em Epitaciolândia, a proximidade com a fronteira fortaleceu o comércio de carne bovina e abriu espaço para novos investimentos logísticos, criando expectativas de expansão para 2026.
Desafios e próximos passos
Apesar do avanço, especialistas apontam desafios:
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necessidade de ampliar infraestrutura de armazenamento e transporte;
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maior investimento em energia limpa para reduzir custos no campo;
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diversificação de cadeias produtivas para reduzir dependência da carne.
O que se sabe até agora
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Exportações do Acre somaram US$ 380 milhões em 2025 (+12%).
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Carne, madeira e castanha são os principais produtos da pauta exportadora.
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Crédito rural ultrapassa R$ 490 milhões liberados por Basa e BB.
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Municípios do interior registram aumento de empregos e renda.
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Estrada do Pacífico segue como principal rota logística.
Editorial institucional | Crescimento para quem?
O crescimento da economia no Acre virou manchete: exportações recordes, crédito rural bilionário e municípios batendo metas. Parece ótimo no papel. Mas a pergunta que não cala é: crescimento para quem?
É fácil anunciar bilhões em exportações de carne e madeira, enquanto famílias do interior ainda dependem de ramais precários, saúde sucateada e escolas que mal funcionam. A conta não fecha: os números avançam, mas a qualidade de vida segue emperrada.
A verdade é que a economia no Acre só fará sentido quando o dinheiro exportado deixar de ser estatística e virar oportunidade para o cidadão comum. Até lá, continuaremos a ver o mesmo filme: Estado rico em potencial, mas pobre em resultados concretos para quem realmente produz e consome aqui.
O desafio não é crescer 12% no PIB — é transformar esse crescimento em 12% menos filas na saúde, 12% mais empregos formais, 12% de infraestrutura real no interior. Enquanto isso não acontecer, números bonitos serão apenas maquiagem em um modelo que continua desigual.
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Por Eliton Lobato Muniz — Cidade AC News
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