sexta-feira, 5 dezembro, 2025

Desigrejados em Alta: O Comportamento que Rompe com a Igreja e Ignora os Perigos da Fé Solitária

Cidade AC News – Adm. Eliton Muniz

Nos últimos anos, o número de cristãos que se identificam como “crentes sem igreja” vem crescendo no Brasil. Esse grupo, conhecido como desigrejado, é formado por pessoas que afirmam manter a fé em Deus, mas que romperam com a instituição eclesiástica. O que está em jogo é mais do que um comportamento — é uma mudança profunda na forma como se vive a espiritualidade. Quem são esses cristãos? Por que decidiram caminhar fora da igreja? Quando essa tendência começou a se intensificar? Onde ela mais cresce? Por que essa escolha representa um risco espiritual real? E como, de acordo com a Bíblia, o corpo de Cristo não se sustenta sem comunhão?

Quem são os desigrejados?

O termo “desigrejado” define cristãos evangélicos que não frequentam uma igreja local, embora ainda creiam em Jesus, leiam a Bíblia e se identifiquem com os princípios do evangelho. Muitos já foram ativos em ministérios, participaram de lideranças e até ocuparam púlpitos.

Segundo levantamento da Lifeway Research, mais de 20% dos evangélicos brasileiros já se consideram desigrejados ou em “pausa congregacional”.

O que defendem — e com base em que?

Os desigrejados costumam defender que a fé é pessoal e não precisa estar vinculada a uma denominação. Usam argumentos como:

  • “Igreja somos nós, não o prédio.”
  • “Tenho comunhão com Deus, mesmo fora da instituição.”
  • “Jesus nunca foi evangélico.”
  • “A igreja virou empresa.”

Muitos se baseiam em experiências negativas, escândalos, abusos espirituais, mercantilização da fé ou lideranças autoritárias. Há ainda os que afirmam ter “crescido” tanto espiritualmente que não encontram uma igreja que os represente.

Onde está o perigo desse comportamento?

O maior risco não está apenas em romper com a estrutura organizacional, mas sim em romper com a cobertura espiritual e o corpo de Cristo. A Bíblia apresenta a igreja como família da fé, corpo interdependente, e ambiente de discipulado.

Os perigos incluem:

  • Isolamento espiritual
  • Falta de prestação de contas (accountability)
  • Interpretação bíblica sem base teológica saudável
  • Estagnação no crescimento cristão
  • Facilidade para enganos e heresias
  • Perda da comunhão e dos dons do Corpo

Segundo dados da Visão Mundial, 71% dos desigrejados afirmam não ter com quem orar ou conversar sobre suas crises espirituais com regularidade.

O que diz a Bíblia sobre congregar?

A Bíblia é clara: a fé cristã é vivida em comunidade.

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.” (Hebreus 10:25)

“Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mateus 18:20)

“Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente membros uns dos outros.” (Romanos 12:5)

Não há cristianismo saudável sem comunidade. O próprio Jesus, ao enviar os discípulos, os envia em dupla — nunca sozinhos.

Por que esse comportamento cresce entre crentes e ex-líderes?

As causas são diversas, mas há padrões observáveis:

  • Feridas emocionais não tratadas: decepções com líderes, disciplina eclesiástica mal conduzida, exclusão social.
  • Críticas ao sistema institucionalizado: igrejas com foco comercial, disputas internas, escândalos financeiros ou morais.
  • Ego espiritual: alguns acreditam que não precisam mais aprender ou se submeter.
  • Influência digital: acesso a cultos online, podcasts e pregadores independentes gera a falsa sensação de que isso basta.

❝Não é que essas pessoas abandonaram a fé — elas abandonaram a comunhão, o que é um erro tão grave quanto o esfriamento espiritual❞, alerta o pastor Silas Azevedo, conselheiro da Aliança Evangélica Brasileira.

O que perdemos sem cobertura espiritual?

  • Perdemos autoridade bíblica sobre nossas escolhas
  • Perdemos suporte pastoral nos dias maus
  • Perdemos oportunidades de serviço ao próximo
  • Perdemos discipulado, correção, ensino, encorajamento e edificação mútua

Quem anda sozinho espiritualmente corre mais risco de queda — e menos chance de ser levantado.

“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro” (Eclesiastes 4:9-10)

Ser desigrejado não é apenas uma escolha pessoal: é um sinal coletivo de crise, ferida e confusão espiritual. A fé cristã não é um “projeto solo”, mas uma caminhada conjunta, com desafios, sim, mas também com consolo, correção e propósito.

Voltar à comunhão não é retrocesso — é obediência. É proteção. É cura.

A igreja pode ter falhas, mas continua sendo a noiva de Cristo. Fora dela, não há pasto seguro, nem cuidado consistente.

A Bíblia não defende espiritualidade autônoma. Ela clama por comunhão. E isso deve nos fazer refletir profundamente sobre onde estamos plantando nossa fé.

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