sábado, 13 dezembro, 2025

Depressão e burnout avançam e afetam produtividade, vínculos sociais e saúde pública no Brasil

OMS aponta Brasil como um dos países mais afetados por transtornos mentais; empresas e governos ainda falham na resposta estruturada

✍️ Eliton Muniz – Caboco das Manchetes

OMS aponta Brasil como um dos países mais afetados por transtornos mentais; empresas e governos ainda falham na resposta estruturada

depressão e burnout no trabalho saúde mental brasil 2025
depressão e burnout no trabalho saúde mental brasil 2025

O Brasil enfrenta uma epidemia silenciosa de depressão e burnout. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% da população brasileira apresenta sintomas depressivos em algum momento da vida, enquanto a síndrome de burnout afeta trabalhadores em diversos setores. O impacto é direto na produtividade, nos vínculos sociais e na saúde pública — e a resposta ainda é considerada tímida por especialistas, tanto na iniciativa privada quanto nas políticas públicas.

O retrato alarmante da saúde mental no país

Dados recentes da OMS, da Fiocruz e do Ministério da Saúde apontam que:

  • O Brasil lidera globalmente em transtornos de ansiedade;
  • A depressão é a segunda maior causa de afastamento por invalidez no país;
  • O INSS registrou, apenas em 2024, mais de 220 mil afastamentos por depressão;
  • Entre jovens de 15 a 29 anos, os casos de autodepreciação e isolamento aumentaram 42% em cinco anos.

E no ambiente de trabalho, os efeitos são cada vez mais visíveis:

  • 64% dos trabalhadores afirmam que a empresa ignora a saúde mental;
  • 6 a cada 10 gestores não sabem como identificar burnout;
  • Apenas 1 em cada 10 empresas possui algum tipo de apoio psicológico estruturado.

Burnout: o fogo lento do esgotamento invisível

A síndrome de burnout é caracterizada por esgotamento físico e emocional intenso, sentimento de ineficácia profissional e distanciamento afetivo. Reconhecida como doença ocupacional pela OMS, ela tem se tornado comum entre profissionais de saúde, educação, segurança pública e setores administrativos, especialmente após a pandemia de Covid-19.

“Burnout é a ponta do iceberg. A empresa vê a queda de desempenho, mas não o colapso interno que levou até ali”, explica a psicóloga organizacional Beatriz Sampaio.

A nova NR‑01 já exige que riscos psicossociais, como estresse crônico, sejam mapeados nos Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR), mas a fiscalização ainda engatinha.

Depressão: da rotina ao colapso

Diferente do estigma de “tristeza”, a depressão é um transtorno clínico grave, multifatorial, que causa:

  • Queda de energia, alteração do sono e do apetite;
  • Sensação de culpa, isolamento e baixa autoestima;
  • Incapacidade de realizar atividades simples do dia a dia;
  • Pensamentos autodepreciativos e, em casos extremos, suicidas.

Em muitas regiões, como o Acre e outros estados do Norte, a escassez de psicólogos no SUS e o preconceito ainda dificultam o diagnóstico precoce, aprofundando a crise.

O impacto vai além do indivíduo

A depressão e o burnout rompem redes sociais, enfraquecem vínculos afetivos e sobrecarregam famílias inteiras. O impacto sobre filhos, cônjuges e colegas de trabalho é profundo. A sobrecarga emocional se alastra, gera afastamentos em cadeia e afeta o ambiente coletivo.

“Meu marido foi diagnosticado com depressão no fim de 2024. Perdemos renda, vínculo, energia. A doença é da família inteira, não só do paciente”, relata Luciana M., 38 anos, moradora de Rio Branco.

Poder público ainda responde de forma fragmentada

Apesar da gravidade dos números, especialistas alertam que o Estado brasileiro ainda trata a saúde mental como apêndice. A maioria dos municípios não tem programas preventivos robustos. A fila para atendimento psicológico no SUS pode ultrapassar 6 meses em algumas capitais — no Acre, chega a um ano em cidades do interior.

Iniciativas como a Lei 13.819/2019, que institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, ainda carecem de orçamento e execução.

Conclusão: de frescura à falência coletiva

O que antes era visto como “fraqueza” ou “mimimi” hoje se revela uma crise estrutural, com custo humano e financeiro altíssimo. O país que negligencia o emocional do seu povo compromete o presente e o futuro. O colapso da saúde mental não se resolve com frases motivacionais ou mesa de ping-pong na empresa. É hora de parar de tratar o emocional como invisível. Porque o que adoece em silêncio, explode no coletivo.

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Assinado por:

Eliton L. Muniz – Estagiário
Cidade AC News – www.cidadeacnews.com.br

Fontes:

  • Organização Mundial da Saúde – Relatório Global 2025
  • Fiocruz – Dossiê Saúde Mental Brasil
  • Conselho Federal de Psicologia – Base institucional
  • Ministério da Saúde – Dados de afastamento (INSS)

 

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