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Denzel Washington recebe Palma de Ouro honorária em Cannes por estreia de ‘Do mais alto ao mais baixo’

Denzel Washington

A cidade de Cannes, epicentro do cinema mundial, recebeu Denzel Washington em 19 de maio de 2025 para uma passagem meteórica, mas inesquecível, no 78º Festival de Cannes. Direto de uma temporada de “Otelo” na Broadway, o ator cruzou o Atlântico para a estreia mundial de “Do mais alto ao mais baixo”, nova parceria com Spike Lee, que reimagina o clássico de Akira Kurosawa, “Céu e Inferno”, de 1963. Em um momento surpreendente, o chefe do festival, Thierry Frémaux, entregou a Washington uma Palma de Ouro honorária, celebrando sua monumental contribuição ao cinema. A estreia, marcada por seis minutos de aplausos, reforçou a força da colaboração entre Washington e Lee, que já rendeu obras icônicas.

O festival ajustou sua programação para acomodar a agenda apertada de Washington, evidenciando seu magnetismo. Diferentemente do padrão, a sessão de fotos foi antecipada para a manhã de segunda-feira, antes da exibição. A chegada de Washington, ao lado de Lee e do rapper A$AP Rocky, gerou furor entre fotógrafos e fãs. O filme, uma produção original da Apple em parceria com a A24, promete um thriller policial envolvente, ambientado na Nova York contemporânea, com Washington como um magnata da música diante de um dilema ético.

Momentos marcantes da estreia incluem:

  • A emoção de Washington ao receber a Palma de Ouro honorária, um raro reconhecimento.
  • O tributo de Spike Lee ao ator, chamado de “meu irmão” durante a cerimônia.
  • Um tapete vermelho vibrante com A$AP Rocky, Jeffrey Wright e Ilfenesh Hadera.
  • A presença de Rihanna, apoiando Rocky, que trouxe ainda mais glamour ao evento.

A estreia não apenas celebrou um marco cinematográfico, mas também destacou a capacidade de Cannes de se adaptar para seus grandes astros, garantindo que a breve visita de Washington deixasse uma marca indelével.

Palma de Ouro honorária rouba a cena

A entrega da Palma de Ouro honorária a Denzel Washington foi o ponto alto do Festival de Cannes de 2025. Thierry Frémaux, em um discurso emocionado, descreveu a honraria como um tributo ao impacto transformador do ator no cinema. Visivelmente surpreso, Washington revelou que não sabia da homenagem заранее. Spike Lee, ao entregar o prêmio, destacou a parceria de décadas, que inclui filmes como “Malcolm X” e “O plano perfeito”.

A homenagem posiciona Washington entre um seleto grupo de agraciados, reconhecendo sua versatilidade em gêneros que vão de dramas históricos a thrillers de ação. Sua atuação em “Do mais alto ao mais baixo”, já cercada de expectativa, foi apontada como prova de seu talento duradouro. Críticos que assistiram à estreia elogiaram sua interpretação de um magnata da música enfrentando um pedido de resgate, mesclando intensidade e vulnerabilidade.

A cerimônia, realizada antes da exibição do filme, criou um clima de celebração. O discurso de Washington, curto mas impactante, reconheceu o papel do festival em promover narrativas ousadas. O momento ecoou entre os presentes, que viram na homenagem um reconhecimento justo a um ator que moldou o cinema moderno.

Retorno triunfal de Spike Lee a Cannes

A sexta participação de Spike Lee em Cannes marcou um retorno glorioso, 36 anos após sua estreia com “Faça a coisa certa” em 1989. O diretor, conhecido por seu estilo provocador e visualmente vibrante, trouxe sua energia característica de Nova York para “Do mais alto ao mais baixo”. Exibido fora de competição, o filme cativou o público com sua releitura contemporânea do roteiro de Kurosawa, ambientada na efervescente Nova York.

A escolha de adaptar “Céu e Inferno” partiu do desejo de Lee de explorar temas como classe, moralidade e ambição em um contexto atual. O original, centrado em um executivo enfrentando uma crise de sequestro, ganha nova vida com Washington como um magnata musical em um enredo de resgate. A colaboração com o roteirista Alan Fox resultou em um texto que mantém a tensão de Kurosawa, mas incorpora a voz única de Lee.

Em uma festa pré-estreia organizada pela The Hollywood Reporter e Threads na Hyde Beach, Lee interagiu com atores como Ilfenesh Hadera e Wendell Pierce. Ele destacou a coincidência da estreia com o centenário de Malcolm X, em 19 de maio de 2025, sugerindo um significado especial para o evento.

Elenco estelar eleva a narrativa

O elenco de “Do mais alto ao mais baixo” reúne veteranos e novos talentos, cada um enriquecendo a trama complexa do filme. Denzel Washington interpreta David King, um magnata cuja fortuna é desafiada por um esquema de sequestro. Jeffrey Wright, como seu motorista e amigo Paul, oferece uma atuação contida que sustenta o peso emocional. Ilfenesh Hadera, no papel de Pam, esposa de David, enfrenta a crise com determinação, enquanto A$AP Rocky, como Yung Felon, um rapper ambicioso e antagonista, surpreende com sua intensidade.

Outros nomes do elenco incluem:

  • Ice Spice como Marisol, figura-chave no plano dos sequestradores.
  • Dean Winters, LaChanze e John Douglas Thompson como detetives da polícia de Nova York.
  • Aubrey Joseph e Michael Potts em papéis de apoio, adicionando camadas à história.

Críticos elogiaram a química entre Washington e Rocky, cujos confrontos impulsionam a tensão do filme. Rocky, em seu papel mais destacado no cinema, foi descrito como uma revelação, com sua presença natural nas telas sendo amplamente destacada.

Releitura moderna de Kurosawa

“Do mais alto ao mais baixo” transforma “Céu e Inferno” de Kurosawa em uma narrativa americana, trocando o Japão dos anos 1960 pela Nova York atual. O original, baseado no romance “King’s Ransom” de Ed McBain, explorava divisões de classe por meio de um sequestro malsucedido. A versão de Lee mantém a premissa central—um homem rico diante de um dilema moral—mas a contextualiza na indústria musical, onde ambição e traição se entrelaçam.

A ambientação é um personagem à parte, com a cinematografia de Matthew Libatique capturando a energia frenética de Nova York. Das pontes de Brooklyn à vida noturna pulsante, as imagens reforçam os desafios do mundo de David King. A trilha sonora de Howard Drossin, descrita como “vibrante” e “nova-iorquina até o cerne”, combina hip-hop e elementos orquestrais, intensificando os momentos emocionais.

Críticas iniciais destacam a habilidade de Lee em equilibrar reverência a Kurosawa com inovações ousadas. David Ehrlich, do Indiewire, classificou o filme como “deliriosamente divertido”, apontando sua abordagem moderna às relações de classe e à influência das redes sociais, onde reputações podem colapsar em instantes.

Cannes se adapta à agenda de Washington

Organizar a participação de Denzel Washington em Cannes exigiu malabarismos logísticos do festival. Em cartaz com “Otelo” na Broadway, o ator tinha apenas um dia livre, o que levou Cannes a alterar sua programação. A sessão de fotos, normalmente realizada após a estreia, foi antecipada para a manhã de segunda-feira, permitindo que Washington posasse com Lee, Rocky, Wright e Hadera antes da exibição.

Esse ajuste, embora não inédito, destacou o peso de Washington. Quando Cannes anunciou sua seleção em abril, “Do mais alto ao mais baixo” não constava na lista, aguardando confirmação da presença do ator. Um post de Spike Lee no Instagram horas depois forçou a inclusão do filme. Representantes do festival citaram a participação de Washington no tapete vermelho como fator decisivo.

A viagem-relâmpago de Washington—chegando na manhã de segunda e partindo logo após a exibição—demonstrou seu compromisso com o projeto. Sua descontração na sessão de fotos, ao lado de Lee e Rocky, contrastou com a exaustiva logística, conquistando a admiração do público.

Recepção crítica e entusiasmo do público

A estreia mundial de “Do mais alto ao mais baixo” rendeu seis minutos de aplausos, sinalizando forte aprovação do público. Críticos foram majoritariamente positivos, com o Deadline elogiando o “grande papel” de Washington e a performance “sensacional” de Rocky. A combinação de suspense, comentário social e o estilo característico de Lee posicionou o filme como um favorito, apesar de estar fora de competição.

Pontos destacados nas críticas incluem:

  • A presença imponente de Washington, que ancora o núcleo moral do filme.
  • A direção afiada de Lee, equilibrando tensão e momentos de leveza.
  • A relevância do filme, abordando disparidades de riqueza e influência midiática.
  • O papel de destaque de Rocky, indicando um novo rumo em sua carreira.
  • A cinematografia de Libatique, que exibe a diversidade de Nova York.

Algumas críticas, como a do Indiewire sobre o tom “jarringly upbeat” do filme, sugerem um desvio do tom sombrio de Kurosawa. Ainda assim, essa vivacidade foi bem recebida pelo público, que apreciou a releitura ousada de Lee.

Nova York como coração da história

O retorno de Spike Lee às filmagens em Nova York após mais de uma década confere autenticidade a “Do mais alto ao mais baixo”. Os bairros da cidade, de brownstones no Brooklyn a arranha-céus em Manhattan, formam um cenário vívido. O amor de Lee por sua cidade natal aparece em detalhes como o desfile do Dia de Porto Rico, presente no trailer, que adiciona riqueza cultural à narrativa.

A trilha sonora, enraizada nas tradições de hip-hop e jazz de Nova York, amplifica o pulso urbano do filme. Cenas de perseguições policiais e negociações de alto risco se desenrolam em pontos icônicos, ancorando a história em uma realidade tangível. O uso de arte local, incluindo réplicas da coleção pessoal de Lee, conecta o filme ao espírito criativo da cidade.

Para nova-iorquinos em Cannes, a estreia foi motivo de orgulho. Wendell Pierce, do elenco, disse à The Hollywood Reporter que a especificidade do filme o tornou “muito especial”, ressoando com quem conhece os ritmos da cidade.

A$AP Rocky desponta no cinema

O papel de A$AP Rocky como Yung Felon é um dos destaques de “Do mais alto ao mais baixo”. O rapper, cujo nome real é Rakim Mayers, traz uma intensidade crua ao personagem, um artista aspirante cuja desesperança alimenta o sequestro. Suas cenas com Washington, especialmente trocas tensas por telefone, criam uma dinâmica que críticos chamaram de eletrizante.

A transição de Rocky para a atuação tem sido observada de perto, dado seu sucesso na música e seu relacionamento com Rihanna, que esteve na estreia. Sua performance, descrita como uma “nova carreira” pelo Deadline, sugere potencial para futuros papéis no cinema. Rocky se preparou estudando o original de Kurosawa, garantindo que sua interpretação respeitasse as raízes da história, mas com um toque moderno.

Na sessão de fotos, o carisma de Rocky foi evidente ao posar com Lee e Washington. Sua presença, somada ao apoio de Rihanna, ampliou o apelo cultural do filme, atraindo um público mais jovem para a estreia.

Estrelas amplificam a estreia

A estreia de “Do mais alto ao mais baixo” atraiu um elenco estelar, elevando sua visibilidade. Rihanna, deslumbrante no tapete vermelho, acompanhou A$AP Rocky, gerando um frenesi midiático. Outros presentes incluíram Adria Arjona, Jason Momoa e o jogador de futebol Paul Pogba com sua esposa, Zulay, adicionando glamour ao evento.

A capacidade de Cannes de atrair tais nomes reforça seu status como epicentro cultural. A decisão de homenagear Washington ao lado de Robert De Niro, também agraciado com uma Palma de Ouro honorária, destaca o compromisso do festival em celebrar lendas do cinema. A presença de figuras como Guillaume Thevenin e Paola Locatelli na festa pré-estreia ampliou ainda mais o impacto do filme.

Essas aparições, aliadas ao burburinho em torno do filme, aumentaram a expectativa para seu lançamento nos cinemas em 22 de agosto de 2025 e na Apple TV+ em 5 de setembro.

Histórico de Lee em Cannes

A relação de Spike Lee com Cannes abrange quase quatro décadas, começando com “Ela quer tudo” em 1986. Suas participações seguintes, incluindo “Febre da selva” e “Infiltrado na Klan”, consolidaram seu status como favorito do festival. Em 2021, Lee presidiu o júri, aprofundando sua conexão com o evento.

Em reflexões durante a festa na Hyde Beach, Lee expressou carinho pela energia de Cannes, do tapete vermelho ao fervor dos paparazzi. Ele comparou a estreia à de “Faça a coisa certa” em 1989, chamando-a de uma experiência “insanamente ótima”. A habilidade de Lee em conectar marcos pessoais, como o centenário de Malcolm X, às estreias de seus filmes adiciona significado às suas aparições em Cannes.

“Do mais alto ao mais baixo” perpetua esse legado, evidenciando a evolução de Lee como cineasta. Aos 68 anos, ele afirmou à Vulture que está “melhorando”, um sentimento reforçado pela calorosa recepção da estreia.

Planos de lançamento e impacto na indústria

O lançamento de “Do mais alto ao mais baixo” foi planejado para maximizar seu alcance. A A24, conhecida por projetos ousados, distribuirá o filme nos cinemas a partir de 22 de agosto de 2025, aproveitando o público de fim de verão. O streaming na Apple TV+ em 5 de setembro ampliará o acesso, atraindo quem prefere assistir em casa.

A produção, envolvendo 40 Acres and a Mule Filmworks, Escape Artists e Mandalay Pictures, reflete um esforço colaborativo para realizar a visão de Lee. A estreia em Cannes já gerou conversas sobre a temporada de premiações, com a atuação de Washington apontada como possível candidata. As perspectivas comerciais do filme são fortalecidas por seu elenco estelar e pelo histórico de Lee em entregar histórias culturalmente relevantes.

Observadores da indústria notam que “Do mais alto ao mais baixo” pode redefinir o gênero de thriller policial, combinando narrativas clássicas com temas contemporâneos. Seu sucesso em Cannes, aliado a críticas iniciais positivas, posiciona o filme como um lançamento significativo em um calendário lotado de 2025.

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