Em um pregão marcado por volatilidade, o dólar real fechou a R$ 5,5048 nesta segunda-feira, 23 de junho de 2025, registrando uma leve queda de 0,15% em relação ao fechamento anterior de R$ 5,5131. No mercado de ações, o Ibovespa, principal índice da B3, avançou 0,58%, atingindo 136.315,27 pontos, impulsionado por altas expressivas de empresas como IRB (Re) e Petrobras. A sessão foi influenciada por fatores globais, como tensões no Oriente Médio e decisões de política monetária, além de dinâmicas internas, incluindo a recente elevação da taxa Selic. As negociações ocorreram em São Paulo, com investidores atentos às cotações internacionais e ao desempenho das principais ações brasileiras. Esse movimento reflete a busca por equilíbrio em um cenário de incertezas econômicas, enquanto o mercado monitora os próximos passos do Banco Central e eventos geopolíticos.
O desempenho do dólar real, que oscilou entre R$ 5,48 e R$ 5,58 ao longo do dia, sinaliza uma tentativa de estabilização após semanas de pressão. A moeda norte-americana foi impactada por fatores como o fortalecimento do dólar no exterior, após ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, e pela percepção de risco no mercado brasileiro. No entanto, a queda registrada hoje sugere uma pausa na trajetória de alta.
No mercado acionário, a Petrobras (PETR4) foi um dos destaques positivos, com valorização de 2,80%, refletindo a alta nos preços do petróleo no mercado internacional. Outras empresas, como IRB (IRBR3) e Azul (AZUL4), também chamaram atenção, com ganhos de 3,21% e 3,06%, respectivamente. Por outro lado, algumas ações, como Magazine Luiza (MGLU3), tiveram desempenho mais modesto, com alta de apenas 0,45%.

Movimentos do dólar real no cenário global
O dólar real abriu o dia com forte volatilidade, influenciado por eventos internacionais. A cotação, que chegou a atingir R$ 5,58 na máxima intradiária, recuou ao longo da sessão, fechando em R$ 5,5048. Essa oscilação reflete o impacto de fatores externos, como a valorização do dólar frente a outras moedas emergentes e as tensões geopolíticas no Oriente Médio. A recente decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros nos Estados Unidos entre 4,25% e 4,50% também contribuiu para a força da moeda norte-americana, embora o real tenha resistido a perdas mais acentuadas.
No contexto doméstico, a elevação da taxa Selic para 15% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) continua a atrair investidores estrangeiros, o que ajuda a conter a desvalorização do real. A decisão, anunciada na semana passada, foi unânime e surpreendeu parte do mercado, que esperava maior divisão entre os membros do comitê. Esse cenário favorece ativos atrelados à renda fixa, mas também pressiona o câmbio, já que juros mais altos encarecem o custo de capital no Brasil.
- Fatores que influenciaram o dólar real hoje:
- Tensões no Oriente Médio, com ataques dos EUA ao Irã, elevando a aversão ao risco.
- Manutenção das taxas de juros pelo Federal Reserve, fortalecendo o dólar globalmente.
- Elevação da Selic, que atrai capital estrangeiro e limita a desvalorização do real.
- Expectativas em torno da ata do Copom, a ser publicada nesta semana.
O mercado agora aguarda novos indicadores econômicos, como a ata do Copom e o testemunho do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que podem oferecer pistas sobre os próximos passos das políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos.
Desempenho das ações na B3
O Ibovespa registrou um avanço sólido de 0,58%, alcançando 136.315,27 pontos, em um dia de ganhos generalizados na bolsa brasileira. A Petrobras (PETR4) foi uma das protagonistas, com suas ações preferenciais subindo 2,80%, impulsionadas pela alta do petróleo no mercado internacional, que reagiu às tensões no Oriente Médio. A estatal, que responde por uma fatia significativa do índice, tem se beneficiado do cenário global de preços elevados do barril, apesar das discussões internas sobre sua política de preços.
Outro destaque foi o IRB (Re), cujas ações (IRBR3) saltaram 3,21%, refletindo a confiança dos investidores na reestruturação da companhia após anos de desafios financeiros. A Azul (AZUL4), por sua vez, avançou 3,06%, em meio a notícias sobre sua recuperação judicial nos Estados Unidos e esforços para reestruturar dívidas. No entanto, nem todas as empresas tiveram desempenhos expressivos. A Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, registrou alta tímida de 0,45%, impactada pela sensibilidade do varejo ao aumento da Selic.
O setor bancário também apresentou resultados positivos, com Itaú Unibanco (ITUB4) subindo 0,74% e Bradesco (BBDC4) avançando 0,84%. Esses ganhos refletem a percepção de que bancos se beneficiam de juros mais altos, que elevam as margens de crédito. Já a Vale (VALE3), apesar de uma alta de 0,92%, ficou abaixo de R$ 50, pressionada por incertezas sobre a demanda por minério de ferro na China.
Principais altas e baixas do Ibovespa
O pregão de 23 de junho trouxe um panorama diversificado, com algumas empresas se destacando significativamente, enquanto outras enfrentaram dificuldades. Abaixo, as principais movimentações do dia:
- Maiores altas:
- IRB (IRBR3): +3,21%, impulsionada por otimismo com sua reestruturação.
- Azul (AZUL4): +3,06%, beneficiada por avanços em sua recuperação judicial.
- Petrobras (PETR4): +2,80%, favorecida pela alta do petróleo.
- Oi (OIBR4): +2,34%, com ganhos em meio a negociações de reestruturação.
- Maiores baixas ou desempenhos modestos:
- Magazine Luiza (MGLU3): +0,45%, limitada pelo impacto dos juros altos no varejo.
- Ambev (ABEV3): +0,15%, com baixa volatilidade.
- WEG (WEGE3): +0,41%, em linha com o desempenho moderado do setor industrial.
Esses números mostram um mercado em busca de direção, com setores como petróleo e seguros liderando os ganhos, enquanto o varejo enfrenta ventos contrários devido ao cenário de juros elevados.
Influências globais no mercado brasileiro
O desempenho do dólar real e do Ibovespa não pode ser analisado isoladamente, já que fatores globais exerceram forte influência no pregão. As tensões no Oriente Médio, especialmente após os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, elevaram os preços do petróleo e trouxeram incerteza aos mercados emergentes. O barril de petróleo Brent, referência global, subiu cerca de 2% nesta segunda-feira, beneficiando empresas como a Petrobras.
Além disso, o mercado global de moedas foi impactado pela força do dólar, que ganhou tração frente a divisas como o euro (EUR/BRL a R$ 6,3735, alta de 0,38%) e a libra esterlina (GBP/BRL a R$ 7,4456, alta de 0,37%). A valorização do dólar reflete a percepção de risco no cenário internacional, mas o real conseguiu resistir a perdas mais expressivas, graças à entrada de capital estrangeiro atraído pelos juros altos no Brasil.
A bolsa norte-americana também teve um dia de ganhos, com o S&P 500 subindo 0,63% e o Nasdaq avançando 0,79%. Esses números positivos no exterior contribuíram para o otimismo na B3, embora a volatilidade permaneça alta devido às incertezas geopolíticas.
O que esperar para os próximos dias
Os investidores agora voltam suas atenções para eventos econômicos que podem definir o rumo dos mercados. A ata do Copom, que será publicada nesta semana, é aguardada com expectativa, já que pode trazer detalhes sobre a decisão de manter a Selic em 15%. Analistas acreditam que o Banco Central adotará um tom cauteloso, destacando a necessidade de controlar a inflação em meio a pressões externas.
No cenário internacional, o testemunho de Jerome Powell no Congresso dos Estados Unidos será monitorado de perto. Suas declarações podem influenciar as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve, impactando diretamente o dólar e os mercados emergentes. Além disso, os desdobramentos no Oriente Médio continuam no radar, com temores de que uma escalada no conflito possa disparar os preços do petróleo para níveis próximos a US$ 100 por barril.
No mercado de ações, empresas como Petrobras e Vale devem permanecer no foco, já que seus desempenhos estão diretamente ligados às cotações de commodities. O setor financeiro, por sua vez, pode continuar a se beneficiar do ambiente de juros altos, enquanto o varejo enfrenta desafios para recuperar o fôlego.
Curiosidades sobre o pregão de 23 de junho
Alguns fatos chamaram atenção no mercado financeiro nesta segunda-feira, destacando a dinâmica única do pregão:
- A Azul (AZUL4) registrou uma das maiores altas do dia, mesmo em meio a sua recuperação judicial nos EUA, sinalizando confiança em sua reestruturação.
- O IRB (Re) voltou a atrair investidores após anos de perdas, com sua ação liderando as valorizações do Ibovespa.
- O dólar real, apesar de oscilações intradiárias, fechou abaixo da média das últimas semanas, sugerindo maior estabilidade.
- O setor de petróleo foi o grande destaque global, com empresas petrolíferas subindo em bolsas ao redor do mundo.
Esses pontos reforçam a complexidade do mercado atual, que combina fatores locais, como a política monetária brasileira, com dinâmicas globais, como os preços das commodities e as tensões geopolíticas.
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