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Crise Comercial e Discurso Político: Jorge Viana Reage à Ameaça Tarifária de Trump

Jorge Viana quer vitrine ou resultado? - CIDADE AC NEWS - Acre

Jorge Viana quer vitrine ou resultado? - CIDADE AC NEWS - Acre

Presidente da Apex Brasil, Jorge Viana adota tom pragmático diante da ameaça de Donald Trump de taxar exportações brasileiras em até 50%. O problema, segundo ele, tem DNA ideológico, apadrinhamento político e pode ser contornado com diplomacia e dados concretos.

Em entrevista à CNN 360°, Jorge Viana, presidente da Apex Brasil e ex-governador do Acre, reagiu com contundência ao anúncio de Donald Trump sobre a intenção de aplicar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.

Segundo Viana, a medida tem como base um “argumentário falso”, foi construída por interesses ideológicos e representa uma ameaça tanto econômica quanto política. Em sua fala, ele insinua que setores alinhados ao bolsonarismo, inclusive membros da família do ex-presidente, teriam influenciado diretamente na articulação da medida para gerar um problema — e, possivelmente, tentar resolvê-lo mais adiante com fins eleitoreiros.

“A medida que veio não era para discutir o interesse do Brasil. Ela veio, no fundo, prejudicando tudo isso e tentando atender a um interesse político e ideológico”, disse Viana.

O tom pragmático de Viana: entre soberania e mercado

Ao mesmo tempo em que defendeu uma resposta “dura e firme” no campo da soberania nacional — inclusive citando conversas recentes com o presidente Lula — Viana adotou um tom mais diplomático na esfera econômica, sugerindo alternativas de negociação com os EUA.

“Podemos entrar pedindo 90 dias de prazo para discutir e mostrar que a base da carta é falsa”, afirmou.

A declaração reforça a tentativa do governo de separar o conflito ideológico das relações comerciais, demonstrando que o Brasil ainda busca manter pontes abertas com Washington, especialmente com os setores que lucram com o intercâmbio bilateral.

Alerta de Incoerência:

Enquanto Jorge Viana cobra responsabilidade internacional e apaziguamento comercial, membros do governo estadual de São Paulo — diretamente impactado pela tarifa — continuam utilizando símbolos e discursos pró-Trump. O contraste entre pragmatismo e palanque ideológico revela o abismo entre discurso e ação dentro da própria direita brasileira.

O que se ouve nos discursos pode enganar. Mas nos bastidores, cada silêncio, recuo e aproximação tem um preço político. E é aqui que a análise começa.

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