Décimo terceiro injeta R$ 320 bilhões em 2025: veja datas e impactos no bolso e na economia
A antecipação do décimo terceiro salário em 2025 deve movimentar R$ 320 bilhões na economia brasileira, alcançando cerca de 85 milhões de trabalhadores e aposentados. Com depósitos programados para 28 de novembro e 19 de dezembro, o benefício chega em um momento estratégico, antes das festas de fim de ano, oferecendo alívio financeiro e impulsionando setores como varejo, turismo e serviços. Criado em 1962 pela Lei nº 4.090, o décimo terceiro abrange empregados formais, servidores públicos e beneficiários do INSS, consolidando-se como um dos principais motores econômicos do último trimestre. O valor supera os R$ 317 bilhões pagos em 2024, quando 83 milhões de pessoas foram contempladas, refletindo o aumento do salário mínimo para R$ 1.518 e a expansão do mercado formal.
Esse montante recorde é resultado de ajustes no calendário e do crescimento de 2% no número de trabalhadores com carteira assinada, que agora somam 52 milhões. Além disso, 33 milhões de aposentados e pensionistas do INSS estão na lista de recebedores, beneficiados pelo novo piso salarial definido em janeiro. Empresas já se preparam para cumprir os prazos, enquanto os beneficiários planejam o uso do dinheiro extra, seja para compras natalinas, quitação de dívidas ou reservas para o início do próximo ano. O impacto vai além do consumo imediato, aquecendo pequenos negócios e destinos turísticos em um período de alta demanda.
No ano anterior, o comércio registrou aumento de 5,6% nas vendas de dezembro, e as projeções para 2025 indicam crescimento semelhante, com destaque para eletrônicos, vestuário e alimentos. A antecipação das datas, definida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para evitar fins de semana, garante que os recursos estejam disponíveis antes do Natal, maximizando seu efeito econômico. Para as empresas, o desafio é organizar o caixa e evitar multas de R$ 170,25 por empregado em caso de atraso, um risco que afetou 5% dos negócios em 2024, gerando R$ 1,5 bilhão em penalidades.
Trabalhadores com carteira assinada que atuaram por pelo menos 15 dias em 2025 estão entre os beneficiários do décimo terceiro. Isso inclui empregados domésticos, rurais e temporários, além de servidores públicos de todas as esferas e trabalhadores avulsos, como estivadores com intermediação sindical. Aposentados e pensionistas do INSS, assim como recebedores de auxílios por incapacidade ou reclusão, também fazem parte do grupo, que cresceu de 83 milhões em 2024 para 85 milhões neste ano. O aumento reflete a formalização do mercado de trabalho e a inclusão de novos segurados.
Por outro lado, existem exceções claras. Quem foi demitido por justa causa perde o direito, mesmo tendo meses trabalhados, enquanto estagiários, autônomos e beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ficam fora da lista. Para os elegíveis, o valor é proporcional ao tempo de serviço: cada período superior a 15 dias é contado como um mês completo. Em 2025, o mercado formal ganhou 1 milhão de novos trabalhadores, ampliando o alcance do benefício em relação ao ano anterior.
Os depósitos do décimo terceiro em 2025 seguem um calendário ajustado para dias úteis. A primeira parcela ou o pagamento único deve ocorrer até 28 de novembro, antecipado do dia 30, que cai em um domingo. Já a segunda parcela está marcada para 19 de dezembro, ajustada do dia 20, um sábado. Em 2024, 95% das empresas cumpriram os prazos, injetando R$ 317 bilhões na economia, e a expectativa é que o índice se mantenha próximo disso neste ano.
Para trabalhadores, o pagamento pode ser feito em parcela única até o fim de novembro ou dividido em duas etapas, com a primeira metade livre de descontos e a segunda sujeita a deduções de INSS e Imposto de Renda. Aposentados do INSS têm um calendário próprio, que em 2024 antecipou os depósitos para abril e maio, liberando R$ 67,6 bilhões para 33 milhões de segurados. Em 2025, caso não haja antecipação, os pagamentos seguem o padrão de novembro e dezembro, escalonados pelo número final do benefício.
Calcular o décimo terceiro é um processo simples e direto. Basta dividir o salário bruto por 12 e multiplicar pelo número de meses trabalhados no ano. Um trabalhador com salário de R$ 3.000 que atuou o ano inteiro recebe R$ 3.000 brutos. Se começou em março, são 10 meses, resultando em R$ 2.500 (R$ 3.000 ÷ 12 × 10). Cada mês com mais de 15 dias trabalhados é considerado integral, garantindo proporcionalidade no cálculo.
Descontos, no entanto, reduzem o valor líquido. O INSS aplica alíquotas de 7,5% a 14% sobre o total, enquanto o Imposto de Renda, cobrado apenas na segunda parcela, varia de 7,5% a 27,5% para rendas acima de R$ 2.824. Um salário de R$ 2.000, por exemplo, perde cerca de R$ 150 no INSS, ficando em R$ 1.850 líquidos se isento de IR. Com o salário mínimo de R$ 1.518, o benefício mínimo para quem trabalhou o ano todo será de R$ 1.404 líquidos após descontos.
Aposentados seguem a mesma lógica. Um benefício de R$ 1.518 iniciado em junho resulta em R$ 885,50 (7/12), com desconto de cerca de R$ 66 no INSS, totalizando R$ 819,50 líquidos. Esses valores podem ser verificados no contracheque ou no extrato do Meu INSS, disponível online ou pelo aplicativo.
Com R$ 320 bilhões circulando, o varejo espera um crescimento de 5% nas vendas de fim de ano em 2025. Em 2024, eletrônicos, roupas e alimentos lideraram os gastos, com o comércio eletrônico registrando alta de 10% em dezembro. Supermercados já projetam aumento na procura por itens natalinos, como panetones e carnes, enquanto lojas de eletrodomésticos planejam promoções para capturar os recursos logo após o depósito de 28 de novembro.
O turismo também sente o impacto positivo. Destinos como Salvador e Gramado, que em 2024 tiveram 15% mais reservas, esperam um movimento ainda maior neste ano, impulsionado pelo novo salário mínimo e pela antecipação dos pagamentos. Hotéis e restaurantes projetam alta de 4% na receita, contra 3% no ano anterior, com pacotes para o Nordeste e o Sul entre os mais procurados pelos brasileiros.
Pequenos negócios, especialmente em cidades menores, aproveitam o efeito multiplicador do décimo terceiro. No ano passado, 40% do valor foi gasto imediatamente no comércio local, de feiras a lojas de bairro, enquanto 25% foram direcionados à poupança, mostrando um equilíbrio entre consumo e planejamento financeiro.
Planejar o uso do décimo terceiro fica mais fácil com as datas definidas para 2025:
Em 2024, a antecipação para aposentados ocorreu entre 24 de abril e 7 de junho, liberando R$ 67,6 bilhões. Um modelo similar é aguardado em 2025, mas, sem confirmação, os prazos padrão de fim de ano serão mantidos. Os depósitos do INSS são escalonados pelo número final do benefício, começando por quem recebe até R$ 1.518, evitando sobrecarga nos bancos e garantindo que o dinheiro circule antes do Natal.
Cumprir os prazos do décimo terceiro é um desafio especialmente para pequenas empresas, que empregam 70% dos trabalhadores formais. Em 2024, muitas recorreram a empréstimos com juros 2% acima da média anual, e a tendência deve se repetir em 2025, pressionando o fluxo de caixa. A multa de R$ 170,25 por empregado em caso de atraso pode pesar no orçamento, principalmente em setores como construção e varejo, que lidam com alta rotatividade.
Grandes empresas, por outro lado, têm mais facilidade com reservas planejadas. Neste ano, 90% delas devem cumprir os prazos, contra 95% em 2024, devido aos ajustes de datas. A emissão antecipada de contracheques e a coordenação com bancos são passos essenciais para evitar penalidades e reclamações trabalhistas. Setores sazonais, como o comércio, ainda precisam incluir o décimo terceiro proporcional no custo de temporários contratados em novembro, elevando os gastos em até 10%.
Receber o décimo terceiro antes do Natal traz alívio imediato para milhões de brasileiros. Em 2024, 30% dos beneficiários quitaram dívidas, enquanto 40% investiram em compras natalinas, um padrão que deve se repetir em 2025. Para trabalhadores de baixa renda, o valor líquido médio de R$ 1.404, baseado no salário mínimo, cobre despesas sazonais, como presentes e ceias, oferecendo um respiro no orçamento.
Aposentados, que somam 33 milhões, contam com o benefício para equilibrar finanças apertadas. A antecipação de 2024, entre abril e junho, injetou R$ 67,6 bilhões, e uma repetição em 2025 pode ajudar com gastos do primeiro semestre, como IPTU e material escolar. Para novos segurados, o pagamento proporcional em novembro e dezembro mantém a flexibilidade no uso do dinheiro.
O décimo terceiro representa cerca de 2,5% do PIB, com efeitos concentrados no fim do ano. Em 2024, os R$ 317 bilhões elevaram o consumo em 5%, e os R$ 320 bilhões de 2025 devem manter essa proporção, com destaque para o Nordeste e o Norte, onde 60% dos recebedores estão. Nessas regiões, o comércio local ganha fôlego, enquanto o e-commerce projeta alta de 10% em vendas online.
A formalização do trabalho, com 52 milhões de empregados CLT, e o aumento do salário mínimo ampliam o alcance do benefício, reforçando seu papel na redução da desigualdade. O turismo também se beneficia, com cidades como Recife esperando 20% mais visitantes em dezembro. Pequenos negócios, de feiras a padarias, sentem o impacto direto, enquanto o consumo sazonal impulsiona a arrecadação de impostos e a circulação de recursos.
Os beneficiários têm prioridades variadas ao receber o décimo terceiro:
Esse equilíbrio entre consumo imediato e planejamento reflete a importância do benefício para diferentes perfis, de trabalhadores formais a aposentados, e seu papel em movimentar a economia em um período crucial.