Crédito consignado para CLT: novas regras liberam empréstimos mais baratos a partir de hoje
A partir desta sexta-feira, 21 de março de 2025, milhões de trabalhadores brasileiros com carteira assinada passam a contar com uma nova opção de crédito consignado, batizada de “Crédito do Trabalhador”. A medida, anunciada pelo governo federal, busca oferecer taxas de juros mais acessíveis e condições facilitadas para cerca de 47 milhões de pessoas empregadas no setor privado, incluindo trabalhadores rurais, domésticos e microempreendedores individuais (MEIs). Assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Medida Provisória que regulamenta o programa entra em vigor imediatamente, trazendo mudanças significativas no acesso ao crédito no país. O objetivo é reduzir o superendividamento e estimular a economia, permitindo que os trabalhadores utilizem até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantias.
O programa surge como uma alternativa aos altos juros cobrados em linhas tradicionais, como o crédito pessoal, que chegavam a superar 5% ao mês. Com o desconto direto na folha de pagamento e a integração ao sistema eSocial, a iniciativa promete maior segurança tanto para os trabalhadores quanto para as instituições financeiras. A expectativa é que a novidade também aqueça o mercado de crédito, beneficiando bancos e incentivando a migração de dívidas mais caras para essa modalidade.
Todo o processo de solicitação será digital, utilizando o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), o que garante praticidade e rapidez. Após fornecer dados básicos, como CPF e margem consignável, o trabalhador receberá propostas em até 24 horas, podendo escolher a melhor oferta entre as instituições habilitadas.
Disponível desde hoje, o Crédito do Trabalhador permite que qualquer pessoa com carteira assinada no setor privado solicite empréstimos com condições mais vantajosas. Através do aplicativo CTPS Digital, o processo é simples: o usuário autoriza o acesso a informações como nome, CPF, tempo de empresa e margem disponível do salário, respeitando as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Em seguida, as instituições financeiras cadastradas pelo Ministério do Trabalho enviam suas propostas, e a contratação é finalizada nos canais eletrônicos do banco escolhido.
O limite de comprometimento do salário segue a margem consignável de 35%, com o desconto das parcelas sendo realizado automaticamente via eSocial. Para quem já possui um consignado ativo, a migração para o novo modelo estará liberada a partir de 25 de abril, oferecendo a chance de reduzir os custos das dívidas existentes.
Uma das grandes novidades do programa é a possibilidade de usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia. Os trabalhadores podem vincular até 10% do saldo disponível no fundo, além de 100% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa. Em situações de desligamento, as parcelas pendentes serão descontadas diretamente das verbas rescisórias, respeitando os limites legais, o que reduz o risco de inadimplência e torna o crédito mais atrativo para os bancos.
Funcionando como um facilitador financeiro, o Crédito do Trabalhador chega com regras claras e um cronograma bem definido. Abaixo, alguns pontos essenciais para quem deseja aproveitar a nova linha de crédito:
O acompanhamento das parcelas será mensal, com atualizações acessíveis pelo mesmo aplicativo, garantindo transparência ao longo do contrato.
O lançamento do Crédito do Trabalhador deve movimentar o setor financeiro nos próximos meses. Instituições bancárias habilitadas pelo governo federal já se preparam para oferecer taxas competitivas, aproveitando a segurança proporcionada pelas garantias do FGTS e da multa rescisória. Para o Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, a iniciativa pode injetar bilhões de reais na economia, ao mesmo tempo em que reduz o peso das dívidas de alto custo sobre os trabalhadores.
Diferentemente das linhas tradicionais, que muitas vezes levavam ao endividamento crônico, o novo modelo aposta em juros menores e prazos ajustados à realidade dos empregados do setor privado. A medida também é vista como uma resposta às demandas por maior inclusão financeira, alcançando categorias como trabalhadores domésticos e MEIs, que historicamente tinham acesso restrito a esse tipo de crédito.
O governo estabeleceu um calendário claro para a implementação total do Crédito do Trabalhador, garantindo que os trabalhadores saibam exatamente quando cada etapa estará disponível. Confira as principais datas:
Essas etapas foram planejadas para dar tempo às instituições de se adaptarem ao sistema e aos trabalhadores de avaliarem as melhores opções disponíveis.
Com a possibilidade de oferecer juros bem abaixo dos praticados no mercado, o Crédito do Trabalhador tem potencial para transformar a relação dos brasileiros com os empréstimos. Antes, as taxas superiores a 5% ao mês no crédito pessoal tornavam o pagamento uma tarefa árdua para muitos. Agora, a combinação de descontos diretos na folha, uso do FGTS como garantia e prazos flexíveis cria um cenário mais favorável.
Além disso, a digitalização do processo elimina a necessidade de deslocamentos ou filas em agências, algo especialmente vantajoso para trabalhadores rurais e domésticos, que muitas vezes enfrentam barreiras logísticas. A expectativa é que a adesão ao programa cresça rapidamente, especialmente entre aqueles que buscam quitar dívidas mais caras ou financiar projetos pessoais.
Cerca de 47 milhões de trabalhadores do setor privado agora têm à disposição uma ferramenta que pode aliviar o orçamento mensal e estimular o consumo. A inclusão de MEIs e empregados domésticos amplia o alcance da medida, atendendo a um público que, até então, dependia de opções menos vantajosas. Para o governo, o impacto vai além do financeiro, contribuindo para a redução da informalidade e o fortalecimento do mercado formal de trabalho.
A integração com o eSocial também facilita a gestão das parcelas pelos empregadores, que passam a ter um sistema unificado para cumprir as obrigações trabalhistas. Esse aspecto tecnológico é apontado como um dos pilares da eficiência do programa, garantindo que os descontos sejam realizados sem complicações.
Nos próximos meses, o Crédito do Trabalhador deve ganhar ainda mais relevância, conforme os trabalhadores começam a migrar dívidas e aproveitar a portabilidade. A partir de junho, a competição entre os bancos pode levar a uma redução ainda maior nas taxas, beneficiando quem optar por transferir seus contratos. Enquanto isso, o governo monitora os primeiros resultados para avaliar ajustes no programa, caso necessário.
Para os trabalhadores, a dica é analisar com calma as propostas recebidas, comparando taxas, prazos e condições gerais. Com o suporte do FGTS e da multa rescisória, o risco de inadimplência diminui, mas a escolha de um contrato adequado segue sendo essencial para evitar problemas futuros.