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A entrevista do deputado federal Coronel Ulysses Freitas Pereira de Araújo (União Brasil/AC) ao Jornal das 12 revelou bastidores explosivos da atuação parlamentar mais combativa da bancada acreana. Sem meias palavras, o coronel acusou o ICMBio de atuar como “milícia ambiental”, responsabilizou a ministra Marina Silva por perseguições a pequenos produtores em reservas do Acre e cobrou ações reais contra o narcotráfico nas fronteiras. “Falta vontade política. A fronteira virou terra de ninguém”, afirmou.
No centro da entrevista, o parlamentar também comentou o acidente fatal ocorrido em Rio Branco, envolvendo um vigilante da empresa VIP Segurança, da qual sua esposa, Diana Menezes Soares Araújo, é proprietária. “Não sou sócio da VIP. Não administro, não tenho cota, não falo em nome da empresa. Quem responde é a diretora, minha esposa”, disse. Apesar disso, o deputado confirmou atuação ativa no caso, cobrando a Polícia Civil após a liberação do motorista responsável pelas mortes: “Foi um erro grave da PRF liberar alguém envolvido num acidente com três óbitos sem custódia imediata”.
Propostas para endurecimento penal e porte de armas
Ulysses é presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Profissionais de Segurança Pública e defendeu, entre outras pautas, o porte de armas para vigilantes mesmo fora do serviço. “Hoje, o cidadão de bem é perseguido. A arma virou um privilégio do criminoso”, disparou. Ele também reafirmou apoio à redução da maioridade penal para 16 anos e ao fim da audiência de custódia para reincidentes. “A lei precisa ser dura com quem desafia o Estado”, disse.
O deputado é autor do PL 714/2023, que obriga juízes a decretar prisão preventiva em crimes hediondos e reincidências. Segundo ele, “a audiência de custódia se tornou a porta giratória do crime. A polícia prende e a justiça solta”.
Liberdade de expressão e embates com o STF
Em tom ainda mais ácido, o parlamentar acusou ministros do Supremo Tribunal Federal de “rasgarem a Constituição” ao aceitarem ações contra parlamentares da direita. “Deputado tem imunidade. Calar um deputado é calar o povo”, disse. “O Lula mente, a esquerda distorce tudo, mas só nós somos censurados”, completou.
Ulysses apresentou projeto para proteger parlamentares contra perseguição institucional e criticou duramente decisões recentes do STF, afirmando que “nenhum ministro foi eleito. Voto quem tem é deputado e senador”.
Xapuri, facções e verbas federais: “A fronteira virou terra de ninguém”
O deputado afirmou que a segurança na faixa de fronteira está abandonada: “O PT é conivente com o crime. Cortaram R$ 500 milhões em verbas para os estados de fronteira. Eu já destinei o dobro disso sozinho para o Acre”. Segundo ele, “quem está segurando a barra são os policiais militares, civis e penais, com salários defasados e zero apoio federal”.
A Operação Sussuarana, conduzida no Alto Acre com apoio da Força Nacional, helicópteros e efetivos federais, foi chamada por ele de “teatro de guerra contra o produtor”. Ulysses sustenta que não houve ordem judicial apresentada e que a ação foi dirigida contra pequenos produtores: “Se fosse o MST, não tinha aparato. Mas como eram famílias que produzem, mandaram helicóptero e fuzil”.
Anistia, denúncias e promessas de reação
O parlamentar confirmou que protocolou pedidos de anistia para multas e embargos, além da devolução de bens apreendidos. Também convocou a ministra Marina Silva ao Congresso: “Ela foi feita por esse povo e agora os persegue. Não se vive mais da coleta de castanha. É preciso produzir”. Alega que denunciou a operação em vários órgãos, incluindo MPF, MPE, Polícia Federal e Defensorias.
Ulysses encerrou dizendo: “Combati bandido por 30 anos com farda. Agora faço o mesmo de terno. Meu defeito é ausência de medo”.
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