Exchange de origem chilena, líder em criptomoedas na América Latina, exige que o buscador assuma responsabilidade por perdas de clientes
A CryptoMKT S/A, uma das maiores plataformas latinas de compra e venda de criptoativos, apresentou uma queixa criminal no 4º Juizado de Garantia de Santiago contra pessoas desconhecidas que, por meio de um esquema de phishing, enganaram usuários através de anúncios pagos no Google Ads.
Segundo a companhia, esses ataques não se originaram em sua plataforma nem envolveram falhas em seus sistemas. Em vez disso, criminosos usaram anúncios no Google para direcionar clientes a sites fraudulentos que imitavam seu layout, com o objetivo de roubar as credenciais de acesso e realizar movimentações financeiras.
A corretora de criptoativos aponta que essas fraudes foram possíveis devido à veiculação de anúncios pagos no Google Ads. A queixa detalha que o buscador estadunidense possui um sistema de verificação de anunciantes para evitar fraudes publicitárias, mas isso não impediu que criminosos utilizassem a plataforma para disseminar sites falsos.
“O Google Ads implementa um programa de verificação de identidade para anunciantes, mas isso não evitou que centenas de anúncios fraudulentos fossem veiculados entre outubro de 2024 e abril de 2025. Em alguns casos, uma única conta verificada chegou a publicar até seis anúncios enganosos, mostrando que as políticas do Google não são eficazes para barrar essas fraudes”, aponta a queixa.
A fintech ressalta que denunciou repetidamente esses anúncios ao Google sem obter resposta. Diante da inação da empresa, foi obrigada a recorrer à justiça brasileira para solicitar o bloqueio de buscas relacionadas a essas fraudes.
O requerimento pede ao Ministério Público que investigue e rastreie os responsáveis, destacando que a empresa já identificou os IPs dos atacantes, as carteiras digitais para onde os fundos foram enviados e as corretoras utilizadas nas transações.
Representantes da exchange reforçam que a tecnologia blockchain permite rastrear o dinheiro roubado. “Todas as transações registradas na blockchain são permanentes e imutáveis, o que permite identificar o movimento dos valores subtraídos sem risco de manipulação”, explica Denise Cinelli, Diretora no Brasil e COO global da empresa.
No encerramento da queixa, a plataforma de ativos digitais reitera que as fraudes não partiram de sua estrutura nem de falhas operacionais, mas sim da propagação de anúncios enganosos no Google Ads. “Esses sites fraudulentos enganaram os clientes porque o Google permitiu que aparecessem nos primeiros resultados de busca, sem alertá-los sobre o risco”, conclui Cinelli.