
Paralelo aos esforços para crescer em vendas de aves natalinas no Brasil, a MBRF faz outro movimento, com a intenção de ganhar participação de mercado no Oriente Médio, atenta ao período de comércio mais intenso de carne na região com os preparativos para o Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos.
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Apesar do foco principal ser o segmento de aves, este será o primeiro Ramadã após a fusão entre Marfrig e BRF, que deu origem à MBRF e colocou a carne bovina no portfólio da marca Sadia, já consolidada no mercado árabe.
“A gente passa a contar com a Sadia Beef. No mercado de carne bovina, os consumidores árabes estão acostumamos a procurar a carne por (país de) origem, o desafio é fazer com que o consumidor procure a carne da marca (Sadia) e não somente pelo país”, disse o CEO da Sadia Halal, Fabio Mariano, hoje (25/11) nos bastidores de um evento da MBRF para comentar as estratégias de vendas de fim de ano.
O executivo contou que, historicamente, a companhia tem um aumento de 15% em vendas em função do Ramadã. Os negócios começam a acelerar em meados de dezembro e se intensificam em janeiro, uma vez que o período considerado sagrado para os muçulmanos acontece entre fevereiro e março.
Sem detalhar em números, Mariano comentou que a MBRF espera ter “participação maior que a dos concorrentes” no próximo Ramadã.
Arábia Saudita
A companhia está com uma planta de processados em construção em Jeddah, na Arábia Saudita, onde serão investidos US$ 160 milhões em parceria com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária integral do fundo soberano saudita Public Investment Fund (PIF).
A nova planta será a terceira da BRF na região, e a escolha de Jeddah foi outro ponto considerado relevante para a empresa. A cidade é a segunda maior do país, fica próxima a projetos sauditas de expansão populacional e tem acesso considerado eficaz às rotas de importação de insumos vindos do Brasil.
Saiba-mais taboola
Mariano explicou que, atualmente, expandir no Oriente Médio tem se mostrado mais atrativo do que em outras regiões do globo, dadas as projeções de crescimento da população muçulmana e o potencial para os avanços no consumo.
Segundo ele, a média de consumo per capita de frango da região gira em torno de 40 quilos por pessoa ao ano, o que é um patamar elevado, próximo do que existe no Brasil.
Entretanto, há países, como a Arábia Saudita, onde este patamar de consumo chega a 50 quilos per capita. Já na Turquia, o consumo de frango ainda está em 20 quilos per capita, o que indica que há como esta indústria crescer nos países do Golfo.




