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Dólar sobe a R$5,50 com tensões no Oriente Médio e decisões de bancos centrais

Dólar

O dólar comercial registra alta frente ao real nesta terça-feira, 17 de junho de 2025, cotado a R$5,4964 às 9h30, impulsionado pela escalada do conflito entre Israel e Irã, que chega ao quinto dia, e pela expectativa em torno das decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil. A aversão ao risco domina os mercados globais, com investidores monitorando os desdobramentos da guerra no Oriente Médio, que ameaça rotas comerciais e a oferta de petróleo. No Brasil, o mercado também acompanha o impasse sobre o aumento do IOF e as discussões no Congresso. A cautela prevalece, com margens estreitas nas negociações, enquanto os agentes aguardam sinais claros sobre juros e tarifas.

A sessão reflete um cenário de incertezas externas e internas. O índice do dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas, recuava 0,09%, mas o real enfrenta pressão adicional devido à percepção de risco. No mercado futuro da B3, o dólar para julho subia 0,15%, a R$5,507.

  • Fatores de pressão: Conflito Israel-Irã eleva temores sobre oferta de petróleo.
  • Decisões iminentes: Reuniões do Fed e Copom ocorrem na quarta-feira.
  • Cenário doméstico: Impasse no IOF gera ruídos no mercado financeiro.

A semana promete ser decisiva para os rumos do câmbio, com os olhos voltados para as reuniões dos bancos centrais e os desdobramentos geopolíticos.

Conflito no Oriente Médio intensifica incertezas
O confronto entre Israel e Irã entrou em seu quinto dia, após um ataque surpresa de Israel na sexta-feira, que eliminou líderes militares e cientistas nucleares iranianos. A ofensiva, que incluiu o controle do espaço aéreo do Irã, elevou os temores de uma escalada prolongada. A Casa Branca informou que o presidente Donald Trump deixou a cúpula do G7 no Canadá antes do previsto, citando a necessidade de acompanhar a crise.

O mercado reage à possibilidade de interrupções na produção e exportação de petróleo. A região do Oriente Médio é responsável por cerca de 30% da oferta global de petróleo, e qualquer transtorno em rotas como o Estreito de Ormuz pode disparar os preços da commodity. Na segunda-feira, o barril de Brent já subia 2,3%, cotado a US$78,40.

A tensão também afeta os mercados emergentes, com moedas como o real sofrendo desvalorização. Analistas da BlackRock apontam que um conflito prolongado pode aumentar pressões inflacionárias globais, especialmente se houver impactos em cadeias de suprimento.

Decisões de política monetária em foco
As reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, marcadas para quarta-feira, são outro ponto de atenção. Nos Estados Unidos, a expectativa é de manutenção da taxa de juros entre 4,25% e 4,50%, com investidores buscando pistas sobre os próximos passos do Fed em meio às incertezas globais.

No Brasil, o Copom está dividido. Parte do mercado aposta na manutenção da Selic em 14,75%, enquanto outros preveem um aumento de 0,25 ponto percentual, refletindo preocupações com a inflação. A decisão será anunciada após o fechamento do mercado, e o comunicado deve trazer sinais sobre a trajetória dos juros até o fim do ano.

  • Cenário nos EUA: Taxa de juros deve permanecer estável, mas tom do Fed será monitorado.
  • No Brasil: Copom avalia inflação e câmbio em meio a ruídos fiscais.
  • Impacto no mercado: Decisões podem ampliar volatilidade do real.

A combinação de riscos externos e incertezas domésticas mantém os investidores em alerta, com o câmbio refletindo a cautela generalizada.

Impasse fiscal pressiona o real
No cenário interno, a tentativa do governo de elevar as alíquotas do IOF enfrenta resistência no Congresso. Na segunda-feira, a Câmara aprovou um requerimento de urgência para votar uma proposta que pode derrubar o decreto presidencial sobre o tema. A medida, vista como uma tentativa de reforçar a arrecadação, gerou críticas de setores empresariais e ruídos no mercado financeiro.

A incerteza fiscal se soma às pressões externas, dificultando a recuperação do real. Na segunda-feira, a moeda brasileira já havia registrado uma desvalorização, fechando a R$5,4871, apesar de uma queda de 0,98% no dia.

O mercado também acompanha os desdobramentos das tarifas propostas por Trump, que podem afetar o comércio global. A possibilidade de barreiras comerciais adicionais preocupa exportadores brasileiros, especialmente no agronegócio e na indústria.

Dolar
Dolar -Foto: ibragimova/Shutterstock.com

Movimentações no mercado futuro
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava alta moderada, acompanhando o desempenho do dólar à vista. A liquidez reduzida, típica de períodos de alta incerteza, contribui para oscilações mais contidas.

Os investidores ajustam posições à espera de novos catalisadores. A proximidade das decisões dos bancos centrais e os desdobramentos do conflito no Oriente Médio devem manter a volatilidade elevada nos próximos dias.

Fatores globais e locais em equilíbrio delicado
A dinâmica do câmbio reflete um equilíbrio tênue entre fatores globais e domésticos. A guerra no Oriente Médio, com potencial para afetar os preços de commodities, é o principal driver de curto prazo. Paralelamente, as decisões de política monetária e o ambiente fiscal no Brasil moldam as expectativas para o real.

O mercado também monitora os fluxos de capitais. Dados do Banco Central mostram que o fluxo cambial contratado até a primeira semana de junho foi positivo em US$1,2 bilhão, mas a saída de recursos pode ganhar força caso as tensões globais se intensifiquem.

Cronologia recente do conflito
Os eventos no Oriente Médio seguem uma escalada rápida, com impactos diretos nos mercados:

  • Sexta-feira: Israel realiza ataque surpresa, eliminando líderes iranianos.
  • Sábado: Irã promete retaliação, e mercados globais entram em alerta.
  • Domingo: Trump emite comunicado exigindo retirada de Teerã.
  • Segunda-feira: Preços do petróleo sobem, e moedas emergentes recuam.
  • Terça-feira: Dólar ganha força ante o real, com foco em riscos geopolíticos.

A cronologia destaca a velocidade com que o conflito ganhou relevância, influenciando ativos em todo o mundo.

Expectativas para os próximos dias
Os investidores devem manter a cautela até que haja maior clareza sobre os desdobramentos da guerra e as decisões dos bancos centrais. A possibilidade de sanções adicionais ao Irã, mencionada por autoridades americanas, pode agravar o cenário.

No Brasil, a votação sobre o IOF e os sinais do Copom serão cruciais para definir o humor do mercado. A combinação de incertezas fiscais e pressões externas sugere que o real pode enfrentar novas rodadas de volatilidade.

Pressões inflacionárias em destaque
O risco de um aumento sustentado nos preços do petróleo preocupa analistas. Um barril de Brent acima de US$80 pode pressionar os custos de combustíveis no Brasil, impactando índices de inflação como o IPCA. O mercado já precifica um IPCA de 5,2% para 2025, acima do centro da meta de 3%.

A alta do dólar também encarece produtos importados, como insumos industriais e bens de consumo. Setores como aviação e varejo podem sentir os efeitos no curto prazo, com repasses de custos ao consumidor.

Cenário de curto prazo no câmbio
O dólar deve permanecer sensível a notícias sobre o conflito e os bancos centrais. Analistas projetam que a moeda americana pode testar o patamar de R$5,55 caso as tensões no Oriente Médio se intensifiquem. Por outro lado, sinais de desescalada ou decisões dovish do Fed podem aliviar a pressão sobre o real.

A liquidez no mercado doméstico também será influenciada pelo feriado de Corpus Christi na quinta-feira, que pode reduzir o volume de negociações e ampliar oscilações.

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